Capítulo 32

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Entro naquela delegacia tentando conceber em minha mente uma forma de colocar em palavras todas as coisas que cantor fez comigo na noite passada, sinto diversos olhares sobre mim e tenho a certeza de que muita gente está me reconhecendo. Vejo olhares de pena, olhares de desconfiança, olhares de dó, olhares de inquisição como se estivessem tentando imaginar o quê que pode ter acontecido com a delegada Alexandra Freitas para ela chegar amparada e machucada a uma delegacia.

Peço para falar com o delegado e para a minha sorte eu encontro um velho amigo Diego, depois de muitos anos e nossos caminhos se separarem eu encontro o policial que foi o meu mentor. Vejo em seus olhos um grande ponto de interrogação e dúvida como se quisesse me perguntar que merda tinha acontecido comigo, a vergonha toma conta de mim pois minha única vontade agora era sumir.

- Alexandra é você minha querida o que está havendo aqui você foi assaltada ou algo do tipo? ( Delegado Diego)

- Quem dera meu amigo eu estivesse aqui por causa de um assalto, Diego eu vim denunciar que eu fui agredida física e sexualmente pelo meu noivo o Heitor. (Alexandra)

- O que como assim? Você tem certeza disso que está falando? Você sabe melhor que ninguém a gravidade que é esse tipo de denuncia ainda mais sobre alguém que é seu noivo? (Delegado Diego)

- Senhor eu sei que esse tipo de acusação não é muito comum mas é a verdade a minha cliente foi brutalmente agredida pelo seu futuro cônjuge e isso não pode ficar impune. (Moisés)

- Tudo bem entendi pela forma que o senhor está falando o senhor deve ser advogado da Alexandra, só estou meio confuso pois conheço tanto sua cliente quanto o Heitor seu noivo e estou muito intrigado com toda essa história. (Delegado Diego)

- Sim compreendo a sua surpresa, mas é a mais pura verdade e vamos relatar com os mínimos detalhes todas as situações ocorridas. E para corroborar tudo temos aqui a senhorita Kalila que trabalha na faxina do motel aonde a senhorita Alexandra foi deixada a Deus dará pelo senhor Heitor. (Moisés)

Ouço cada palavra de Moisés como se fosse uma faca que percorre cada pequeno machucado que existe meu corpo ele me encara me dando a deixa para que eu conte tudo o que ocorreu na noite anterior, sinto um misto de medo, insegurança, nojo, horror, temor ao tentar relembrar cada cena que vivi sabendo isso é necessário. Sinto a mão de Kalila segurar a minha me encorajando para que eu dê o último passo, então começa a contar passo a passo todos os fatos que ocorreram sentindo meu corpo reviver cada soco, chute ou agressão desferida contra ele. Vejo todos me encarar incrédulos com que estão ouvindo. Me sinto a pessoa mais humilhada do mundo e uma vontade de vomitar extrema olho para Kalila e seus olhos estão marejados.

- Bom Alexandra as acusações relatadas aqui são graves demais, se isso tudo se comprovar o Heitor está em uma enrascada sem tamanho. Você conhece o procedimento agora preciso que você vá ao hospital fazer o corpo de delito e  depois retorne aqui para assinar alguns papéis. (Delegado Diego)

- Que papéis senhor, já não é o suficiente tudo isso que aconteceu acho que após o corpo de delito minha cliente deve ir para casa descansar. (Moisés)

- Eu concordo com você que ela tem que descansar mas olha agora eu não vou falar como delegado e sim como homem e um amigo eu acho necessário que sejam feita uma medida protetiva contra ele pois se ele foi capaz de fazer isso com você, você não está segura. (Delegado Diego)

- E você acha que um papel vai impedir ele de fazer qualquer coisa comigo? Se ele aparecer na minha casa o que eu vou fazer no meu estado me diz? (Alexandra)

- Eu sei que não é a medida mais segura mas é o que podemos fazer por vias legais de resto acho que seria prudente você ficar na casa de alguém. (Delegado Diego)

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