-Metamorfo. -O garoto disse dando de ombros. Fiz uma cara de "quê?" erguendo uma das sobrancelhas respirando rapidamente pelo excesso de adrenalina. -Eles são monstros que se transformam em qualquer coisa, de feiticeiros à pássaros. No caso, esse foi mandado para tentar informar à Anastásia sobre suas visões.
-Por que ela iria querer saber sobre o que eu vejo? É inútil! -Apoiei-me no tronco de trás recuperando minhas energias.
-Isso é o que você pensa.
-Se é tão importante, porque ainda ninguém me perguntou sobre elas? -Recebi, como resposta, um sorriso de lado.
-Venha. -Fez um sinal com a cabeça para que eu fosse com ele. -Vou lhe mostrar uma coisa.
Estranhei um pouco o convite, pois, como sabem, nós não nos danos muito bem e considerando o que acabara de acontecer.
Olhei-o desconfiada enquanto andava em sua direção.
-Fique tranquila, não irei machucá-la, princesa. -Ele disse fazendo enfase no "princesa". De todas as pessoas, Dylan foi a que menos gostei em ter me chamado disso.
Rolei os olhos fazendo-o sorrir. Nunca tinha visto seu sorriso daquele jeito. Sem querer dizer nada, mas já dizendo, seu sorriso é maravilhoso.
Então era isso, estávamos andando pela floresta em completo silêncio, apenas escutando alguns pássaros cantando e o som do vento batendo nas folhas das árvores cor-de-rosa.
-Sabia que elas costumavam a falar? Bom.. pelo menos uma boa parte delas. -Prestei atenção no garoto ao meu lado. -Assim que seu Tátara avô chegou ao nosso mundo, de alguma forma, elas sabiam que muitos problemas estavam por vir.
-Como assim " Quando seu tátara avô chegou ao mundo?" -Falei com voz afetada.
-Não quis dizer o que está pensando. -Manteve sua postura.- Disse no sentindo de já termos problemas o suficiente para que se alguém fosse tentar concertá-los, teria que criar outros tipo de problemas.
-Como por exemplo?
-Ter que colocar a própria bisneta em uma maldição para salvar pessoas que nem mesmo conhecia. -arregalei os olhos olhando para o chão. -Foi ele quem começou tudo isso, Anne e só alguém da sua família pode tirá-la disso.
De todas as perguntas em minha cabeça, uma das mais inúteis sairá de minha boca naquele momento.
-E por que você esta me ajudando? Digo, você nem fala comigo e em um só dia, salva-me de um metarmorfo e se oferece para contrariar Vince e me contar tudo? É isso?
O garoto parece ter ficado sem fala. Sua boca estava entreaberta tentando soltar qualquer palavra, mas sem sucesso.
-Sabia. -Falei rolando os olhos pegando o caminho de volta a vila.
-Eu só estou tentando ser mais... agradável.
-E se eu dissesse que gostava mais de você quando não era agradável? -Disse um pouco mais alto por já estar distante.
A vila estava totalmente destruída, tinha pedaços do cercado, que ficava em volta das árvores, por toda a parte, algumas das casas estavam em chamas enquanto todos corriam em direções aleatórias, parecia um formigueiro.
A árvore do final não estava brilhando como antes, ela lançava uma luz cinza que deixava o ambiente mais triste e caótico do que já estava.
-Anne! Por aqui! -Os me chamou aos sussurros.
Corri na direção do homenzinho, que estava quase tão sem fôlego que eu.
-O que esta acontecendo, Os?
-Anastásia... Ela...Ela descobriu...onde...você estava e... puxa, que cansaço- Disse recuperando o ar. -É melhor irmos, se eles te acharem.
-Ela esta ali! -Um homem segurando uma espada disse se referindo a mim.
-Corra Anne! Corra... Ai meu deus, eu não aguento mais! -Os falou correndo.
Em um minuto aquele homem era apenas um, e cada minuto que passava um homem a mais aparecia e agora estávamos sendo perseguidos por uma multidão.
Já estava sem fôlego, Os continuava correndo e incentivando-me a correr também, aquele baixinho devia ter muitos anos de treino para correr desse tanto e não precisar parar, por que eu estava quase parando para deitar ali mesmo e esperar minha morte.
Escuto galopes de cavalo chegando mais perto. Não não não não e não! Recuso-me a aceitar que havia homens em cavalos, não era justo, por que eu teria que fugir correndo e eles com cavalos?
Sou puxada agressivamente para cima do animal não me importando, pois, quando vi que era Dylan, deixei um suspiro alto sair. Vince ajudara Os e era apenas nós quatro daqui em diante. Os guardas ficaram para ajudar os duendes.
-Quer fazer o favor de me escutar agora?-O garoto bufou.
-Tá.
– ~ –
-Eu vinha aqui com meu pai quando era criança.
-É lindo! -Clair disse as palavras maravilhada, mas a expressão em seu rosto era de tédio.
-Eu sei que não é muito, mas é o lugar que eu mais gosto de passar o tempo. -Ele disse olhando o horizonte.-Poucos sabem da existência daqui então, é um bom ambiente para ficar sozinho.
-É. -Sua voz continha um tom tedioso.
Pude ver que Dylan estava nervoso com a reação da garota, queria que ela gostasse daquele lugar tanto quanto ele, mas Clair não parecia ter cara do tipo de pessoa que gostasse dessas coisas.
Clair se aproximou do rosto do garoto beijando seus lábios, uma de suas mão se direcionou ao rosto e a outra para as costas. Se eu pudesse enxergar melhor, diria que estava segurando uma faca.
-Solte meu filho! -A menina guardou a arma rapidamente em seu vestido, assustada.
-O que...O que você está fazendo aqui?
-Eu disse se afaste do meu filho, Clair.
-Porque? O que você vai fazer? -Falou em um tom tão falso que fiquei surpresa por Dylan não ter percebido.
-Você foi banida, Clair, não pode ficar mais aqui, está proibida.
-Clair, do que ele esta falando?
-Eu não sei!
-Ela foi banida pelo ministério pelo uso de magia negra, mas não podia ir embora sem o último ingrediente, não é?
-Clair... Porque não me disse? -Sério que ele iria continuar com essas perguntas idiotas? Sério.
-Porque VOCÊ é a última coisa que ela precisa. O sangue de um O'brien.
– ~ –
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Unusual Life (não finalizada)
Fiksi PenggemarUma garota não tão normal de São Francisco, Califórnia, descobre que a família de seu pai carrega com eles uma maldição que deixará sua vida de ponta cabeça. NÃO TERMINADA