amidst lost loves, i found you

nine

Desliguei as luzes e deitei, fiquei conversando com a Lia até pegar no sono. Acordei mais ou menos 8:10am com  a voz do meu pai, a minha unica reação foi colocar o travesseiro no meu rosto para tampar a minha audição.
— Onde está a Joy? - Ele pergunta perto da escada — Está dormindo ainda, pode ir acorda-la - Diz minha vó.  Então ouço os passos dele vindo em direção do meu quarto — Joy? - Pergunta batendo na porta —Entra - Falo levantando da cama — Nossa como você está enorme, me dê um abraço - Diz com um sorriso imenso — Acho melhor não - Digo pegando minhas coisas — Joy, o que você achou de eu ir com vocês? Eu tenho bastante saudade daquela casa — Acho legal, pelo menos alguém vai se divertir  - Falo saindo e indo direto para o banheiro — É.. e você não vai? - Pergunta indo atrás de mim. Dou um sorriso e fecho a porta na cara dele, sento no vaso e começo a chorar e me questiono o por quê dessa atitude ridícula de uma criança de 11 anos que não superou a perda da mãe. Enxuguei as lágrimas, escovei meus dentes e mandei mensagem para a Lia com foto. Termino tudo e vou direto para a entrada onde todos ja estão arrumando as malas, subo novamente e vou pegar as minhas e toda vez que olho para o meu pai ele me da um sorriso, eu apenas retribuo e continuo fazendo tudo. Ja são 08:40am e todos ja estavam dentro do carro com os cintos e eu era a única que faltava, entro no carro com a esperança da Lia chegar e eu pudesse ver ela mais uma vez, más sabia que isso nunca iria acontecer — VAMOS JOY - Grita meu pai todo feliz. Entro no banco de trás ao lado do Nic, ele liga o carro e vamos em direção ao destino. De repente recebo mensagem da Lia perguntando se eu ja tinha saido de casa e respondi que sim
— Pai, pode parar na biblioteca? preciso ver uma coisa com o Mrs.Hilton - Falo tremendo a perna por conta da ansiedade — Claro joy - Responde olhando pelo o espelho. Depois de 10 minutos eu chego na loja toda nervosa tentando encontrar ela e recebo uma mensagem justamente dela. Procuro ela em todo canto mas, começo a perceber coisas bem suspeitas, sigo alguns adesivos que tinham espalhos pela a biblioteca em forma e caminho, primeiro vi um adesivo de guitarra e comecei a seguir,  em seguida vi uma da orelha do van gogh — Muito engraçado - Disse rindo. Continuei seguindo os adesivos até que tinha uma carta no chão no final da biblioteca, peguei, abri e estava escrito “Parabéns, sabia que era inteligente, agora deve me encontrar”. Dou um sorriso e vou atrás dela, subo até o terraço e vejo ela — Isso é tão previsível e clichê Lia - Digo sentando do lado dela — E você não gosta de clichês? - Pergunta me olhando — Olha, eu não sei o que vai acontecer aqui, mas vou sentir saudade das suas cantadas diretas — Então toma - Diz ela me mandando um papel — Abre - Diz. Abri e tinha a letra que ela me escreveu os acordes para conseguir toca-la, apenas sorri e dei um beijo nela — Muito  obrigada, eu não te trouxe nada - Digo cabisbaixa — Hm, pera - Falo tirando a minha bandana da cabeça — Toma, essa é a minha bandana favorita cuida bem - Digo entregando nas mãos dela — Pode deixar - Disse colocando — Ficou bom? - Pergunta — Sim, está linda.. - Respondo. Ela me olhando com um sorriso tão bobo e tão sincero que percebo que é real o que ela esta sentindo, então apenas a beijo e ela retribui,  descemos e cada uma vai para um lado e volto para o carro.
— Vamos - Digo fechando a porta — Joy, cade seu lenço? pergunta o Nic — Hã, acho que deixei com a Emily - Respondo rindo olhando para a janela

Meu pai liga o carro e vamos para o destino, vejo a Lia do outro lado da rua usando a minha bandana e dou um leve sorrisinho bobo. Pego meu celular e o fone e coloco na minha playlist indie. Ao logo da estrada depois de 2 horas de viagem olho a grama, os pássaros, as vacas e os bezerros no pasto e como eu me sinto livre aqui é uma das melhores sensações que todo ser humano deveria ter, se sentir livre. Acabei dormindo enquanto escutava Arctic Monkeys. Acordei já com o carro estacionando na frente da casa da vovó, tiro o cinto olho o meu celular e não tinha nenhuma mensagem da Lia, bloqueei o celular e saio do carro — Quer ajuda pai? - Perguntando indo em diração ao porta-malas — Por favor Joy - Diz me entregando minha mochila e as malas da vovó — Só tem isso aqui, vamos - Diz fechando o porta-malas. Eu e ele andamos pela a estrada de pedra até chegar na porta da casa — Quando eu era mais jovem trazia todas as minhas namoradas aqui - Diz apontando em direção ao lago — O senhor era muito namoradeiro - Ri - e quantas trouxe pra cá? - Pergunto — Uma só,  sua mãe  - Ele responde olhando pra mim — Foi a unica mulher que me fez acreditar no amor novamente — Sério? - Pergunto — Sim - Diz — Coloca aqui no chão que eu levo — Fala colocando a mala dele e do Nic. Entro na casa e subo direto para o meu quarto, coloco minha mochila na cama e deito no tapete do chão, pego o bilhete que a Lia me deu e fico lendo e sorrindo, sento e tenho a ideia de gravar, pego meu computador, meu ukulele que está guardado dentro do meu armário, afino ele e coloco para gravar. Finalizo a gravação e tento ligar para Lia e cai na caixa postal, então aproveiro e troco de roupa colocando um short, meu chinelo amarelo e minha blusa da banda Queen. Desço para a cozinha pois está um cheiro maravilhoso de bolo de chocolate — Que cheiro gostoso é esse? - Pergunto sentando na mesa — Bolo de chocolate - Diz arrumando  bancada — Cade o Nic? - pergunto — Está com o seu pai la no lago, acho que estão tomando banho, vai também — Diz ela sorrindo — Não quer que eu fique aqui com a senhora? - Pergunto levantando da mesa — Não fia, pode ir — Não vó,  vou ficar aqui com a senhora, quer ir no quintal? - Pergunto — Ta bom, vamos, mas depois tenho que vir ver o bolo para não queimar – Diz largando a bancada e indo para a porta — Eu venho ver, calma ai vó vou pegar minhas coisas ‐Falo subindo as escadas correndo. Abro minha mala que está no meu quadro e meus estojos e pincéis que estão com as tintas. Desço rapidamente e vou até o quintal e vejo minha vovó sentada com os olhinhos fechados ouvindo o barulho das árvores  — Cheguei vó - Disse colocando tudo no chão —Vó posso desenhar as senhora? - Pergunto sorrindo — Pode, mas duvido que consiga capitar minha beleza - Responde rindo. Começo fazendo o esboço do rosto e o tronco primeiro, depois fui colocando as cores primarias e alguns tons de branco para conseguir chegar na cor de pele dela. — CHEGAMOS - Diz meu pai gritando todo ensopado por conta do lago — Nossa Joy você perdeu, está tão bom ‐ Diz o Nic correndo de felicidade — Vai se trocar, mais tarde eu vou, o sol ainda esta quente, vou esperar ficar tardezinha - Digo. Depois de exatos dez minutos — Olha - Falo mostrando para ela — TA LINDO! - Exclama — Vai fazer faculdade disso? vai se sair muito bem faço questão de pagar ‐Diz pegando o quadro — Vou colocar no meu quarto,  Obrigada de Verdade - Diz me dando um abraço, retribuo o abraço e guardo as coisas enquanto  ela admira o quadro. Pego meu celular e tento mandar mensagem para Lia, não sei ela está ocupada mas eu real não paro de pensar nela. Subo para o quarto  levando meus materias, pego meu maiô e vou direto para o lago, ao caminho me deparo com um balanço que ficava em um galho da árvore e veio na minha mente cenas de quando eu era criança brincando nesse balanço, dou um sorriso de canto de boca e continuo indo em direção ao lago. Chegando lá  coloco minhas coisas no chão e estendo a canga no chão, coloco meu chinelo de canto e pulo no lago. A água estava totalmente fria, continuo mergulhando até que vejo algo estranho do outro lado, tento nadar até la mas era muito fundo e eu teria que dar a volta, ignoro essa situação e volto para a margem do lago. Meu celular começa a tocar e eu saio correndo para atender e era a Lia me ligando pois eu não tinha visto as mensagens dela.