Any Gabrielly
Sentada em meu sofá, olhei mais uma vez o endereço escrito no verso da foto. Eu posso ir até lá agora. O sol está quase se pondo, mas não está tão escuro. E não corro muito perigo se eu for rápida. Talvez seja somente uma brincadeira de mau gosto de Josh, afinal, o que ele tem haver com isso? Mas parte de mim, a que com certeza me deixei levar, estava dizendo para eu ir.
Tomando coragem, e, entrando no meu carro, dirigi até o local.
Não demorou tanto, ainda eram 17h50min e eu já estava parada, em frente a um tipo de casa, perto de um rio. Era bem arborizado e havia vários pássaros que cantavam anunciando o fim do dia chegando.
Decidi entrar na casa, logo vendo que estava bem cuidada. Senti um bom sentimento, tive uma leve sensação de que já estive aqui. O lugar era somente de um andar, tinha cozinha, sala de estar e de televisão. Havia também duas portas. Devem ser os quartos. Fui até o sofá que se localizava em frente à televisão, e suspirei, pensando no que fazer.Uma dor, de repente, se instalou em minha cabeça e tentei amenizá-la fechando os olhos, massageando as têmporas. Outra lembrança me atingiu.
- O que você acha que seu tio quer com nós dois? - Perguntei, virando-me para ele. Estávamos deitados na cama de seu quarto da casa perto do rio, um do lado do outro. Parecia que ele estava tão distante e pensativo. Não quero que ele me afaste.
- Eu não faço à mínima ideia. - Suspirou frustrado.
- Você está preocupado com alguma coisa?
- Talvez. - Disse somente. Deitei minha cabeça em seu peitoral, sentindo seu coração bater.
- Por favor, me conta. Sei que está tentando me proteger, mas você também tem que confiar em mim e saber que independente de tudo, vou estar com você.
Parecia que ele queria que eu prometesse o que tinha acabado de falar, pois me apertou em seus braços e beijou minha testa. Acariciou meu coro cabeludo, causando uma sensação de conforto em mim.
- Eu confio em você Any, só não quero ficar falando dos meus problemas.
- Mas um dia você vai me dizer? - Levantei minha cabeça para encarar seu rosto.
- Mas é muito teimosa. - Sorri. - Sim, um dia eu vou te dizer.
Dei-lhe um selinho demorado e me aconcheguei em seus braços.
- Eu te amo, Josh.
- Também te amo Any. Juro fazer de tudo para que nós fiquemos bem. - Sorri feliz e fechei meus olhos.
Levantei rapidamente do sofá, com os olhos cobertos de lágrimas depois de mais uma lembrança.
Era ele.
Parecíamos ser muito próximos. Próximos até demais. Mas porque eu não consigo me lembrar de como nos conhecemos? Ou do porque de estarmos tão íntimos?
Andei de um lado para o outro, pensando no que fazer. Preciso conversar com ele sobre isso. É muito sério tudo isso que está acontecendo. Por que Josh me esconderia uma coisa dessas? Não é como se eu também fosse uma pessoa perigosa para esconder algo assim. Por que fui me lembrar disso só agora?
Recordei-me que eu e ele estávamos deitados em uma cama do seu quarto que só pode ser dessa casa. Entrei nos dois cômodos que eu ainda não tinha visto e foi o último que me fez detalhar cada centímetro do lugar e ver que era o mesmo da lembrança.
Comecei a procurar alguma coisa que me leve a uma resposta.
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Psiquiatra De Um Assassino
FanfictionAny Gabrielly é uma psiquiatra de 23 anos que batalha pelo bem estar mental de seus clientes e das pessoas que a envolvem. Quem a conhece bem, vê que ela não faz o tipo de desistir fácil. Em um dia comum de trabalho, Any é mandada para o manicômio m...