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Eu sei, eu sei! "Que história mal contada é essa?" "Duendes não existem!" "Outro mundo? Está pirando" "Vai se medicar!", mas espera! Eu ainda tenho muito a contar antes que você me chame de louca ou algo relacionado.
Não é nenhuma surpresa que está pensando tudo isso, pois eu também pensei. Mas agora vamos continuar.
No dia seguinte....
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-Acorda logo, menina! Está atrasada.... de novo! -Minha mãe gritava da porta de meu quarto.
Sei que minha mãe não passa uma impressão muito boa, sei também que ela não tem intenções muito boas com as outras pessoas, mas nem sempre foi assim, antes de meu avô, seu pai, morrer, ela era bem divertida. De verdade! Mas depois, com o passar dos anos ela começou a ficar pessimista e interesseira... e interesseira... e egoísta... e...bom, e muitas outras coisas nada legais ao seu respeito, mas quero que saibam teve uma época que ela era quase boa.
-Anne!- Escuto uma voz conhecida.
Ao olhar para a direção em que a pessoa estava vi que era ela...Leticia!
-Leticia! Meu deus! Quanto tempo! O que está fazendo aqui? -Disse sem respirar.
-Calma! -riu.- Eu não te contei, pois queria fazer uma surpresa!
-E conseguiu!
-Eu convenci meu pai a me deixar terminar a escola aqui e depois, faculdade, baby!- Ela disse animada e terminou a frase com uma dancinha com os braços.
-Puts! Ainda tem a faculdade. -ri acabando com o animo da garota.
-Nem vem! Pelo menos deve ser bem melhor do que a escola, mas enfim, vamos visitar a praia hoje? Comemorar o penúltimo dia de aula!
-Falando em comemorar, ontem teve uma festa celebrando o mesmo motivo que você citou.
-Mas o penúltimo dia de aula é hoje.
-Eles comemoraram o último! -Ri.- Acho que não deixaram eles fazerem a festa depois ou algo do tipo.
-É, deve ser....Mas em, vamos ou não?
-Pode ser, mas antes tenho que passar no prédio do meu pai, para falar algumas coisas com ele e tal.
-Negócios?
-Mais ou menos.
Assim que Letícia terminou a frase, o sino tocou e consequentemente os alunos foram todos as suas salas pertencentes. Por sorte, minha amiga consegue parar na mesma sala que eu, graças à Deus.
-Vamos sentar ali?
-Mas fica perto do grupinho da minha irmã.- Disse fazendo careta.
-Larga de ser nojenta! Vem, vamos. -Não deu tempo nem para pensar e Letícia saiu me puxando para mesa bem ao lado da mesa onde muitas pessoas não gostavam de mim e eu não gostava de volta. Lindo!
Coloquei a bandeja com a comida nada comestível da cantina em cima da mesa, Letícia fez o mesmo se sentando em minha frente.
Não posso dizer que o almoço estava sendo insuportável mas eu notei algo que era muito familiar. Anastásia. A ruiva estava me encarando, não piscava, não mexia o rosto, não movia nada de seu corpo, com exceção de sua mão que levava uma maçã, quase tão vermelha quanto seu cabelo, à boca e a mastigava, calmamente, olhando justamente para mim. Cheguei a pensar que nem respirava de tão parada que estava.
-Letícia.
-Oi? -Respondeu sem olhar para mim por estar concentrada demais em sua comida.
-Olha aquela mulher ali, do lado do menino de óculos verdes.- Ela se virou e ficou um instante olhando para a mesma.
-Que estranho, ela nem pisca.
-Eu encontrei ela ontem na praia, na festa.
-Ela deve estar querendo te sequestrar. -a garota, que voltara a se entreter com seu sanduíche, riu e junto com ela, forcei uma risada. -Mas sério, qual é o problema dela com você?
-Não sei, ontem ela disse que conhecia meu pai e ele não quis me dizer nada que preste sobre ela então não faço a menor ideia.
-Seu pai está com dívidas?
-Ele disse que não. -Respondi me lembrando da estranha conversa que tive de madrugada com meu pai. Uma das coisas que ele havia dito era que essa moça o seguiu depois de seu primeiro encontro com ela, mas imagino que ela não saiba que eu sei o que acontecera na época dele. -Acho que vou falar com ela.
-Isso! Vai falar com sua admiradora.
-Cala a boca. -Falei rindo. -Estou falando sério.
-Eu também, tipo, chega lá assim... "Ou moça, nós tivemos uma conversa ontem e se eu te encantei com a minha beleza e inteligência, sou de outro time".
-Só...só fica quieta. -Ri de suas palavras. -Observe-me.
Fui em direção a saída do refeitório fazendo com que Anastásia me seguisse. Parecia um tipo de segurança do mal. Entrei em um dos corredores vazios, próximos ao lugar que estava anteriormente e não demorou muito para que a mulher aparecesse.
Ficamos uma de frente para a outra. Ela não era tão mais alta que eu, devia ter apenas uns cinco centímetros a mais.
-Imagino que teve "aquela" conversa com seu papai. -Ela disse em um tom malicioso, mexendo nas pontas do meu cabelo. Aquilo estava estranho! Não sei no mundo dela se isso era normal, mas aqui não! -Eu sei que já e ele deve ter dito coisas maravilhosas sobre mim.
-Na verdade, não.
-Aé? Poxa, devo lhe dizer que antes dele conhecer sua mãe, ele era meu e se não fosse pela lei de Velsea, já estaria morta.
-Lei do que?
-Pelo jeito seu pai não lhe contou tudo, não é mesmo? Pobre menina, terá que confiar na pessoa que dizem ser má.
-Porque você fica me perseguindo? Não tem nada melhor para fazer do que ver uma "pobre menina" na escola?
-Eu faço o que eu bem entender, querida, e na verdade, não, não tenho nada melhor.
-Que pena.
Dei-lhe as costas e caminhei de volta para o refeitório avistando dois pequenos homenzinhos, um do lado de Letícia e outro do lado de Caroline. Duende? Não pode ser.
-Não pense que esta ficando doida, duendes são muito úteis quando não retém conhecimento.
-O que você vai fazer?
-Digamos que eu lhe dou dois, não um, mas dois dias para voltar à Arthemisia comigo, veja como eu sou generosa.
-E se eu não for?
-A vida de seus amigos estará em risco.
-Mas... porque você não os mata com as próprias mãos? Já deve ter assassinado alguém antes.
-Será que é surda? A lei de Velsea! Ela proíbe que qualquer um do meu mundo tire a vida de qualquer ser de qualquer outro mundo -suspirou entediada. -Então eu os hipnotizei para que fizessem o que eu quiser.
-Mas...
-Meu deus, menina! Desse jeito você vai fazer meu tímpano querer sair de dentro de minha orelha e sair correndo pelos vinte e nove mundos, pelas águas de Poseidon! Volta para seu lanchinho, vai.
-Quando estiver me observando, seja mais discreta. Está parecendo que você ...deixa para lá. Só seja discreta, por favor.
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Unusual Life (não finalizada)
FanfictionUma garota não tão normal de São Francisco, Califórnia, descobre que a família de seu pai carrega com eles uma maldição que deixará sua vida de ponta cabeça. NÃO TERMINADA