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J U N G K O O K

Era cedo quando acabei acordando, sentindo Jimin se remexer sobre o colchão, e somente quando abri os olhos que pude perceber com clareza que o mesmo se aproximava de mim até quase encostar suas costas em meu peito, puxando um de meus braços para repousar em sua cintura, formando uma conchinha desajeitada com corpos cansados e cobertores entre nós.

Franzi o cenho, confuso, dividido entre tentar entender o que estava acontecendo ali e voltar a dormir, e adianto que essa foi uma péssima ideia, porque meu sono se esvaiu com a mesma velocidade que as respostas para minhas perguntas, me deixando desperto, abraçando Jimin por trás.

E, oficialmente, a definição de lugar perfeito foi atualizada. Agora o melhor lugar é, com a mais plena certeza, ficar de conchinha com Jimin.

Pena que até mesmo coisas perfeitas tenham detalhes ruins, que as vezes até passam despercebidos. Mas esse não era o meu caso.

O ponto da questão, para mim, era que a cama ainda estava aos farrapos, e qualquer mínimo movimento que fosse feito, causava um puta barulho. E eu já tinha convivido tempo mais que o suficiente com Jimin para saber que ele definitivamente odeia ser acordado.

Tendo em mente que não poderia fazer barulhos muito extravagantes, me mexi vagarosamente sobre o colchão até estar de um jeito um pouco mais confortável para passear as horas seguintes, as quais gastei pensando no que comeriamos no café da manhã — que na verdade, poderia ser chamado de almoço, pelo horário —, no que Jimin poderia pensar quando acordasse e nos visse agarradinhos, e ainda, o que eu diria caso ele perguntasse isso.

Perguntas sem respostas e meu estômago roncando foram o resultado.

Okay! Eu vou precisar me levantar…

Me movi sobre o acolchoado tomando um cuidado meticuloso em não emitir sons muito altos, e obtendo sucesso, peguei o carro e saí para comprar algo. Na volta, ainda encontrei Jimin dormindo tranquilamente, esparramado na cama — me fazendo gastar alguns segundos tentando entender o emaranhado de cobertas que ele fora capaz de fazer enquanto dormia.

Havia comprado duas fatias de torta de morango — que serviriam para amenizar o mal humor pós bebedeira de Jimin — e dois cappuccinos — de caixinha, claro, porque os feitos na hora são muito caros, e, cá entre nós, eu e Jimin não cagamos dinheiro, né… 

Fui delicado até mesmo nos passos que dei para cruzar o quarto, rumando à mesinha no canto do cômodo, tomando um cuidado absurdamente grande para não fazer muito barulho — tomando cuidado também para não tropeçar em algo que sequer existe e cair, fazendo um escândalo, como de praxe —, e quando cheguei à meu destino, gastei quase um minuto na tentativa de colocar a sacola com nosso café da manhã sobre a mesinha sem fazer barulho, quando ouvi;

— Jungkook? — perguntou, o que imagino ser Jimin, com sua vozinha rouca pelo sono. Merda!

Okay, duas observações…

Um: pode ser Jimin quem está me chamando, mas eu não posso e nem consigo descartar a possibilidade de ser uma alma penada ou as vozes de minha mente, porque, juro, eu morro de medo do humor de Jimin quando é acordado. E é claro que se existem outras opções além de um Jimin acordado, eu vou me agarrar à elas com unhas, dentes, garras e tudo que eu tiver a meu favor.

E, dois: eu tento, juro que tento, mas eu não me aguento quando ouço a voz rouca de Jimin. Droga!

Afastando meus pensamentos, larguei de vez a sacola plástica em cima da mesa, virando, devagar, para olhar Jimin. E eu tenho quase certeza de que estou com aquela típica expressão de quem foi pêgo aprontando.

Where Are You? | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora