Capítulo Três

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Tanya não sabe o que pensar do guerreiro mascarado. Às vezes ela pensa que ele está lá apenas para quando o Tagon achar que ela não é mais útil. De fato, ela sabe que ele está lá para isso, ele nunca fez questão de esconder. Mas você também desconfia que Tagon ou enviou para vigiá-la. Pela quantidade de tempo que o guerreiro passa olhando para ela, observando-a, catalogando cada uma das suas respostas, é quase difícil não pensar assim. O que deixa em dúvida se Yangcha é apenas extremamente observador ou se está executando uma função ordenada.

Yangcha observa muito. Observa tudo. Todo o tempo. E também ouve, analisa conversas, analisa gestos, olha, guarda muitas coisas na memória. Se ele não é um espião então ele tem uma obsessão em desvendar como pessoas. No entanto, Tanya nunca ouviu ele pensar em reportar ou contar algo para Tagon ou outra pessoa. É como se ele observasse tudo apenas para si.

Se ele é um espião, Tanya sabe que ela está em vantagem, já que pode ouvir os pensamentos dele. Quase todos, se ela se concentrar. Yangcha dificilmente tenta ocultar algo - o guerreiro é tão baixo quanto o ponto de pensar em mulheres na frente da Alta Sacerdotisa. Ele pode aprender muitas coisas observando Tanya, mas também aprende muitas coisas ouvindo Yangcha. Como no caso de Mobaek e Tagon. Yangcha sabia que Mobaek mentia - e não disse nada sobre Tagon. Porque? O guerreiro realmente não pode falar, nem com Tagon? Isso é um mistério que deixa Tanya curiosa. É melhor focar no fato de que a Eunseom está em algum lugar lá fora, em perigo, e não há nada que Tanya possa fazer por ele.

Tanya decide arriscar um pouco.

- Yangcha, sente comigo. - ela pede, na hora do almoço.

O guerreiro olha, desconfiado, então se aproxima lentamente e senta.

- Você pode comer comigo? - a sacerdotisa pergunta.

'Porque?'

- Você pode ou não?

Yangcha franze as sobrancelhas. 'Alucinógeno? Bichwasan?'

- Eu não envenenei a comida, seu... gosal. Aqui. - Tanya começa a comer, antes de empurrar a tigela para Yangcha. Ele não pega.

'Porque você quer que eu coma?' Yangcha insiste.

- Porque eu não quero comer sozinha.

'Chame uma de suas sacerdotisas'.

- Porque você é tão desconfiado?

Tanya pode jurar que o guerreiro está sorrindo, mesmo que ela não consiga ver. A maneira como seus olhos apenas diminuem nos cantos é muito suspeita.

'Eu cresci em Arthdal, Niruha' ele diz, como se isso explicasse tudo.

Claro, explica muito. A confiança não é algo que exista em Arthdal.

- Você é proibido de comer na frente das pessoas? - Tanya pergunta, curiosa.

'Porque você quer que eu coma?'. Yangcha é tão imutável como uma pedra.

- Bem... eu estou um pouco curiosa sobre o seu rosto, é isso. - Tanya diz.

Não é uma mentira. Ela está curiosa, quase desde o primeiro momento que viu o guerreiro com a máscara. Ela pensou que ele usava apenas em batalha, como parte de suas roupas de guerra, mas obviamente ele usa todo o tempo. Obviamente, não é o verdadeiro motivo dela ter chamado-o para comer, mas pode servir para fazer o guerreiro baixar a guarda.

'Se você quer tanto que eu mostre meu rosto, você só devia ter pedido, Niruha'. Ele é tão presunçoso. Até na maneira que diz 'Niruha', com zombaria em vez de reverência. Tanya sente o desejo de socar algo, mas... esse não é Eunseom, que ela podia bater, perseguir e jogar pedras. Ela estremece só de pensar em bater em Yangcha - a violência do guerreiro não é facilmente esquecível.

O amor de uma Sacerdotisa [Tanya / Yangcha]Onde histórias criam vida. Descubra agora