A nossa chance.

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Albus jantou apressadamente e logo em seguida saiu em disparada na direção da sala comunal da Sonserina. Murmurou a senha na porta e ao entrar ouviu um barulho que mais parecia um choro, não havia de ter ninguém lá, naquele horário todos estavam jantando, ou deveriam, mas lá estava ele. Lá estava um indefeso Scorpius chorando baixinho sentado no tapete em frente a lareira.

- Scorp...sou eu,...Al. - tentou Albus, com medo de assustar o amigo.

- Me deixa em paz...por favor. - Falou entre os gemidos de choro.

- Olha, - Albus se aproximou e sentou-se ao lado do amigo - me desculpa por tudo aquilo, eu fui um péssimo amigo, deixei mexerem com você e não interferi, mas, eu não aguento mais Scorp, você é muito importante para mim.

- Al, - olhou para o amigo - você é o meu melhor amigo, sempre será, mas você me magoou. E toda vez que era indiferente a mim ou aos meus sentimentos doía muito, é difícil perdoar.

- Eu sei, mas, me deixe consertar...seja meu amigo. Seja meu melhor amigo como sempre.

- Seu melhor amigo como sempre? Você não entende né Albus? Achei que, depois de tudo, você havia percebido, mas é mais cego do que aqueles idiotas... - Scorpius tornou a chorar, e logo, Albus também.

Eles ficaram por um tempo observando lágrimas brotarem nos olhos um do outro. Albus chorava pelo mesmo motivo de Scorpius. Choravam porque tinham medo. Medo de amarem um ao outro. Não o medo da paixão, tampouco um do outro. Mas medo do que os outros pensariam.

- Scorpius... - o Potter hesitou e olhou no fundo dos olhos do amigo - você gosta de mim? Do tipo mais que um amigo?

- Eu... - respirou e pareceu pensar duas vezes - Olha, eu não escolhi isso, só aconteceu... Podemos tentar esquecer ou fingir que nada aconteceu, ou... - hesitou novamente  - nunca mais nos falar... - seus olhos encheram de lágrimas, e ele pensou em correr, em desistir, em nunca mais olhar no rosto de Albus, por mais que doesse muito nele. Até sentir os lábios de Albus contra os dele.

Albus tinha um cheiro amadeirado, como um livro novo, isso derretia Scorp. Seu beijo era doce, calmo, mas ao mesmo tempo, fazia tudo dentro de Scorpius virar um terremoto. Scorp colocou suas mãos no rosto de Potter que desceu as mãos na cintura de Malfoy e o puxou mais para perto, tentando facilitar o beijo apesar dos garotos estarem sentados e a posição não ser das mais confortáveis. Logo, eles se separaram para respirarem.

- Isso foi...uau! - disse Scorpius e logo começou a rir sem-graça e corar.

- É...uau e uau! - Sorriu Albus.

Ambos passaram mais um minuto em silêncio dando risos e olhares cheios de significados.

"Acho que entendi quando falam que um olhar vale mais que mil palavras." Pensou Albus e sorriu mais ainda, porque o dono desse olhar, estava ali, na sua frente, olhando com cara de quem não tinha o que falar sobre o beijo, mas que tinha gostado.

Por aqueles curtos minutos eles não se importaram com o que os outros pensariam. Mas quanto tempo esse sentimento duraria e resistiria nos corações dos garotos apaixonados?

Albus se levantou e ajudou Scorpius, eles caminharam juntos até o dormitório, não falaram mais nada naquela noite, apenas trocaram olhares e mais olhares, misteriosos para quem pudesse observar de fora mas completamente inteligíveis para os dois. Scorpius demorou a dormir, e quando olhou para Albus, o "amigo" dormia com um sorriso no rosto.

Porém, naquele momento pairava uma pergunta na mente do Malfoy, "O que seriam deles a partir de agora?".

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