Capítulo 23

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Lauren

Acordei sentindo o peso de meu corpo contra o chão duro e frio de um lugar que tinha um cheiro insuportável. Na metade do caminho a febre parecia quere me consumir viva, o tiro no ombro havia recebido um dos piores tratamentos que já vi na vida, apenas lavaram e enfaixaram. A bala de raspão nem foi olhada, sabia que algum desses ferimentos estava infeccionando. Fui arrastada para uma carruagem que estava caindo aos pedaços, muitas pessoas que sabiam do ocorrido gritavam coisas como "Essa traidora merece a morte", o que me machucava não era o que estavam me falando e sim ver Camila, ela estava no meio de todos, seus lindos olhos castanhos que sempre pareciam felizes me observavam com repulda. A vi virar o rosto quando a olhei, ela estava abraçada a Ariana que continuava chorando desesperada. Não sabia em que lugar estava, mas era uma torre, semelhante a Bastilha que tinha antigamente na França. Me encolhi no canto enquanto tremia de frio, meu corpo doía por inteiro. Olhei por uma pequena janela que tinha por lá r vi que estava chovendo, eu precisava fugir.

Precisava provar para Camila que eu era inocente. Ela me conhecia deveria saber que eu jamais mataria uma pessoa, ela me ama, não é? Quem ama confia e acredita na outra pessoa. Camila teria que acreditar em mim. Nós nos amávamos. Ela era a melhor coisa que tinha me acontecido.

Deixei o choro escapar, comecei a chorar como uma criancinha. Continuei jogada no chão daquele lugar terrível, o cheiro insuportável estava queimando meu nariz. Comecei a tossir enquanto chorava, meus olhos ardiam e a vontade de gritar era maior do que todas as outras coisas. Meu braço queimava, como se estivessem ateando fogo nele a horas. O lugar era úmido e com certeza a pior coisa que eu já havia visto em toda minha vida, um rato passou dentro daquele lugar.

Eu tinha que fugir, ir embora. Encontrar Camila, desistir dessa porcaria de revolução e dar a nós uma chance de sermos felizes e esquecermos das questões políticas. 

Para minha sorte reparei que ainda usava a roupa que usava para ir até o festival de inverno, isso me ajudaria a continuar aquecida, mesmo que a meia calça estivesse rasgada. Me abracei enquanto continuava a chorar, senti algo estranho e duro no bolso do casaco. Assim que coloquei a mão, o colar com o brasão da Espanha estava em meu bolso, ele parecia reluzir na pouca luz vinda da lua que tinha naquele lugar. "Você matou seu primo" "Em algum momento você irá saber a história por completo, e esse colar é a chave para tudo isso" essas frases martelavam em minha mente. O que tudo isso queria dizer?

- Você tem um belo colar.

Me assustei ao ouvir uma voz masculina dizer aquilo, logo escondi o colar no bolso do casaco e ouvi uma risada vinda dessa pessoa.

- Não precisa sentir medo de mim.

O rapaz saiu da sombra em que ele se escondia, logo ele me olhou por completo mordendo os lábios. Algo me dizia que ele era encrenca, seu jeito de me olhar praticamente me comia com os olhos. Mas nada poderia piorar, não é?

- Prazer, Lauren. - falei esticando o braço que não doía para cumprimenta-lo.

- Todos te conhecemos por aqui. - o rapaz piscou esboçando um sorriso. - Você é uma figura popular, Jauregui. Mas o que te trás aqui?

- Nada que seja da sua conta. - falei forçando um sorriso.

- Oh, guardas, me ajudem. Vocês me colocaram na jaula de uma leoa.

O rapaz gritou dramaticamente e logo comecei a rir, por um segundo esqueci de todos meus problemas e olhei para seu rosto. Reparei que ele era um rapaz bonito, mesmo que uma cicatriz passasse por sua sobrancelha indo até a parte de baixo de seu olho.

- Pode me chamar de Luis.

- Prazer.

E naquele momento soube que enquanto um de nós não saísse daquela prisão imunda, teríamos uma companhia forçada um do outro.

(NOTA: *Bastilha: importante prisão francesa que foi derrubada por volta de 1789 e simbolizou o início da revolução já que lá ficavam presos boa parte dos  criminosos. NAO AGUENTEI FICAR SEM FALAR DE REVOLUÇÃO FRANCESA AQUI PQ AMO A FRANÇA E TO MTO FELIZ ENTAO TINJA QUE POSTAT CAPS MSM QUE MEU PE ESTEJA SANGRANDO DE DOR FICOU CURTO MAS EH SO PEA NAO PASSAR BATIDO)

Royal or RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora