J I M I N
Os dias estão passando tão rápidos quanto uma tartaruga.
A sensação de solidão é devastadora, e, a cada mísero segundo sem ele por perto, sinto que o quarto se torna maior; maior e mais vazio.
A cama parece ter o dobro do tamanho que realmente tem. A noite está mais escura e mais fria que o comum, e nem as janelas fechadas, as cobertas em cima de mim, as luzes apagadas e o silêncio fúnebre instalado no apartamento, são suficientes para me acalmarem. Nem um pouco.
O escuro me lembra as noites que passei em claro perto de Jungkook. A cama vazia me traz lembranças de quando não estava assim, porque ele estava comigo. O frio, presente mesmo com as janelas fechadas, me lembra de que eu nunca sentia frio quando dormia com ele. As luzes apagadas e o silêncio torturante servem pra refrescar minha memória com a confirmação de que ele não está aqui.
Não está, e não vai vir.
Ele sequer sabe onde estou.
E, bom, eu também não sei onde ele está.
As horas se arrastam, a noite esfria ainda mais, o silêncio se expande para fora do apartamento, e ocupa quase toda a cidade, e somente depois de horas e mais horas comigo me movendo sobre a cama não mais arrumada, o sono me atinge.
É um sono inquieto e superficial, mas é melhor do que os dias em que passei em claro, pensando e repensando no tudo e no nada.
E foi em meio à toda a confusão entre o dormindo, o acordado, o cansaço, o escuro e o silêncio da noite, que eu ouvi a voz dele.
A voz de Jungkook.
Eu não conseguia entender o que ele dizia, mas sabia reconhecer sua voz.
Outras duas vozes pareciam fazer companhia na conversa quase sussurrada, mas eu estava focado demais na de Jungkook para prestar um pingo de atenção nas demais.
E então, depois de alguns minutos de puro silêncio, ouço passos e o som de uma porta fechando.
Eu poderia facilmente dizer aqui que tenho certeza de que Jungkook esteve aqui, se não soubesse que o mundo é filho da puta demais pra fazer isso comigo. E se Jungkook sequer soubesse onde estou. E se eu pelo menos tivesse a certeza de que estou acordado mesmo.
E se eu tivesse certeza de que tudo não foi apenas um sonho.
J U N G K O O K
O carro desliza sobre o asfalto.
O mundo está calmo. Quieto. Pacífico demais.
Sem Jimin.
Dentro do carro, apenas dois sons se ouvem: a música baixa e calma, e minha respiração.
A respiração de alguém fadado, exausto, triste… Desiludido.
O motivo de todo o silêncio, Jimin, tornou-se o motivo disso, por não estar aqui. Porque eu o deixei. Porque eu tive certeza de que me afastar dele, seria o melhor pra ele, e para mim.
Sinto um vazio imenso por não tê-lo aqui comigo, cantando junto com as músicas tocadas no rádio, deixando as janelas do carro abertas — mesmo que o barulho do vento cause dor de cabeça —, sinto falta dele atrapalhando minha concentração em dirigir para dizer um "Olhe, Jungkook! Tem um bar ali!", e eu, em seguida, precisar lembrá-lo de que já passamos ali.
Sinto falta do seu jeitinho, mesmo que, na maior parte do tempo, ele apenas aparente ser um poço de insensibilidade.
Jimin vai muito além de uma pessoa um pouco inexpressiva. Ele sente, eu sei que sente. Mas… só é muito raro ele demonstrar isso.

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Where Are You? | jjk + pjm
FanfictionJimin e Jungkook são dois amigos (coloridos) que vivem fazendo merda, se metendo em brigas e viajando pelo mundo. Mas uma briga os afasta, e a sensação de vazio se faz presente em ambos corações. A missão agora, é conseguir encontrar um ao outro em...