Muitos têm medo da morte. Mas a morte é egocêntrica e detesta sair durante a luz do dia.
Vivendo entre humanos durante séculos, o anjo responsável pela morte deseja o fim do mundo e de todo o sistema solar após ser aprisionado na Terra como punição...
Peço perdão pela demora! Tive que dar uma pausa e organizar minha vida, mas agora estou de volta.
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Meu peito sobe e desce enquanto tento recobrar o ritmo adequado da minha respiração. Meu corpo e minha mente está em choque absoluto e a memória do que eu acabei de ver segundos atrás está se gravando a minha mente, usando uma tinta extremamente fresca.
O sorriso continua estampado nos lábios do maior, mas a cada segundo, parece se tornar um sorriso irônico, não envergonhado. É como se ele estivesse voltado a si e deletado o que acabara de acontecer dentro deste banheiro de quarto de hotel.
— Você tinha que ter visto a sua cara. – ele estala a língua e passa a mão nos cabelos, dando um último sorriso.
Jungkook se move, passando por mim, levantando a perna como se estivesse evitando uma barata em um chão de saída de beco. E parando para pensar, deve ser cômico me ver ao chão e completamente rendida a ele, provando a mim mesma o quão tola eu fui.
Espalmo minhas mãos ao chão e tomo impulso, me levantando do piso gelado e marchando em direção ao quarto. O moreno já não está no cômodo, mas isso não me impede de sair na varanda e pular a mesma. A cortina do quarto do mesmo balança suavemente com a brisa trazida pelo mar, e vislumbro ainda de longe o maior levar as mãos a barra da camiseta, fazendo menção de tirar, mas logo afasta as mãos e desvia o olhar em minha direção.
— Eu não... – tento pensar no que devo dizer, sem parecer uma pervertida mas logo me dou conta de que é ele quem deve explicações. — Você me manipulou?
Ele esboça um sorriso torto e vira os olhos, continuando o que estava fazendo, dessa vez, tirando a camiseta e a jogando na cama. O maior coloca as mãos atrás da cabeça e cai para trás.
— Manipulei? Acho que não. – ele continua sorrindo, e isso é irritante. — Agora já pode sair do meu quarto.
É frustrante e revoltante.
Se passaram cinco dias desde que eu o conheço, e parece que já fazem meses em que estou tendo que conviver e aguenta-lo, ferindo todos os meus princípios e meu próprio orgulho ao aceitar ser tratada desta maneira ridícula e sem cabimento. Ao mesmo tempo, me sinto impotente por ter caído em todas as suas conversas. Primeiro, perdi o colar que abriria a porta do coração empedrado de Icarus, segundo que eu me deixei levar e o beijei e, agora, joguei fora a única coisa que protegeria ao cair na sua conversa.
— Eu só tenho mais vinte e seis dias de vida. Você vai mesmo dedicar o seu tempo para me fazer implorar pela morte? – eu não sei o que estou fazendo, mas se estou morrendo, por que ter arrependimentos? — Você é infeliz demais. É a única explicação.
