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Minhyuk nunca havia viajado de avião. Sempre havia ido para os lugares de carro ou ônibus em viagens de familia ou excursão escolar. Por isso, quando o avião deixou a terra e subiu ao ar, ele estava por se borrar nas calças enquanto os nós de seus dedos estavam brancos pela força em que ele agarrava a cadeira e seus dentes a ponto de rachar pela força que ele usava ao trincar a mandíbula pelo nervoso. E, se perguntasse a ele se ele tinha vontade de vomitar, ele diria que poderia parodiar a cena do exorcismo do filme "Todo Mundo em Panico 2".

— Se você rasgar o assento, terá de pagar —Hyungwon falou com um sorriso divertido enquanto olhava Minhyuk e degustava seu vinho.

— Foda-se — Minhyuk xingou entredentes sem nem girar o rosto para encarar Hyungwon ou mesmo abrir seus olhos, ao que Hyungwon achou mais adorável ainda. Terminando o vinho de sua taça, Hyungwon decidiu ser bonzinho, pelo menos dessa vez. Ele pegou a mão de Minhyuk que estava mais próxima de si e entrelaçou os dedos. 

— Você logo vai se acostumar, nem vai perceber que estamos voando.

— Eu não vou me acostumar! 

— Bom, entõ você terá um problema, pois são mais de dez horas no ar. 

— Eu te odeio tanto Hyungwon.

— Pois, ainda que me odeie, eu te amo — Hyungwon falou e deixou um beijo na mão de Minhyuk, que pareceu levar um choque e puxou a mão no mesmo instante, a levando para perto do peito e seu olhar, a expressão de seu rosto, demonstrava pânico.

E, de fato ele estava. 

Seu coração estava acelerado e ele sentia algo estranho acontecendo dentro de si e ele tinha certeza que não tinha nada a ver com o avião. Aquela nem era a primeira vez que ele se sentia estranho dessa forma por causa de Hyungwon e ele não entendia o porquê isso acontecia. 

Hyungwon apenas o observou brevemente antes de decidir ignorar e pedir mais vinho, pensando que Minhyuk havia atuado dessa forma por ainda estar bravo com ele.

Foi avisado que já podiam desafivelar os cintos e circular pelo avião. Hyungwon não pensou duas vezes antes de se erguer e sair dali, ou ao menos era isso o que ele pensou em fazer quando sentiu a mão de Minhyuk pegar seu pulso.

— Para onde vai?

— Comer. Beber. Tem um bar no final do corredor.

— E se o avião cair e virarmos naufragos e, por estarmos em partes diferentes do avião, caírmos em lugares diferentes e nunca mais nos encontrarmos? E se acabarmos em LOST?

— Minhyuk, não surte. Eu vou ficar bem, eu vou pegar algo e voltar. Se quiser, conte o tempo para se acalmar.

Hyungwon se soltou e caminhou até o bar. Seus olhos vagando brevemente pelos assentos enquanto andava. Ele viu Eunwoo lendo um livro sentado ao lado de sua irmã, que dormia enrolada em um cobertor e provavelmente havia tomado algo para dormir e fazer a viagem passar mais rápido.

Ele chegou ao bar e pediu algo do cardápio. Ele estava esperando ser servido quando mãos cobriram seus olhos. Ele não demorou a reconhecer aqueles dedos finos e suaves, sabia que ele era um eximio pianista quando não lhe estava molestando. 

— Adivinha quem quase perdeu o voo? — Ele sussurrou em seu ouvido. O ar quente em sua nuca quando ele se afastou arrepiou o alto modelo que ergueu sua mão para retirar as mãos do outro. 

— E por que não perdeu? — Hyungwon falou com falsa tristeza e girou em seu assento para encarar Kihyun, que sorria de forma pícara, divertido pela brincadeira que começava — Seria mais divertido não ter de encarar sua bela cara todos os dias.

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