TRÊS

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Boa tarde, amores!

Espero que estejam aproveitando o feriado. 

Mais um capítulo para vocês.


SNAKE

Cheguei ao clube por volta da meia-noite, estacionei a moto e tirei o capacete. Lyn veio sorrindo na minha direção.

— Se está aqui à procura de diversão, perdeu seu tempo.

Envolvi sua cintura com o braço direito e segurei sua nuca com a mão esquerda, beijei sua testa e a abracei com força.

— Não estou procurando boceta, senhorita rabugenta. Só quero tomar uma cerveja e espairecer um pouco. E era a mais pura verdade.

Depois da conversa com Alana, interrompida pela diretora, estava decidido a vir para o clube, mas acabei levando Angus para casa e fiquei com ele por algumas horas, sem conseguir tirar a terapeuta da cabeça.

Alana Scolari... até seu nome era quente.

— Dia difícil? — A pergunta de Lyn me trouxe de volta à realidade.

Ela se afastou e me puxou pela mão para dentro da sede.

— Talvez diferente seja a palavra certa — respondi, ainda sem entender o que aquela sensação gostosa que a cadela com carinha de anjo despertou em mim significava.

— Falou com seu pai?

— Infelizmente.

— Como foi?

Sentamos nos dois últimos balcões do bar e assim que nos viu, Robber serviu uma cerveja para mim e uma Coca-Cola para Lyn.

Ela tinha seus olhos negros nos meus, que vagaram rapidamente por seu corpo esguio vestindo short jeans, camiseta branca e o colete do Black Panthers. Nos pés, suas botas enfeitadas com correntes e penduricalhos prateados.

— Uma fodida merda — falei bebendo um longo gole. — Ele tentou desmentir, mas depois que vomitei a merda e contei o que tínhamos descoberto, decidiu fazer a lei do silêncio.

— Não confirmou — ela disse um pouco irritada.

— Também não desmentiu — completei seu raciocínio.

— Marshall pode ser seu pai, Snake, mas continua sendo um babaca arrogante que só pensa em grana e você não pode se culpar por isso.

— Eu sei.

— Sabe mesmo?

Sim, eu realmente sabia, o que não me impedia de me culpar pelas atitudes dele que quase ferraram Damon, Dumb e os membros do clube que estavam na sede no dia em que, junto com Skin e Phil, meu pai quase conseguiu realizar um dos seus mais antigos sonhos, ou seja, destruir o Motoclube que meu avô amava e ele odiava com todas as forças.

— Sei, o que não significa que minha consciência se sinta mais leve.

— Ele não vai conseguir se livrar do clube.

— Estou cansado de ficar sentado esperando que Marshall dê o próximo passo.

— O que pretende fazer?

— Ainda não sei. — Dei de ombros, relaxando o corpo. — Mas preciso tomar a iniciativa dessa vez.

— Talvez ele desista, Snake.

— Meu pai nunca vai desistir. A raiva que ele nutre por Scott é mais forte do que o medo de se dar mal.

Carolyn analisou minhas palavras enquanto girava o indicador sobre a lata vermelha. A cadela era viciada naquela porcaria de refrigerante tão negro quanto os fios dos seus cabelos.

SNAKE - Meu Inferno Dourado (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora