20. Let me go.

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Nancy conseguiu tirar Brenda do abismo que ela se encontrava depois de um esforço quase sobrenatural. A ruiva jurou que iria perder a mão por conta da dor, mas sofreu em silêncio e não disse nada sobre o que sentia. Depois de saírem do prédio, eles entraram em uma viela que parecia levar até um pedaço da civilização sobrevivente. Brenda parou no meio do caminho e Nancy estacou junto, mas Thomas deu mais uns passos a frente para perceber só mais tarde.

- Tudo bem? - Thomas perguntou, aproximando-se das garotas novamente.

Brenda arregaçou a barra da calça, mostrando uma mordida profunda e ensanguentada. Ela murmurou alguma coisa indecifrável, mas Nancy e Thomas perceberam a sua frustração. Brenda passou uma faixa que havia pegado na mochila na perna, fazendo um curativo discreto e caprichado. Depois que arrumou a calça, escondeu o rosto nos braços apoiados nos joelhos e suspirou. Sentia-se horrível e sabia que aquilo era uma sentença de morte.

- Brenda... - Thomas murmurou, chocado ao ver o ferimento.

- Eu sei. Eu sei. - Brenda estava prestes a chorar, mas Nancy sabia que ela se segurava.

A ruiva não demorou muito para estender a mão para a garota sentada no chão, que a olhou com uma expressão de surpresa. Nancy sabia muito bem como era aquele sentimento e não permitiria que Brenda desistisse desse jeito.

- Vamos procurar o Marcos. - Nancy falou com a mão ainda estendida, mostrando um pedaço da cicatriz roxa no pulso que ganhara três dias atrás.

Brenda sorriu brevemente e agarrou a mão dela. Nancy a puxou para cima com um gemido pela dor que sentiu, mesmo que a amiga tivesse tentado fazer com que ela aguentasse menos do seu peso. Eles foram até o fim da viela e viram algumas pessoas perambulando.

Era como uma grande comunidade de mendigos. Viviam em barracos sujos e desajeitados, andavam com as roupas sujas e o mais agasalhados possíveis. Nancy e Thomas observavam aquela cena com pena. Desde quando o mundo havia se tornado aquela miséria?

- Olha, tentem passar despercebidos. - Brenda falou antes de começar a liderar os dois enquanto mancava discretamente.

Era complicado não encarar as pessoas, aquilo causava tanto choque que tudo o que restava era olhar para o chão. Nancy olhou para trás e viu uma mulher andar de mãos dadas com um menino, lembrando-a de sua mãe e do seu irmão. Baixou os olhos, triste, e continuou a seguir Brenda.

Eles chegaram a uma construção com um estado melhor do que os que já tinham visto e parecia estar lotado por conta das vozes animadas que vinham de dentro. Ao lado dele tinha uma enorme bandeira vermelha com as palavras "Zona A" escritas em branco. Havia bastante pessoas ali, especialmente mulheres maquiadas de forma exagerada vestindo trapos curtos e justos, o que fez Thomas se sentir um tanto desconfortável.

- Vieram para a festa? - uma mulher com um rabo de cavalo loiro perguntou atrás deles, mas essa não se vestia de forma tão vulgar.

- Hã, não. - Nancy respondeu, meio sem jeito. - Viemos ver o Marcos. É aqui que ele mora, certo?

- É aqui que eu moro. - um homem gritou do lado oposto, depois deu um último gole no copo que trazia consigo.

A mulher os empurrou até ele, mesmo que eles se esquivassem das suas mãos esqueléticas.

- Você é o Marcos? - Thomas perguntou, um pouco nervoso com a situação.

- Marcos não mora mais aqui. - o homem respondeu, acariciando o anel no próprio dedo e debochando deles com um sorriso que deixou Nancy um tanto incomodada.

- Sabe onde podemos encontrá-lo? - Brenda perguntou, já que Nancy parecia não querer falar com ele.

- Claro, ele tá na Zona B.

A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》Onde histórias criam vida. Descubra agora