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Hope estava desolada.

Não podia estar em situação pior do que a que estava acontecendo na sua vida. Era muita coisa atrás da outra, e se lhe perguntassem se ela conseguiria fazer uma biografia com mais de 300 páginas, ela diria que sim.

A Collins nem chorava mais. As lágrimas já tinham sido todas derramadas no enterro de Alison Courteney, uma amiga que, mesmo com tão pouco tempo de convivência, havia criado um laço maior do que o esperado.

O dia anterior havia sido um inferno; eram policiais entrando e saindo tanto do hospital quanto da casa de Justin, e a médica estava até de certa forma assustada com toda aquela movimentação.

Viu Alison morrer na sua frente, sufocada por um travesseiro de hospital, com os aparelhos desligados, sem dar certeza se ela estava realmente viva ou não.

Ver a mãe dela chorando era de partir o coração, mas ver o assassino sendo levado pelo camburão da polícia, era uma de satisfação e raiva.

No dia seguinte, bem cedo, foi o enterro da Courteney, enquanto o restante do dia anterior, Justin, Felícia e Hope tiraram algumas semanas de folga do hospital, pelo trauma, Carrie e Corey continuaram no necrotério e até estavam para fazer a retirada dos órgãos de Alison, que a mãe pediu para que doasse. Naomi e Austin, assim como mais alguns policiais e até mesmo Raul Potter, o chefe de polícia, esteve presente para auxiliar no caso que estava aterrorizando as regiões da Califórnia.

Depois que o enterro e a oração em nome da alma de Alison acabou, os 7 foram direto para o apartamento de Justin e Austin, tentando descansar um pouco.

Porém, eles falavam, falavam e falavam, e Hope não ouvia praticamente nada. Estava alheia a tudo, desde o dia anterior não tomava um banho e não dormia. O medo e as lembranças tomavam cada vez mais conta de seu corpo.

- Melhor irmos, temos muitas coisas para fazer casa. — Carrie falou, encarando a irmã, que permanecia sentada no sofá.

- Não vou para casa, vou passar direto no mercado para fazer as compras do mês e ir a sorveteria. Eu literalmente preciso esfriar a cabeça. — Felícia respondeu, dando um longo suspiro.

- Eu te acompanho até em casa. — Corey se ofereceu, e a Morgan mais velha nem contestou. Certamente não iria admitir em voz alta, mas adorava a companhia do policial forense.

- E eu e o Austin vamos para a delegacia. Ainda temos que ver o Tyler hoje. — a japonesa disse, olhando discretamente para Hope, que continuava imóvel no sofá.

- Eu vou com ela. — Ryan, que estava do lado da namorada, disse a ela, apontando para Felícia do outro lado da sala. — Preciso comprar algumas coisas para mim, não quero dar muito trabalho. Prefere que eu fique?

- Está tudo bem. Pode ir. — Hope murmurou, baixinho, finalmente encarando alguém nos olhos.

- Precisa de algo?

- Não, obrigada.

O Montgomery assentiu, e depois de todos se despedirem, ele, Felícia, Naomi, Carrie, Austin e Corey começaram a sair do apartamento.

- Cara, cuida dela. — o Cooper murmurou para Justin, que um tanto envergonhado, assentiu, fechando a porta de casa.

O Adams andou lentamente até a Collins, que desceu no sofá, se jogando no tapete felpudo da sala, encarando o teto. O médico, se deitou ao lado dela, ficando em silêncio.

Ele entendia a dor dela, e não tinha passado nem pela metade. Hope Collins era muito forte, como a própria esperança.

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