- Meninas, vão comer alguma coisa antes de partimos? - Thomas perguntou, aproximando-se delas.
Nancy e Teresa lançaram-lhe um olhar atravessado sem querer e pareceu ter atingido o rapaz, já que ele havia dado um passo para trás.
- E-Eu posso voltar outra hora...
- Não, Thomas. - Teresa falou depressa, percebendo como ele se sentiu desconfortável. - Tudo bem. Eu já ia beber um pouco de água.
Teresa lançou um olhar triste para Nancy antes de sair, que olhou triste também para o chão. Thomas se posicionou ao lado da ruiva.
- Tá tudo bem entre vocês? - Thomas perguntou, tentando ser delicado e não invasivo.
- Tá tudo bem, estávamos apenas compartilhando nossas memórias. - Nancy respondeu, coçando a nuca novamente.
Thomas percebeu e resolveu perguntar.
- O que houve com o seu pescoço?
- Eu não sei, mas Teresa vem sentindo o mesmo. - ela tirou o cabelo das costas e deixou que Thomas examinasse.
Quando ele fez isso, ela sentiu um arrepio e seu rosto corou, mas não o afastou. Na nuca de Nancy, havia a mesma tatuagem que havia na de Teresa.
- Deve ter algo a ver com as memórias que estão voltando.
- Mas o que você sente? É dor? - ele perguntou, afastando-se e preocupado com ela.
- Não, é só uma coceira mesmo. - Nancy respondeu enquanto sorria.
- Ah, menos mal. - ele respondeu, sorrindo também. - E do que você se lembra? Se me permite perguntar.
Nancy sorriu mais uma vez ao ver como ele conseguia ser mais delicado do que qualquer outro garoto que ela conheceu na vida.
- Eu me lembro da primeira vez que te encontrei.
- Ah, é? Como foi?
- Foi em uma espécie de escola. - Nancy estava um pouco tímida, mas resolveu continuar. - Eu ainda não tinha conhecido Teresa, então era a única garota da turma. Newt fez amizade rápido, mas eu não. Você não queria que eu ficasse sozinha e me chamou pra montar um quebra-cabeça. E eu fiquei muito feliz, mas ainda fiquei muito tímida.
- Eu não me surpreendo por ter escolhido você. - Thomas comentou. - Você deveria ser muito bonitinha quando mais nova com essas sardas.
Thomas pensou por um segundo como ele pôde dizer aquilo em voz alta, mas a reação de Nancy não poderia ser melhor.
- Ah, para! - ela riu, empurrando o ombro dele de leve e cobrindo o rosto depois, fazendo Thomas rir enquanto a encarava. - Você não tem sardas, mas ainda tem as mesmas pintinhas. E continua bonitinho.
- Não mais que você. - Thomas falou sem rodeios, encarando Nancy nos olhos. Ela sorria largamente, mas logo levou o olhar para o chão e parou de sorrir. - O que foi? Por que ficou triste?
- Eu... Eu me lembrei do Fred, meu irmão mais novo. - Nancy gaguejou, lançando um olhar rápido para Thomas. - Janson falou que ele havia sido sequestrado há muito tempo, mas não sei se ele ainda pode estar vivo. E a minha mãe com certeza morreu por causa do Fulgor.
- Eu sinto muito. - Thomas murmurou, aproximando-se dela e encostando no seu ombro enquanto Nancy cruzava os braços.
- E-Eu nem consigo acreditar. - Nancy sussurrou, sentindo as lágrimas tomarem conta dos seus olhos. - Metade da minha família está morta, meu pai quer nos matar... Como as coisas podem ter chegado a esse ponto, Tom?
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A Reason To Keep Fighting《 MR: The Scorch Trials Fanfic 》
Fanfiction[2/4] ▪ [CONCLUÍDA] Depois dos altos e baixos no Labirinto, Nancy e os clareanos são levados à uma base militar que diz protegê-los do CRUEL. Isso deveria ser algo que todos engoliriam de bom grado, mas Nancy e Thomas desconfiam de que há algo errad...