SEIS

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Boa tarde, amores!

Já baixaram os livros gratuitos? 

Agora tem capítulo quentinho para vocês!

Boa leitura...



ALANA

— Vai sair, filha? — Meu pai estava parado na porta do meu quarto, do lado de fora. A cadeira de rodas era grande e não passava pelo batente.

Eu ainda sonhava com uma casa totalmente adaptada para um cadeirante, e se as coisas continuassem caminhando como estavam, talvez um dos meus sonhos pudesse ser realizado nos próximos meses. O emprego na casa de Marshall Abbot tinha sido uma benção e trabalhar com Angus fazia meus dias mais felizes.

— Vou jantar com um amigo.

Meus olhos passeavam pelas roupas penduradas nos cabides à procurava de alguma peça que impressionasse Snake sem me fazer parecer uma garota desesperada por um simples toque.

De qualquer forma, era exatamente daquele jeito que eu me sentia todas as vezes que o herdeiro rebelde do meu patrão se aproximava de mim, impondo sua presença marcante. Meu corpo praticamente gritava por ele.

— O professor mexicano? Pensei que não estivesse mais se encontrando com ele.

O senhor John Scolari podia ter sofrido um derrame cerebral que deixou seu corpo parcialmente imobilizado, mas ele nunca perderia uma única oportunidade de se meter na minha vida pessoal, principalmente se tivesse algum homem envolvido nela.

— Não vou sair com ele, pai. O Fernando é só meu colega de trabalho.

— Posso saber quem é o seu acompanhante de hoje?

Revirei os olhos para a sua tentativa chula de me irritar e retirei um macacão preto que marcava as curvas do meu corpo sem exibir quase nada de pele. Joguei a peça única em cima da cama e conferi o horário, pois não pretendia me atrasar logo no primeiro encontro.

Há dois meses, eu ansiava por um convite de Snake, mesmo ciente de que não passaria de mais uma na sua extensa lista de mulheres que sonhavam com algumas horas na cama do loiro tatuado.

Depois que comecei a frequentar a mansão da família Abbot, até cheguei a desejar que ele não demonstrasse interesse, já que não seria nada conveniente misturar as coisas entre nós e colocar meu trabalho em risco, mas eu era uma garota crescida e sabia como evitar o pior.

— Um cara que conheci, pai.

— Ele tem nome?

— Por que o senhor não vai assistir um pouco de TV e deixa eu me arrumar em paz?

— Olha pra mim, Alana!

Fechei os olhos sentindo as lágrimas pinicarem por baixo das pálpebras, mas não permiti que escorressem. Fechei as portas do guarda-roupa caindo aos pedaços e encarei o homem por quem eu faria qualquer coisa.

— Estou olhando, pai. O que o senhor realmente quer de mim? — Minha voz quebrou nas últimas palavras.

Foi a vez de ele fechar os olhos e balançar a cabeça em negação, como se tivesse nojo da única pessoa que esteve ao seu lado nos últimos anos. Qualquer dia, minha boca grande seria responsável pela minha ruína.

— Quero que me prometa que nunca mais vai vender o seu corpo, Alana — sibilou entredentes, atiçando a minha raiva.

Eu poderia vomitar tudo na cara dele sem nenhuma compaixão e culpar sua maldita doença por tudo que me submeti a fazer para ter o que comer quando ainda era uma adolescente, mas ainda assim, duvidava que algum dia ele iria reconhecer o meu esforço enquanto as "suas garotinhas" lhe deram as costas sem um pingo de remorso e o deixaram para morrer.

SNAKE - Meu Inferno Dourado (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora