Fuga

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—Vem, você precisa deitar. — Justin falou me levando para o quarto, eu tinha nos transportado para fora daquele lugar. Na nossa casa escondida.

—O que você acha que está acontecendo? — perguntei ainda chorando. Justin suspirou.

—Eu não sei, Kylie. — Sua voz mostrou seu pânico e eu parei na porta do quarto. Mudei minha roupa me livrando de tudo aquilo.

—Teremos que explicar o que aconteceu. — disse e ele assentiu se virando. — Vamos pesquisar o que é isso. A porta para o meu mundo está aqui.

—Não, você vai descansar. — Ele falou e eu revirei os olhos. — Vou ligar para Astra, pedir para ela trazer o médico da família.

—Vai contar para ela? — perguntei e ele deu de ombros.

—Vou deixar você morrer? Você não pode ir pegar o médico, eu não... Não precisamos dela. — Justin correu para fora do quarto e eu apenas me deitei.

A dor tinha aliviado e eu não entendia o motivo. Então lembrei que toda minha família possuía magia, o que me fez reforçar o feitiço de camuflagem em volta da casa. A dor aumentou e eu me deitei gemendo. Apertei o travesseiro chorando.

—Aqui! — ele falou entrando no quarto com o médico, estreitei os olhos confusa.

—Como? — foi tudo que consegui perguntar antes de gritar de dor. O médico correu vindo me examinar, ele abriu sua maleta tirando um ultrassom, levantou minha blusa e passou o aparelho.

—Você está com dois meses, não dá pra ver muita coisa com esse, mas me parece que ele está bem. Não é um aborto. Precisamos ir pro hospital para fazer exames, Justin. — olhei para ele que assentiu.

Ele segurou nos dois se transportando conosco para o hospital. O olhei perplexa, Justin apenas sorriu de lado. O médico nos levou para um quarto e foi dar entrada no meu caso.

—Onde está? — perguntei com certo alivio da dor. Ele tirou a pedra que estava presa em um colar dentro de suas roupas.

A segurei entre meu indicador e o polegar, sentindo uma recarga de energia. Sorri e então o puxei para um beijo.

—Eu ainda não concordo com você ter feito isso. — disse alisando seu rosto. Uma enfermeira entrou e trouxe soro, colocando em meu braço, injetou algo que ela disse ser um remédio para dor.

[...]

Justin dormia profundamente no sofá. Eu tinha acordado a algum tempo e não queria acorda-lo. Tinha sido um longo dia e eu tinha dormido muito bem na maca do hospital, eu continuava internada apesar da dor ter passado.

A porta foi aberta e por ela surgiram os dois casais, soltei um longo suspiro.

—Saiam! — exigi apontando para a saída.

—O que? — Justin falou atordoado, caindo do sofá.

—O que aconteceu? — Amélia perguntou vindo para perto de mim, longe de Justin.

—Nada que seja da sua conta, Amélia. — falei rude, ela engoliu a seco.

—Sua mal criada, não fale assim com sua mãe! — Mason respondeu de volta, bravo.

—Bla bla bla... — disse imitando sua voz, isso o deixou ainda mais zangado.

—O que vocês querem? — Justin perguntou ficando ao meu lado.

—Ver nossa filha. — Amélia falou pelo casal.

—Vamos embora Justin, isso não é com você. — Jeremy falou apontando para a porta.

Choices of the heart 3 - A princesa perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora