Jake Loveno: TCC

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Jake Loveno versão:

        "Toda essa confusão tira as minhas forças, mas você é como uma recarga pra mim"

E então eu finalizei a apresentação, e eles se levantaram, alguns felizes, outros insatisfeitos. Alguns pegaram suas coisas e começaram a sair, outros se mantiveram sentados, provavelmente queriam mais informações. No final, não houve muitos aplausos, a maioria estava ali apenas pra encontrar defeitos e ter uma manchete boa no dia seguinte. E então eu olhei pra Maitê, que ainda me olhava atentamente. Um sorriso surgiu deixando o rosto dela ainda mais iluminado. E então ela levantou lentamente as mãos, com a palma aberta, na altura do ombro. O grande sorriu deu lugar a um tímido, e então ela começou a movimentar as mãos, pra frente e pra trás, aplaudindo de forma discreta e silenciosa, utilizando a linguagem de sinais. Eu sorri em agradecimento, para que ela soubesse que eu tinha entendido, e então eu finalmente respirei. Tinha acabado.

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—Foi muito bom, filho. É bom te ter de verdade nessa empresa, sendo parte disso, sei que aqui nunca foi muito sua cara, mas... sabe... podemos transformar até ser. —disse meu pai com um olhar orgulhoso. Ele estava certo, eu trabalhava ali por ser filho do dono, não porque eu gostava, mas agora era fácil me imaginar trabalhando ali. Não era só fácil, era prazeroso também.

—Obrigado, pai. Talvez aqui possa ser meu lugar, afinal. —disse sinceramente— Mas agora preciso conversar com uma certa pessoa.

—Ah, quer dizer a engenheira ambiental mais linda e inteligente que essa empresa já viu? —disse meu pai repetindo minhas palavras com humor. — Vai lá.

Ela estava conversando com um grupo de pessoas, talvez fossem jornalistas, mas quando me viu se afastou e veio até mim.

—Tudo bem? — perguntei— Eram jornalistas?

—Eram, estavam curiosos com algumas coisas, nada demais. E...bom, se eu estou bem?... não sei... quer dizer, ninguém nunca me chamou de linda e inteligente na frente de várias pessoas e possivelmente na frente de toda a cidade, afinal, isso deve ir ao ar. Mas...acho que to bem. —ela disse rindo.

—Bom, eu não menti. —disse sinceramente e vi o rosto dela ficar levemente vermelho.

—Você foi ótimo lá, até eu se te odiasse começaria a te amar, sério, foi muito bom. Obrigada por ter protegido a gente, e por ter dado um jeito nisso tudo. Quer dizer, em um segundo estávamos nos abraçando na sua sala e no outro você tinha bolado um super plano, isso foi meio doid...

—Na verdade, eu bolei quando você começou a me abraçar. Eu percebi ali que tinha que resolver isso, você foi como uma recarga pra mim. —eu disse meio envergonhado, mas era a verdade, e eu queria que ela soubesse disso.

—Você também é como uma recarga pra mim. — ela disse me olhando nos olhos, e então eu dei um beijo nela, fala sério, eu merecia depois de hoje, mas ela logo se afastou.

—Ta cheio de gente aqui. — ela disse com vergonha — Não que eles já não tenham visto isso... —ela disse se referindo as fotos que aquele homem mostrou.

—Eu sei que você disse que estava tudo bem, mas realmente está? Digo deles saber da gente? Talvez eles persigam a gente, tire fotos...

—A gente vai se acostumar e eles só vão fazer isso até deixar de ser novidade e um outro alguém aparecer com um escândalo. Esta tudo bem.

—Quer saber, você ta certa. Ta mesmo cheio de gente —disse olhando ao redor —Vem, vamos sair daqui.

E então demos um perdido em todo mundo e saímos de lá, passamos na pizzaria e compramos a nossa famosa pizza gigante, pra lembrar os velhos tempos, que nem eram tão velhos assim.

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