Lauren
Quando acordei, não lembrava de mais nada, além da cabeça degolada pendurada na cama. Olhei para Camila e lembrei de tudo que havia acontecido, ela tinha me traído. E isso era imperdoável. Novamente, eu tinha que repensar se valeria a pena continuar no palácio. Desde que cheguei aqui só coisas ruins haviam acontecido, e agora, eu queria ter chance de ser feliz. E a única coisa que me dava felicidade, era minha liberdade como revolucionária.
- Lolo? - Camila falou olhando para mim. - Você está bem?
Olhei para Camila que se mantinha ao meu lado segurando minha mão. Vi que seus olhos estavam inchados, como se tivesse passado um longo tempo chorando. Aquele sofrimento que parecíamos acorrentadas me incomodava cada vez mais, por não ter algo o que fazer para fugirmos de tudo aquilo. E nós éramos diferentes, eu era apenas uma revolucionária que se sentia satisfeita por ver o povo protestando por seus direitos. E Camila, era quem mandava atacar pessoas como eu.
Jamais seríamos felizes juntas por causa dessas diferenças.
- Camila, nós precisamos ter uma conversa séria. - falei com a voz baixa olhando para ela.
- Pode falar, estou aqui para ouvir. Me desculpe por ter permitido que Ariana me beijasse.
Respirei fundo e procurei manter a paciência para dizer aquilo. Ter batido em Ariana foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Mas magoar Camila dizendo que iria embora, não era algo fácil de se dizer. Olhei para ela que continuava com um sorriso sereno em seus lábios, como se pudesse me manter calma simplesmente com aquele gesto.
- Eu quero me separar de você. - falei depois de prender a respiração por um tempo. - Não está dando certo, somos diferentes demais para tudo isso.
Vi seus olhos se encherem de lágrimas, e logo começou a rir como se eu estivesse brincando. Olhei para Camila que se levantou andando de um lado para o outro, enquanto sussurrava para si mesma "É apenas uma brincadeira, ignore Camila, ignore."
- Não! - ela gritou derrubando uma bandeja de metal no chão. - Você não seria capaz de me abandonar para sempre, nós nos amamos.
Me levantei da cama, sentindo uma leve dor na cabeça por fazer esse movimento. Caminhei em passos cuidadosos até Camila que ao me ver próxima dela, me empurrou para o lado e continuou andando de um lado para o outro.
- Onde foi que erramos Lauren? Nós tinhámos tudo para dar certo.
- Quando nos apaixonamos.
Aquilo foi o bastante para Camila soltar as lágrimas que segurava, vi que seus lábios até mesmo tremiam de tanto que ela chorava. Me aproximei novamente dela mas fui empurrada com toda a força do mundo, me fazendo bater as costas contra a parede.
- Adeus, Camila.
Saí da sala da enfermaria e ouvi berros descontrolados vindos do lugar, logo depois, o som de algo que parecia uma estante caindo ecoou no corredor. Senti meu coração apertado, vê-la daquele jeito me machucava. Mas era melhor ela estar machucada desse jeito, do que ser machucada fisicamente. Um dia ela entenderia que fiz isso para o bem dela. Não por egoismo. Caminhei em direção ao quarto, eu precisava arrumar minhas coisas, e voltar logo para a cidade. Soltei um berro assim que vi um tijolo quebrando uma janela, e não me acertando por pouco.
- Vossa majestade, os revolucionários estão invadindo o palácio. - um guarda gritou me puxando pelo braço. - Vou levá-la até um lugar seguro.
Tentei me soltar mas ele insistia em me levar, nós dois íamos em direções opostas. Assim que consegui me soltar um pouco mais acertei um tapa no rosto do guarda, que parou de andar surpreso com aquela atitude.
- Me solte, mas que inferno! - gritei caminhando até a porta para o telhado do palácio. - Irei falar com eles.
Eu continuava correndo, praticamente me jogando chão sempre que algo era jogado contra a janela. Olhei por uma janela e vi que se eu subisse no telhado, iria acabar sendo morta. Mesmo que eu e Camila tivessemos brigado, eu precisava defendê-la daquela multidão furiosa que gritava o quanto eles queriam a cabeça dela.
- Camila! - a chamei assim que a vi abaixada no chão da enfermaria. - Vamos embora daqui agora.
- Não, Lauren vá embora, você me abandona e agora resolve me salvar?! - Camila gritou empurrando meu braço quando me aproximei para puxar ela do chão. - Me deixa em paz, mas que inferno.
- Se você não vier sem ser arrastada, eu juro que te bato até você desmaiar e te carrego pra sairmos daqui. - falei perdendo toda a paciência que ainda me restava. - Agora para de agir como uma mimada e saía dessa porcaria de sala!
Ela arregalou seus olhos ao me ver falando daquela forma, assim que uma pedra foi arremessada pela janela entrando onde nós estávamos ela finalmente me obedeceu, e saiu correndo, vi uma pedra acertar o braço de um guarda que soltou um grunhido de dor, mas logo voltou a sua posição atirando contra a janela.
- Camila, se esconda na ala oeste. - gritei apontando pra o lugar.
Dessa vez, não precisei falar duas vezes. Ela logo saiu correndo e a fiquei observando até que sumisse de vida, olhei a roupa que vestia e logo corri para o quarto. Já era de noite, e eles haviam decidido atacar exatamente agora. Em um horário que parecia "confortável" para eles. Assim que entrei no quarto, peguei uma calça jeans e a vesti junto com uma blusa preta com a manga média, mexi em minhas coisas e encontrei duas armas. Coloquei uma em cada lado da calça e logo prendi o cabelo, calcei uma bota e saí do quarto, corri como louca até chegar ao estábulo.
- Me arranje um cavalo agora. - falei em desespero e o rapaz me olhou assustada.
- É perigoso vossa majestade cavalgar agora.
- Não quero saber, só me dê um cavalo.
Em questão de menos de dois minutos, montei em um cavalo branco e cavalguei até a frente da entrada do palácio, onde boa parte dos revolucionários estavam concentrados. Vi Normani e Ally montadas em seus cavalos de cor preta, e elas me encararam com um sorriso no rosto. Muitos ao me verem aplaudiram e jogaram seus chapéus para o alto, logo vi todos olharem furiosos para o palácio, prestes a atacarem o lugar a qualquer momento, estavam apenas esperando uma ordem.
- Vamos a cidade, nossos objetivos por lá são muito maiores.
Cavalgar o mais rápido que podia, em direção a cidade, me fez perceber o quanto eu sentia falta daquela liberdade que tinha sendo uma revolucionária. O sangue que corria em minhas veias, poderiam ser o mais nobre possível, mas eu jamais seria como Camila. Antes de atravessar o portão olhei para trás e vi Camila, que chorava olhando tudo através de uma das janelas. Nós só poderíamos ser felizes depois que tudo isso terminasse. E eu iria destruir tudo aos poucos. Jamais atacar o palácio teria sentindo, se eles entrassem lá agora, Camila iria ser morta.
- Viemos te buscar. - Normani falou parando do meu lado direito. - Achei que você estava gostando de ser rainha.
- Jamais! - exclamei gargalhando. - Essa vida não foi feita para mim.
- Seja bem vinda de volta. - Ally falou me entregando um broche.
Assim que olhei para a figura do broche, era a cor da bandeira Americana, escrito liberdade no meio da faixa branca. Logo o coloquei em minha blusa preta. E naquele moemtno, soube que jamais voltaria para o palácio, minha maior felicidade e orgulho, era ser uma revolucionária, que logo logo seria vitoriosa, e se tudo desse certo, iria governar ao lado de Camila um país justo e digno para seu povo trabalhador.
[NOTA: CAMILA ESTÁ SOZINHA NO PALÁCIO AGORA OPA fodeu FADINHA VOLTOU MEU POVOOOOOOOOOOOOOOOOOOO QUE SAUDADES EU ESTAVA DE VOCÊS ME CHAMEM NO @DINAHJFUNKEIRA NO TWITTER, PODEM CONVERSAR ETC BEIJOCAS)
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Royal or Rebel
FanfikceEm meio aos rebeldes Lauren cresceu ouvindo o quanto os monarcas haviam prejudicado o mundo com seu comportamento superficial e egocêntrico, cresceu com as idéias revolucionárias pulsando em sua mente, em busca de liberdade, em um mundo oposto Camil...