A correntinha e a rosa domada

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Rose tinha guardado o presente de Scorpius no meio de um de seus livros preferidos. Não sabia o que deveria fazer ou pensar depois daquilo. E as palavras de Lily ainda rondavam sua cabeça. Quando suas amigas invadiram sua cabine de trem foram avidamente questionadas.

― Acham que eu só me importo comigo?

― Oi para você também Rose. – Chloe disse. – Como foram as festividades? Tudo bem. Que legal.

― Não tenho tempo para isso. – Rose afirmou e percebeu as meninas se entreolhando. – Meu Deus, essa frase responde a pergunta.

― Rose, você se importa com muitas causas. – Ellie começou. – E isso já é totalmente diferente de se importar só com você...

― Mas... Tem um mas né?

― Mas você às vezes não se importa como as outras pessoas estão se sentindo ou lidando com assuntos específicos. – Ellie completou.

― E também quer tudo do seu jeito. – Chloe desabafou. – Só que desde que está com Scorpius melhorou bastante.

Rose não podia acreditar. Que Lily estava certa e que as meninas estavam dizendo que Scorpius a fez melhorar. Ninguém sabia do fim do namoro, a ruiva tinha se isolado para evitar todo o drama, mas aparentemente o drama estava se aproximando porque o trem logo chegaria a Hogwarts.

xx

Hugo até tentou escapar do trem, mas não queria ter que enfrentar outro interrogatório da mãe. A carta que Lily lhe enviará estava guardada dentro da mochila, não tinha tido coragem de lê-la. Quando chegou à estação se despediu rápido antes que os primos aparecessem. Agora estava com Rose e as amigas dela fingindo que não existia e se mantendo calado a maior parte do tempo.

Infelizmente sua irmã tinha conquistado uma admiradora assídua e quando menos esperava Anne entrou pela porta pronta para planejar os próximos encontros e reuniões. Seu olhar atravessou o ruivo tão raivosamente quanto os olhares que Rose dava para as pessoas. Certamente a garota estava seguindo bem os passos do mestre.

― Hugo, quero falar com você. – Seu sorriso não enganava o garoto.

― Infelizmente preciso trocar minhas vestes... – ele foi saindo.

Mas deveria ter pressentido que Anne não o deixaria escapar facilmente. O colocou contra uma das portas de cabine em pleno corredor sem se importar com as pessoas que passavam por eles.

― Olha aqui... – Ela respirou profundamente. – apenas leia a maldita carta que Lily te mandou. Ficaram semanas e mais semanas trocando cartas através de outras pessoas e agora que têm a chance de trocar carta com a pessoa certa fica enrolando. Apenas leia a carta.

― Uau. – Hugo disse. – Você fez igualzinho a Rose.

― Sério?- Anne sorriu. – Jura?

― Juro.

Ela parecia muito orgulhosa e satisfeita.

― Apenas leia. Por favor. – Anne pediu.

― Vou ler. Prometo.

― Tudo bem. – Anne disse voltando a ser animada e sorridente. Voltou para a cabine de Rose deixando Hugo sozinho no corredor do trem.

A rosa indomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora