Capítulo 5

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10ª Nota

Pelo que me lembro adormeci na metade do filme, e agora faltam apenas duas horas para que eu chegue em minha casa.

Agora que escrevo o tempo parece passar mais rápido então acho que vou fazer as regras que ainda não escrevi.

Primeiramente todas as notas deveram ser enumeradas; devo dar adeus todas as vezes e nomear que as escreve, o que não mudou até agora é que sou eu quem escreve as notas, caso um dia alguém escreva, quando isso acabar eu vou lê-las; vale escrever de forma informal para não ficar notas maçantes; e deixo em aberto para novas regras já que não sei o que irá acontecer daqui pra frente.

Como sou eu, Alice, quem escreve, provavelmente irei burlar uma vez ou outra alguma regra, mas acho que isso acontece com qualquer pessoa que escreve, e como é Minha Alma, posso escrever da maneira que me apetece na hora.

Meu Deus. Faltam 45 minutos, acho que vou pegar outro café e vou ir ao micro-banheiro.

Prontinho, faltam menos de cinco minuto, estou ansiosa, meu café já foi recolocado umas 4 vezes e eu estou mais elétrica impossível, meu coração pulsa mais do que nunca, quero saciar a saudades de tudo e todos.

Lembro de minha mãe ter falado semana passada que meu irmão querendo se mudar para NY na nova cede da empresa, o que me fez sonhar demasiado com isso ao longo dos dias, não consigo imaginar eu e Daniel morando próximos novamente, glória é a palavra que define meu sentimento, não posso esperar mais para ouvir isso dele próprio, acho que ai sim minha vida em New York estaria completa.

Surge aquela dúvida de tia em que possivelmente irá ler minhas notas, "E namorados?" bom, digamos que já tive um, mas, porém, todavia, agora sou solteira que não me apetece namorar, "Como isso Alice?" fácil, estou numa fase da minha vida que não posso ter esse compromisso, estou cheia de livros para ler, coisas para ler, que eu acho que seria egoísta de minha parte fazer alguém se prender em mim sendo que não posso proporcionar o mesmo, posso provar isso com meu último namoro em San Diego, ainda no terceiro ano de faculdade, ele se chama Joshua Tyler, ele era um moreno alto que cursava engenharia e era do time de esportes da faculdade, imagine o Ashton Kutcher que saiu dos filmes e agora esta em sua universidade, dito e feito, esse é meu ex-namorado, ficamos apenas um ano e sete meses, ele ficou sabendo que eu ia me mudar e conversamos, já não estava dando certo, porque eu não me dedicava o suficiente para o relacionamento ir para frente, sim, eu o amava, mas meus estudos estavam e ainda estão em primeiro plano, não tem nada que eu possa fazer para mudar isso.

"Senhores passageiros bem-vindos a San Diego, Califórnia, agradecemos a vossa preferência(...)"

Adeus.

Por: Alice Grayson.

11ª Nota

Me encontro a escrever logo após o jantar e depois de ser atacada pelo meu irmão.

Como foi meu dia? Deixe-me contar.

O avião pousou e eu nem pensei duas vezes em parar no FreeShop e comprar presente aos meus avós, comprei a sagrada caixa de Amarula de meu avô e para minha avó que odeia regalias comprei vários chocolates suíços que ela ama, e prometo que vou comprar a eles uma viagem com o dinheiro que estou novamente juntando.

Comprado os últimos presentes saí em disparada e liguei para minha mãe com lágrimas em minhas bochechas rosadas e à avisei que eu estava a sua espera.

Não deram nem dois minutos e minha mãe, meu pai, meu irmão apareceram ao lado de de um dos motoristas que participaram de várias cenas de minha vida, larguei as malas no chão e corri mais que pude para abraça-los, e fizemos nossa típica e calorosa mania, nós quatro nos envolvemos em um abraço e rodamos, cerca de segundos depois meu pai havia me tirado do chão e me girada do jeito que sempre fez em minha infância e na minha adolescência, lágrimas de felicidade cobriam o rosto de todos, até abracei David, o motorista, de tão alegre meu espírito se encontrava.

De mãos dadas com meu irmão, fomos para o carro, e chegamos em poucos minutos em casa, no caminho conversamos sobre a universidade, sobre o emprego de Daniel, sobre nossa vizinha Marize, sobre tudo que não conversamos o que parecia anos.

Conversa vai e vem, chegamos em casa, deixei as coisas no carro, corri casa à dentro e subi até meu antigo quarto, tudo estava como eu sempre havia deixado, alguns livros da faculdade que deixei aqui, minhas antigas roupas de cama, alguns pijamas, meu desktop, alguns filmes, tudo estava como sempre, dei uns pulos em hesitação e cai de costas em minha cama, o cheiro que havia em meu primeiro quarto me envolveu, melhor cheiro impossível, memórias borbulhavam em minha cabeça, era tudo o que eu precisava, férias ao lado de minha família. Quando sai desse momento memorável percebi que meu irmão já me observava apoiado na porta com um sorriso estalado em seus lábios finos, não pensei duas vezes em levantar de minha cama e pular até ele, envolvendo meus braços nele e colocando as minhas mãos em seu pescoço e o encarando, ele agarrou minha cintura e me tirou do chão, e mostrou-me a língua, eu voltei ao chão gargalhando, parecíamos as mesmas crianças de sempre descendo as escadas e indo até o jardim onde nossos pais estavam. Conversa vai, conversa vem, meu irmão finalmente revelou a verdade, estava mesmo de mudança para NY, ia morar pertinho de mim, e iria ficar pelo visto até o fim de sua carreira lá, fiquei tão entusiasmada que pulei em sei colo, e lhe dei um soco no ombro "Ta campeão maninho!", saltei novamente para minha cadeira e ficamos conversando sobre outros assuntos que confesso não ter prestado muita atenção, ficamos ali até escurecer e a Senhora Jennifer nos chamar para o jantar, então eu pedi licença aos meus pais e a meu irmão e subi até a casa de banho e me banhei, coloquei depois um shorts e uma camiseta larga e confortável, chinelo nos pés e nem sequei o cabelo, logo estavam todos tomados banho e colocados à mesa, tinha tudo o que eu mais amava, frango, pão, petiscos, sucos naturais e muito mais, sentei do lado de meu irmão e meus pais ocupavam seus habituais lugares, um do lado do outro, nos servimos e trocamos de assuntos várias vezes até acabarmos de comer. Meus pais foram ao cinema e meu irmão esta aqui ao meu lado mas nem presta atenção no que eu faço, ele esta com a testa franzida e lábios fechados, uma cara pensativa, nas suas mãos ele tem várias folhas com muitos números que não faço ideia do que seja, acho que seja de seu trabalho, vou tormenta-lo.

"Ei pequeno dos negócios, o que esta fazendo?"

"Trabalhando Ali." ele me responde sem tirar os olhos do papel.

"Babaca me dê atenção se não sou capaz de rapaz toda essa papelada!"

"Você me paga Ali."

Só deu alguns segundos até ele estar lutando comigo com os travesseiros, ele me jogou no chão e me fez cócegas, enquanto eu berrava e o chutava, ficamos brincando e brincando até cansarmos, depois de ficarmos enjoados ele me deu um beijo de boa noite e foi ao seu quarto, colocou pijama, pensei que ele ia dormir no quarto dele até que um tempo depois ele apareceu com seu travesseiro na mão.

"Larga esse livro pirralha, vamos ver um filme até dormir."

Vamos ver um filme.

Boa Noite.

Adeus.

Por: Alicia Grayson.

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