Sentimentos sufocados

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A noite do baile não tinha acabado como Rose tinha planejado. Ela estava com o rosto péssimo e os olhos inchados de tanto chorar. Chorou tudo o que não tinha chorado nos últimos anos. Como se as lágrimas pudessem tirar de dentro de si a dor que sentia. Mas ao amanhecer as lágrimas tinham acabado e a dor continuava.

A garota estava em uma cabine sozinha. Não queria conversar com ninguém, já bastava ter tido que dividir a carruagem com pessoas felizes e radiantes enquanto ela só queria arrancar o sorriso da cara de cada um deles.

Evitou Chloe e Ellie o máximo possível e por sorte não foi obrigada a cruzar com Scorpius. Acreditava que se o visse não suportaria a dor e as lágrimas voltariam em cascatas.

― Eu fui uma tola. – Ela suspirou encostando a testa no vidro da janela, o frio ajudava na dor de cabeça que sentia por ter chorado tanto.

E apesar de querer ficar sozinha escutou batidas leves na porta da cabine e se submeteu a averiguar quem poderia estar a incomodando. Dependendo de quem fosse jogaria um feitiço leve e voltaria para sua paz.

― Posso falar com Hugo?

Era Lily. A prima também tinha uma cara péssima. Anne estava junto como se fosse a responsável por trazer a menina até ali.

― Não. – Rose respondeu secamente.

― Rose... – E a ruiva começou a chorar. Fazendo com que os olhos de Rose recuperasse todas as lágrimas que tinham secado.

― Ele não está aqui Lily. – Rose segurou as mãos da garota. Anne segurava os ombros. – Estou sozinha.

― Eu preciso falar com ele... Eu...

― Olha, não sei o que aconteceu, mas pela manhã a Mcgonagall me avisou que ele já tinha ido para casa. – Rose explicou para a prima.

Anne sorriu agradecida por Rose ter ficado mais suave ao falar com Lily.

― Provavelmente vai poder falar com ele no Natal em família. - Rose disse, mas não tinha certeza se qualquer um dos dois iriam querer comemorar o Natal Weasley como toda aquela alegria. – Ou esperar que retornemos, são poucos dias.

Lily parecia decepcionada. E voltou pelo caminho que tinha ido. Estava dividindo uma cabine com as garotas do grupo de Anne, as que foram juntas ao baile.

― Rose, posso falar com você? – Anne perguntou esperando levar uma negativa.

― É importante?

― Um pouco.

― Então fale logo. – Rose disse esperando pela próxima noticia ruim.

Anne procurou um pouco na sua boca e respirou tranquila quando finalmente conseguiu tirar algo de dentro.

― É para você. – Anne sorriu.

― Um presente?

― Quero agradecer por ter me ajudado a enxergar muitas coisas novas, por ter me proporcionada aprendizado sobre o mundo e as pessoas, por ter permitido que encontrasse amigos diferentes. Obrigada. – Anne a abraçou sem aviso.

A rosa indomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora