Às três da manhã, Justin acordou com uma dor de cabeça insuportável e com a boca seca.
Acendeu o abajur e viu que as garrafas não estavam mais no chão e os cacos de vidro haviam sido retirados.Franziu o cenho.
A cabeça latejou.
Olhou para o lado, vendo Hope encolhida na cadeira que ficava no enorme quarto. Sorriu. Ela havia o ajudado, havia salvado ele.
Aquela situação já tinha acontecido antes, mas ela não estava ali para protegê-lo daquela maneira. Ele se sentiu acolhido. Austin já tinha desistido há anos de tentar ajudá-lo, e o mesmo não queria brigar com o melhor amigo e forçá-lo a dizer qualquer coisa, então simplesmente passou a deixar Justin com seus próprios pensamentos e atitudes, por mais incoerentes que fossem.
Se levantou da cama, indo até onde a garota estava. Fazendo o máximo possível para não acordá-la, desajeitadamente ele a pegou no colo, ajeitando-a em seus braços.
Conseguiu abrir a porta do quarto, indo para o quarto que Hope estava ficando. Abriu a porta do mesmo, e ao andar um pouco com a moça em seu colo, a colocou deitada na cama.
Ela pelo visto tinha um sono bem pesado. O Adams a viu se aconchegar e em seguida, a cobriu.
Se sentia culpado pelo que tinha acontecido, sabia que beber não era o melhor caminho para lidar com suas angústias, muito menos descontar em outras pessoas.
Mas Hope lhe deu um sentido, ou melhor, quase um banho de água fria.
Ele precisava aprender que não era culpa dele e mesmo que o magoasse, escutar e não fazer algo negativo que realmente iria lhe ajudar.Saiu do quarto, fechando a porta devagar com um sorriso leve.
Tudo bem, talvez ele ainda estivesse um pouco bêbado. Mas já estava se recuperando, aquilo era bom. Graças a Hope.
Esperança.
Foi horrível tratá-la daquela maneira tão imbecil e sem um pingo de moral. Isso martelava na cabeça dele. Seus pais nunca o ensinaram a fazer algo daquele tipo, só queria que o dia clareasse para que pudesse se desculpar, mesmo sabendo que aquilo foi um baita de uma idiotice que não merecia perdão. Só queria agradecê-la e se desculpar.
Contudo, mesmo arrependido por ter feito aquilo sem um pingo de noção ou da aprovação dela, tinha certeza que ela sentiu algo naquele momento.
E ele também.
Como precisou ficar embriagado para perceber que aquela garota era extremamente linda?
O corpo esquentava só de lembrar da proximidade que ficou entre os dois quando ele a prensou na porta. As curvas, o cheiro doce, a maciez da pele dela... Os lábios que pareciam muito chamá-lo naquele momento...
Balançou a cabeça negativamente e saindo do quarto, foi para a cozinha, ignorando os pensamentos vagos e começou a preparar um café forte.
Pegou uma banana na fruteira, descascou e a comeu sem muita vontade. Era médico, sabia que se tomasse um antiinflamatório, no caso, algum analgésico, de estômago vazio poderia piorar a seus sintomas.Depois de comê-la, o café já estava pronto. Tirou o filtro e o jogou no lixo, para logo depois fechar um pouco a garrafa, deixando a tampinha um tanto aberta para virar uma boa quantidade em uma xícara grande.
Pegou a garrafa d'água na geladeira e encheu um outro copo, e tomou junto com um analgésico para dor de cabeça. Lavou o copo, tomou a xícara em seus dedos e foi até a sacada que tinha na sala para observar a cidade.
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Where Is The Love?
Mystery / ThrillerEla estava com a boca seca, o estômago roncava Os olhos vermelhos e a cabeça girava Fugir era a única opção Naquela situação Precisava da polícia, um médico Qualquer especialista Estava perdida e necessitava de ajuda. Um caso misterioso assombrou as...