Testando Os Limites

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 - Coisa inútil – estava mal-humorada por ser acordada escandalosamente graças ao meu querido despertador. Percebo que não terei um bom dia, e hoje seria a segunda consulta com Beauchamp e só de pensar nisso meu desânimo já aumentava consideravelmente. Mas eu não queria decepcionar Joseph ou meus pais. E ainda: Eu não quero decepcionar a mim mesma por ser incompetente.

Levantei-me lentamente de minha querida e amada cama e fui direto ao banheiro tomar uma ducha para ver se eu despertava de uma vez, e foi exatamente o que aconteceu. Um bom banho na hora certa melhora tudo.

Como estava calor, mas não podia usar shorts, separei uma calça jeans, uma camiseta branca e um tênis igualmente branco. Depois de vestida devidamente, guardei as coisas que precisaria novamente em minha bolsa e antes de pegar meu celular, percebi que alguém me ligava. Olhei para o visor e vi que era minha amiga Sabina.

- Alô?

- Oi sumida, percebi que você não responde minhas mensagens. Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo?

- Bom dia para você também Sabina. – debochei fazendo-a rir do outro lado da linha

- Any Gabrielly eu não tenho tempo para isso – disse fazendo-me rir – Agora me conte tudo.

- Bom tem sim algo novo acontecendo. Lembra do meu chefe?

- Lembro sim o que tem ele?

- Ele me propôs um novo paciente.

- Já estou vendo onde isso vai parar – ela disse desconfiada.

- E essa consulta é no manicômio Casa Westreet – eu disse rapidamente.

- O QUE?! – minha amiga gritou obrigando-me a afastar, por um momento, o celular de meu ouvido.

- Sim, isso mesmo que você ouviu. Eu já contei para meus pais. Eles também ficaram hesitantes no começo, mas disse a eles que eu sei me cuidar e, além disso, lido com esse tipo de gente todos os dias.

- Sim Any, mas essa “gente” não vive no manicômio onde ficam OS PIORES ASSASSINOS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA! – Sabina disse gritando novamente fazendo-me perder a paciência.

- Sabina eu já tive essa conversa com meus pais ta legal? Vou ficar bem. E se der tudo certo eu posso abrir minha própria empresa.

- Ainda não me convenci, mas já que não vou fazer você mudar de ideia – suspirou do outro lado da linha – boa sorte com seu novo trabalho. Mas e enquanto a clínica?

- Vou ter que me afastar por um tempo. Com certeza terei que dar quase todo meu tempo para ele.

- Ele?

- Meu paciente, Sabina.

- Ah. – ela pensou por um tempo - Any eu tenho que ir agora. Está quase na hora da minha entrevista de emprego.

- Eu tenho que desligar também – olhei em meu relógio de pulso e vi que faltavam vinte minutos para a consulta.

- Tudo bem então. Deseje-me boa sorte.

- Boa sorte amiga. – Desliguei a ligação, colocando o celular na bolsa, dirigindo-me rapidamente até a garagem.

                                (...)

- Bom dia Josh – disse assim que a porta do local foi fechada.

Ele me encarou e logo desviou o olhar sem dizer nada. Aproximei-me, sentando em meu lugar e pegando minhas coisas inclusive meu celular para gravar tudo.

-Tudo bem com você? – perguntei para pelo menos tentar começar de um jeito agradável.

Olhei para ele e vi que sorria falsamente.

Psiquiatra De Um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora