Where Are You? | jjk + pjm

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Jimin, não creio e talvez sequer espere que você leia esta carta, mas, você me conhece, e eu vou tentar do mesmo jeito.

Eu tentei, a todo custo, me livrar do que sinto, porque sabia justamente que isso acabaria acontecendo, e sinto muito por isso, Jimin.

Antes, eu não sabia o que fazer com o que sentia (e ainda sinto), e continuo sem saber com completa certeza, mas creio que talvez, por hora, o melhor para nós dois, seja a distância.

Eu sempre amei nossa combinação: a pólvora e o fogo. Mas imagino que eu não saiba tanto sobre a vida quanto você, Jimin, e por isso, quando vi o fogo — você —, quis me aproximar demais e me queimei.

E eu sei que você queria que eu ficasse, que faria de tudo para não me machucar — mesmo não me correspondendo —, mas, eu sei bem o que acontece se eu ficar. Eu sei que em algum momento, vou perder completamente o controle sobre a dimensão dos meus sentimentos, e você continuará sem corresponder, e isso sim, vai me machucar.

E eu não quero isso. Não quero que me machuque — mesmo que tenha feito tudo na melhor das intenções —, e não quero que, depois de tudo, eu passe a sentir raiva de você pelo que aconteceu. Eu não quero transformar minhas lembranças boas, em ruins; não quero passar a ver tudo de forma deturpada, quando se tratar de você.

E já que você não sairá por essa porta dizendo não voltar mais, farei isso eu mesmo.

Sinto muito se te decepcionei.

ps: lembre-se de olhar os dois lados da rua antes de atravessar.

Jungkook

J I M I N

Jungkook foi embora.

Ainda estou sentado nessa droga de cama quebrada, sentindo o coração surrar meu peito, sentindo o mundo desabar aqui dentro desse quarto, sentindo a dor da perda.

Jungkook foi embora.

Eu fiz bem em não comprar os cigarros naquela hora, porque agora preciso milhões de vezes mais. Mas eu não fiz bem em sair por essa maldita porta, algumas horas atrás, quando senti essas paredes me sufocarem, e percebi que seria burrice permanecer perto de Jungkook nervoso como eu estava. Eu provavelmente diria merda.

Jungkook foi embora.

E eu não consigo compreender a dimensão da dor que estou sentindo, e entendo menos ainda do porque a sinto.

Jungkook foi embora.

A mesma maldita frase se repete em minha mente, como a porra de um mantra que não me acalma em nada. Porque Jungkook não está aqui.

Não está aqui. Não está por perto. E não vai voltar, porque se pretendesse dar meia volta, ele sequer se daria o trabalho de sair por essa porta.

Suas palavras, desenhadas na carta com a caligrafia bonita, cortam meu peito assim como papel corta meus dedos. E eu sei que ele tem razão. Jungkook sempre têm razão. E eu sou um completo imbecil.

Jungkook já deve estar longe daqui, enquanto eu, estou aqui, segurando uma avalanche de lágrimas que lutam pra sair. As mãos tremem, o coração está tão rápido que parece querer explodir, mas os olhos, não derramam uma gota sequer. 

Jungkook teve coragem? Como ele sabia que eu não iria embora? Como ele me conhece tão bem? Por que eu sou tão filho da puta?

Ainda com a maldita carta em mãos, eu finalmente me levanto da cama, com as pernas tremendo, e acho que se passaram horas desde que cheguei aqui e encontrei o quarto vazio. Mas o vazio que sinto, faz essas horas parecerem com míseros minutos.