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J U N G K O O K

Minha relação com Jimin, desde que iniciamos nossa jornada sem rumo pelas estradas do país, são:

1 - Fazer MUITA merda;

2 - Aproveitar, ao máximo, nossas vidas;

E 3 - Nunca, jamais, em hipótese alguma desenvolver sentimentos pelo outro.

Bom, a parte de fazer merda, eu tirei de letra. A de aproveitar ao máximo, talvez, porque nem sempre tenho um orçamento bom o suficiente para, literalmente, encher a cara. Já a de nunca desenvolver sentimentos por Jimin... é. Nessa eu falhei catastroficamente.

E agora, três anos depois do início de tudo — e uns dois anos depois de eu começar a criar sentimentos por ele —, eu estou deitado ao seu lado, em uma cama quebrada, num hotelzinho qualquer, ouvindo seu ressonar baixinho, enquanto sinto minha mente trabalhar tão rápido que quase se é possível ouvir os barulhos.

Depois de uma foda bruta — a qual eu nunca havia ousado experimentar com Jimin —, e de vê-lo reagindo, de forma nunca antes vista, a cada movimento feito durante o sexo, o vejo apagado, exausto, ao meu lado, enquanto eu, também me encontro assim, mas permaneço desperto, sem saber se a exaustão vem do sexo e dos movimentos extravagantemente fortes, ou de guardar tantos sentimentos por tanto tempo.

Me questiono porque consegui me enganar por tanto tempo, em como consegui não perceber o que sentia por Jimin. E me pergunto também se não seria melhor se eu nunca tivesse notado esse sentimento.

Jimin está me abraçando pelas costas, e, no momento, um ato que eu nunca dei muita bola — ou até gostei, admito —, me desconforta.

Estou morrendo de vontade de me mover vagarosamente e conseguir fugir de seu abraço — que não carrega afeto nenhum, como eu queria que carregasse —, mas não o faço, porque, algo me diz que meus dias estão contados. Que meu tempo perto de Jimin, em breve, chegará ao fim.

Sinto seu braço repousando em minha cintura, e sinto seu rosto próximo ao meu ombro, respirando tranquilamente, enquanto eu, praticamente me sinto sufocar.

E, sabe por quê eu estou quase sufocando? Pois é, eu também não sei.

Só sei que, algo que antes eu conseguia fazer na maior naturalidade, hoje em dia me exige um imenso esforço. E eu nem tenho certeza de que antes conseguia fazer isso tranquilamente, porque, do mesmo jeito que menti para mim sobre meus sentimentos, posso ter mentido sobre as sensações.

Não sei. Só sei que não estou mais aguentando isso.

Meus dias perto de Jimin se tornaram uma sessão interminável de tortura, desde que notei meu ciúmes ao vê-lo ficando com tantas pessoas naquele dia na boate, e, sinceramente, me arrependo de não ter socado essa porra de ciúmes no meio do meu cu.

Inferno. Eu só queria ser vagabundo, poxa!

E o que consegui? Ah, consegui me apaixonar por alguém que só me pediu pra não fazer isso.

E, nesse momento, na situação atual, só estou conseguindo imaginar como seria se fosse Jimin no meu lugar; o que ele faria se fosse ele a criar sentimentos por mim.

Bom, conhecendo-o tão bem quando acho conhecer, imagino que, ele ia tentar fazer esses sentimentos desaparecerem e, caso falhasse, mandaria seus medos para a casa do caralho e confessaria o que sente.

Mas, existe uma diferença desastrosamente grande entre nós dois, nesse caso: Jimin tem cara e coragem para fazer esse tipo de coisa, caso precise ou queira. Já eu, sou um covarde profissional, e, na primeira oportunidade que eu tivesse de fugir disso, estaria fugindo.

Where Are You? | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora