Eu Não Preciso De Ninguém

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Apressei os passos já que o lugar onde eu combinei de me encontrar com Joseph, era perto de minha casa. Estava com muita dor ainda, pelo ocorrido de ontem à noite, mas me obriguei a colocar um sorriso no rosto e fingir que estava tudo bem. Eu não queria mentir para ninguém e muito menos para ele, mas era preciso. Eu queria resolver tudo sozinha.

Cheguei em frente ao CIA Café e no mesmo instante vi meu chefe acenando para mim, chamando-me.

- Minha nossa Any o que ouve com você? - Joseph me perguntou - você parece muito cansada. Houve alguma coisa que eu não estou sabendo?

Neguei rapidamente, pensando em uma boa desculpa.

- Não aconteceu nada Joseph. Eu cheguei ontem da casa de meus pais depois de uma semana inteira junto deles e fiquei muito cansada. Por isso dormi o dia inteiro. Acabou que eu acordei com a cara amassada de sono.

Ele concordou com a cabeça e apontou para a cadeira em sua frente. Um sinal para que eu me sentasse.

- Tudo bem. - Joseph suspirou - Eu te chamei até aqui para que possamos ter uma conversa muito séria. Estou preocupado com você.

- O que houve? Fiz alguma coisa de errado?

- Não, não. Ontem à noite, dois agentes que ficaram de rastrear Beauchamp, tiveram um sinal dele. - ele me encarou e eu me encolhi. - Encontraram-no saindo de um hospital todo encapuzado. - arregalei os olhos, surpresa com a revelação, conectando as coisas. Lembrei-me na hora da enfermeira me contando sem muitos detalhes sobre rapaz que me salvou e encolhi-me mais ainda, com medo de ele ter descoberto o que aconteceu comigo. - Eles o seguiram até que chamaram a atenção dele. - endireitei-me na cadeira e Joseph respirou fundo - O que eu quero dizer é que os agentes conseguiram tirar informações de Beauchamp, poucas, mas mesmo assim conseguiram. Entrei em contato com eles e os dois me disseram que seu paciente só voltaria ao manicômio depois de conversar com você. - assenti minimamente, pressentindo o que ele ira dizer. - Any, sei que você já passou por muita coisa e que já não queira mais se envolver, mas novamente, você é a única que pode nos ajudar. - Concordei.

- E quando ele pretende ter essa conversa? - perguntei curiosa.

- Aí é com você.- ele ficou sério de repente. - Beauchamp disse que você sabia onde encontrá-lo.

Sim, eu sabia e não sei se isso é uma coisa boa ou ruim.

                                 (...)

Estava neste momento no meu quarto, assistindo televisão, totalmente jogada na cama pensando nele. Eu não sabia se ficava com medo ou calma por ter que vê-lo novamente. Beauchamp estava brincando comigo e eu não gosto nenhum pouco disso. Ainda por cima eu não consigo tirar a minha conversa com Joseph da cabeça. Pelo que ele me disse, eu deveria saber onde e quando encontrá-lo, mas o problema é que eu realmente não sabia quando devia fazer isso. Josh podia vir à minha casa, mas a qualquer hora. Frustrada era o adjetivo perfeito para caracterizar o meu estado neste momento.

Distraída, continuei a assistir algum programa aleatório que passava na televisão. O sono estava me dominando e eu estava quase dormindo. Pensar sobre esse assunto me deixa cansada. De repente, me vi em um sono que, pela minha opinião, era totalmente merecedor.

Acordei de repente com um barulho vindo de algum cômodo da casa. Suspirei e olhei para o meu celular vendo que era exatamente 18h00min, pelo jeito eu tinha realmente apagado e me esqueci de acordar. Estava quase escurecendo. Escutei mais um barulho e, desejando que a pessoa que está me atormentando vá embora, desliguei a televisão que ainda estava ligada e fui em direção ao barulho.

Fui à cozinha e levei um susto, dando um grito estrondoso e cambaleando para trás, ao ver Josh na janela da mesma. Olhei para ele, ainda com o coração disparado e o mesmo encarava-me divertidamente. Com raiva, fui a sua direção, destrancando a janela e abrindo-a.

Psiquiatra De Um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora