Nineteen

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Na manhã seguinte acordei mais ou menos 10:40am e em seguida acordei a Lia - Oi, vi que o studio da minha suposta "mae" é relativamente perto - Digo balançando ela - Oi, bom dia pra você também - Diz acordando - Vou ir tomar banho - Digo me levantando enquanto ela voltava a dormir - Não é para dormir - Digo - Você quem manda - Diz sorrindo, entro no banho enquanto a Lia ainda estava tentando raciocinar que dia estávamos, como sempre, a ansiedade de estar vivendo isso agora, encontrar a minha mãe depois de muito tempo, seria uma honra, mesmo que algumas semanas atrás eu tive uma crise por conta que eu iria "ver" ela e agora eu só quero fazer as pazes e saber o porquê do abandono, lavo meu cabelo, tiro o shampoo e em seguida saio do banho, vou para a pia e faço minhas higienes. Saio do banheiro e vejo a Lia dormindo como se não houvesse amanhã, sento ao lado dela - ACORDA - Grito rindo - Porra Joy - Grita - Vai tomar banho, temos coisas para fazer hoje, como UMA FESTA FRANCESA - Digo me empolgando - Ta bom meu amor - diz me beijando - Hm.. vai querer ir mesmo no studio da Louise? - Pergunta se levantando - Sinto uma coisa boa sabe - Respondo - Ta bom, então daqui dez minutos eu estou pronta - Diz tirando a roupa - Ok - Digo. Fiquei mexendo no celular e vi que no da Lia tinha chegado mensagem, eu não queria rotular nada, não sei se ela contou aos seus amigos que estávamos namorando então acabei vendo a notificação e era do meu pai, eu fiquei muito confusa ao ponto de não saber o porque dela ter mentindo pra mim, começamos a namorar praticamente ontem, e a quanto tempo ela está mentindo pra mim? a quanto tempo ela teve a audácia de fingir que estava tudo bem? eu não vou ver a conversa e nem vou pergunta-lá nada, se não teve razões para me dizer antes não é agora que ela vai contar. Bloqueio o celular e vou direto a sacada, fico olhando a rua e não consigo parar de pensar na grande mentira que ocorreu desde provavelmente o campo. Em seguida Lia sai do banheiro cantando uma das suas músicas - Eu sinto saudade de tocar com os meninos - Diz secando o cabelo - Até com o Josh? - pergunto rindo - Engraçadinha - Ri - Ele ia surtar se você fosse aos ensaios - Diz - Gostaria muito de ver vocês tocando - Digo - Eu vou terminar de me vestir e você pede o táxi ta bom? - Pergunta - Sim meu amor - Digo - Lia, chegou alguma mensagem no seu seu celular - Digo apontando em direção, ela foi correndo pegar o celular e em instantes respondeu e já bloqueou a tela - Não era nada - Disfarça - Nunca vi você assim - Digo - Assim? - Pergunta - Sim, desesperada - Respondo, ela ri e tenta disfarçar indo colocar o tênis - Vamos? - Pergunta - Sim - Respondo indo colocar perfume, saímos do quarto e eu fui pedindo o táxi enquanto estávamos no elevador - Vai chegar em instantes - Digo desligando a ligação - Ok meu amor - Diz, ela estende a mão para que eu possa entrelaçar com a dela, faço isso em seguida e chegamos na portaria do hotel, esperamos o táxi mais ou menos dois minutos, entramos e fomos ao destino. Chegando no Studio tinha algumas modelos se preparando para fazer a entrevista - Excusez-moi, c'est le studio de Louise ? ( Com licença, este é o estúdio da Louise ) - Pergunto a moça que trabalha na recepção - Oui, tu es mannequin ? ( Sim, você é modelo? ) - Pergunta - Je veux être, comment tu fais ? ( Eu quero ser, como você faz isso? ) - Pergunto - Pas moi, Louise, attends à côté, elle te parlera (Não eu, Louise, espere ao lado, ela vai falar com você) - Diz ela apontando - Merci - Digo me sentando ao lado, em alguns bancos - Será que ela vai me reconhecer? - Pergunto - Uma grande possibilidade meu amor - Responde pegando na minha mão. Esperamos cerca de 30 minutos até que a Louise nos chamasse pra sua sala, ao entrar, ela paralisou e eu apenas fingi que não estava havendo nada - Sente-se - Disse - Você fala nosso idioma? - Pergunto - Sim, nasci aqui, mas fui criada em NY - Diz - Serio? - Pergunta a Lia - O que vocês querem conversar comigo? - Pergunta, ficamos em silêncio por um bom tempo até que eu começo a ficar nervosa - Então? - Pergunta - Ok - Respondo nervosa - Talvez isso seja apenas uma interligação maluca, mas eu deveria vir aqui e te contar - Digo me levantando - Contar o que? - Pergunta desconfiando - Eu me chamo Joy - Respondo - Enfim, eu tenho quase a certeza que você seria a minha mãe que me abandonou - Digo andando - Sua mae? - Pergunta - Viu Lia, ela não é, me perdoe Mrs Louise por incomoda-la - Digo chorando - Não, espere, como assim sua mãe? - Pergunta, respiro fundo mesmo tendo aquela esperança perdida, continuo explicando - Minha mãe me teve muito jovem, e eu não sei muito bem o que aconteceu, mas ela me abandonou me deixando, com o meu irmãozinho e com o merda do meu e veio para Paris, e desde esse tempo eu não sei nada dela até agora - Digo - E porque você acha que eu seria essa mulher? - Pergunta - EU NÃO SEI - Grito - Desculpe, vou lhe poupar de assuntos que não lhe convém, vamos Lia, até logo Mrs Louise - Digo indo para a porta e a Lia vindo junto - Joy, espere! - Exclama, viro e ela estava em pé me olhando aflita - Oi - Digo - Termine de contar por favor - Diz, apenas respiro fundo e volto ao meu lugar - Por que está curiosa? - Pergunto - Eu achei interessante sua história - Diz - Mas, por que uma artista famosa ouviria uma história de uma adolescente de dezessete anos? - Pergunto - Tive algo relacionado assim em minha vida - Responde - Me desculpe Mrs Louise, eu não posso perder tempo, passei anos com ódio da minha mãe, e a margura que ela deixou em mim, foi por conta dela que eu comecei a odiar o amor, pois, se você ama alguem, você nunca deveria mentir pra ela, ou deixa-la e a minha mãe acabou fazendo tudo que eu abomino hoje em dia, eu tenho certeza que você não é ela, mas foi um prazer te conhecer - Digo cabisbaixa e me levantando, Lia veio em seguida, saímos do studio e fomos andando até alguma cafeteria por perto - Joy, eu não sei, eu estava na esperança de ser ela - Diz pegando na minha mão - Pior que eu também, gastamos dinheiro pra nada - Digo cabisbaixa - Não foi pra nada, nos divertimos aqui, e ainda vamos ter uma festa - Diz sorrindo - Você tem razão - Digo sorrindo, pedimos dois cafés com leite e dois croissant, ficamos conversando e percebi que a Lia estava bastante estranha - Aconteceu alguma coisa? - Pergunto - NÃO! - Exclama - Então porquê está assim? - Pergunto - Assim como? - Pergunta - Lia, seja sincera comigo, eu não gosto de mentiras, o que está escondendo de mim - Digo olhando nos olhos dela, ela retribui o olhar e diz - Nada - Tem certeza? Pergunto - Sim - Diz com tom firme - Ok - Digo sorrindo de canto - Eu não entendo como não é ela - Digo indignada - Eu também não, e tudo o que você sentiu, ela ficou interessada na sua história - Diz - Pois é, estranho, as vezes é tão incomodativo como o universo mexe nos nossos destinos - Digo - As vezes não deveria ser um incomodo, pois, se te incomoda é porque algo não está certo, e se algo não está certo, é por que tem alguma coisa escondida ai - Diz - Voce acha? acha que ela teria coragem de mentir? - Pergunto - Joy, não estamos em uma história de ficção, infelizmente está acontecendo, eu não sei se ela mentiu, mas ela também não disse a verdade - Diz - Você está bem esquisita, porquê está tirando conclusões assim? - Pergunto - Por que acha que eu estou escondendo algo de você? - Pergunta - E não ta? - Pergunto - Não! - Exclama - Então a mensagem do meu pai no seu celular era o que? - Pergunta - Eu não sou a vilã aqui - Responde - Não insinuei isso - Digo - Por que não quer ir la pra fora? prefere brigar comigo em público? - Pergunta se levantando, me levantando em seguida e deixo o dinheiro encima da mesa e vou atrás dela, ela estava escorada na parede virada para a cafeteria - Lia! - exclamo - Por que mentiu pra mim? - Pergunto, ela fica em silêncio por alguns minutos - Diz! - Exclamo - Joy, seu pai me obrigou - Diz com a voz baixinha - Não entendi, meu pai fez o que? - Pergunto - Me obrigou okay? ele me fez te pedir em namoro, e te enganar, mas eu não queria, então ele ofereceu um quantia de dinheiro para que eu fizesse isso - Diz com os olhos marejados - E você aceitou? - Pergunto, e novamente ela fica em silêncio - LIA, isso é serio! - Exclamo - Você aceitou? - Pergunto novamente - Sim.. - Diz cabisbaixa - POR QUE fez isso? - Pergunto - Ele me obrigou Joy - Responde - Lia, ele não tem direito de fazer isso, e você NÃO DEVERIA ter aceitado - Digo já incomodada com a situação - Joy, ele me deu tarefas.. - Isso é muito esquisito - Digo interrompendo ela - Me perdoe Joy.. - Diz cabisbaixa - Te perdoar sério? - Pergunto - Você me usou para ganhar dinheiro do meu pai, Lia qual o seu problema? - Pergunto - JOY! - Exclama - OI - Digo já chorando - Eu preciso te dizer algo - Diz vindo na minha direção - Diga - Falo olhando para ela - Uma das tarefas dizia, que... - Diz parando a fala - Que oque ? - Pergunto com um tom grosso - Eu deveria terminar com você no final de Paris - Diz com um tom baixo - O que? não, impossível - Digo - Esse tempo inteiro me fez ter esperanças? LIA QUAL O SEU PROBLEMA - Digo com a voz falhada por conta do choro - VOCÊ FOI A PORRA DE UMA HIPOCRITA DE MERDA - Grito - O que tem mais nessa lista, aliás, eu não quero saber, você é igualzinha a ELE, você não tinha responsabilidade de fazer isso comigo, desde sempre me entreguei cem por cento nesse fiasco de sentimentos que estava crescendo, PRA QUE? ME DIZ? - Pergunto - VOCÊ FOI A UNICA PESSOA QUE ME FEZ MUDAR MEUS PENSAMENTOS SOBRE ALGO, e não importa mais, você é apenas uma qualquer pra mim agora - Digo atravessando a rua e indo embora - JOY - Grita, continuo andando com choro preso na garganta e apenas sentindo ódio de mim mesma. Ando por cerca de dez minutos e sento em um dos bancos da rua, pego meu telefone e só sei chorar, tento ligar para a minha avó mas só caía na caixa postal, guardo o celular e apenas olho em volta e respiro fundo e recebo uma ligação da minha vó
- Vó? - Digo chorando
- Joy? Oque aconteceu? - Pergunta
- A Lia mentiu pra mim - Digo chorando
- Como assim? - Pergunta
- Eu não sei muito bem, mas eu estou chorando em um banco, patético - Digo
- Verdade, é bem patético - Diz rindo
- Eu vou ver se compro outra passagem, não quero ela perto de mim agora - Digo
- Você que decide isso, eu estou aqui do seu lado, te amo - Diz
- Também te amo vovó, obrigada por falar comigo - Digo
- Eu só disse que você era patética - Diz
- Isso ja é bom - Digo rindo
- Tchau
- Tchau - Desligo

Em seguida fico um tempo sentada ouvindo os sons das árvores, coloco meu fone e escuto uma das minhas artista favoritas Pomme, não sei como alguém não gosta de música francesa, é uma das melhores preciosidades do mundo, as vezes até parece que estou em um mundo alternativo demais, que as pessoas são completamente diferentes e loucas, mas o universo não trabalha assim, ele trabalha com castigos e lições, e poucas vezes recompensas, ainda não aprendi com o universo como receber as minhas, ainda não sei como faço para evoluir como ser humano, ou alguém capacitada, em questão da Lia, eu não sei o porquê a tratei daquele jeito, eu deveria ter lhe dado uma chance de se explicar, todo mundo merece uma segunda chance, mas é claro: racistas, machistas, homofóbicos, nazistas, não, esses não deveria ter esses tipos de pensamentos sobre alguém, por muito tempo eu quis odiar a minha mãe, quis trazê-la de volta pra mim e esquecer tudo aquilo o que ela fez, mas hoje, depois de rodar paris atrás dela, e essa briga minha com a Lia fez eu perceber que, ela tinha a razão dela, óbvio que ela poderia ter feito melhor essa decisão, não ter só fugido, mas, se isso foi o que o coração dela pediu e ela aceitou a oferta, por que eu tenho que odiá-la? eu sinto falta dela algumas vezes, sinto saudade como brincávamos no quintal, mas as vezes como eu disse o universo a tirou de mim, e foi bom, pois eu cresci com uma barreira que ninguém poderia toca-la, até uma menina aparecer. Muitas coisas são bem duvidas, eu estou aqui, em Paris, sentada em um banco, com lágrimas nos olhos refletindo sobre a minha vida, tenho uma festa hoje pra ir, porém o meu clima com a Lia não está um dos melhores, eu como a defensora das energias, eu percebi que como ser humano, eu estou atrapalhando minha missão com o destino, eu sei que a Lia teve seus motivos de ter aceitado isso do meu pai, igual a minha mãe teve os motivos dela, sei que são coisas opostas, mas, o que eles são parecidos é que os dois me deixaram mal. Eu nem acredito que eu me deixei levar pelo o ódio do momento me afetar daquele jeito, eu nunca explodo assim, sempre penso em uma das oportunidades de conversar e depois rever a consequência, não sei como a Lia está, ela deve estar péssima pois joguei muitas coisas que estava sentindo nela, e aquele energia pesada afetou nós duas, eu não sei mais o que fazer, por mais que eu odeie admitir, ela ta me fazendo uma pessoa melhor, depois que deixei ela entrar na minha vida, mas também não justifica nada, eu ter que rejeitar tudo assim, temos dois dias para irmos embora, e eu não quero lembrar de Paris assim, ela tem que me dar motivos concretos e firmes para que isso continue, pois eu não quero um relacionamento cheio de mentiras e dialetos escrotos. Então resolvo ligar para um taxi, e espero ele por alguns minutos. Ele chega, entro e vou até o Hotel. Assim quando desço do carro vou em direção ao elevador, subo e entro no quarto, Lia estava sentada na sacada, balançando muito a perna - Joy - Diz se virando - Lia - Digo parada na porta - Podemos conversar? - Pergunta - Olha, hoje foi um dia bem diferente do que eu imaginava, e depois de alguns minutos refletindo sobre a vida, admito que a minha postura foi bem desrespeitosa, então, sim podemos conversar, quero escutar seu lado da historia - Respondo, ela respira fundo e me puxa a cama, sentei de frente para ela, ela estava tão nervosa que não parava de cair lágrimas dos olhos dela, apenas sorrio e aceno com a cabeça indicando que ela poderia confiar em mim e que poderia contar - Foi assim..

amidst lost loves, i found youOnde histórias criam vida. Descubra agora