11 - Ciúmes

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11 - Ciúme.


- Dois minutos Tenente. - um soldado sinalizou Dra. May e voltou a falar ao rádio que segurava com firmeza.

Os dias tem sido terríveis para a doutora. Muitas pesquisas, pouco descanso e muito café, seu cabelo estava amarrado em um coque bem apertado, cheirava a suor, café e laqué, uma mistura nada agradável na qual suportava a alguns longos dias. Seus olhos cansados e com vasos dilatados olhavam com espanto a imensa nuvem de fumaça que percorria quilômetros e escondia o por do sol. Passaram-se horas desde a estranha explosão que ocorreu por ali, alguns habitantes acreditavam que havia caído um meteoro que veio acompanhado de uma chuva surpresa com ventos fortes. Uma situação nada comum neste país e muito menos pelo mundo.

Isso é o que acontece quando se deixa essas pragas andarem por sem uma coleira... Pensou.

- Resolveram o problema com as emissoras?

- Sim senhora, foi um incidente ambiental. Já se foram a algumas horas atrás, sem muitas fotos e menos vídeos ainda, apenas uma imagem aérea que nós mesmos fornecemos.

- Perfeito.

- Vamos descer agora, tenente. - o soldado avisou.

"Malditos peculiares" sussurrou para si mesma. O helicóptero pousou com certa pressa na praia, jogando areia para todos os lados e cegando todos que estavam ali por perto na hora. Todo o perímetro já estava cercado pela organização, desde a costa da praia até a parte de trás da montanha onde o fogo não se alastrou ainda. Ninguém saia e tão pouco entrava no cerco.

- Encontraram algo? - ela disse a um sargento que aguardava na areia.

- O fogo consumiu tudo por aqui... - começou a dizer.

- Se o fogo consumiu tudo então por que me chamaram? Eu tenho cara de quem posso ficar perdendo tempo?

- Tenente, próximo a praia encontramos um abrigo, uma casa abandonada. Acreditamos que eles estavam vivendo lá, encontrando indícios disso.

May controlou os nervos e engoliu em seco as palavras que havia selecionado ao soldado. Por um instante uma raiva maior do que a que já sentia havia tomando conta de si. Ao ar livre? Eles se acham espertos o suficiente para se esconder de baixo dos nossos narizes? Não deixarei essa situação se repetir. Sem pensar ela seguiu na direção de uma trilha onde alguns soldados voltavam.

"Venha comigo" disse ela sem olhar para trás. O sargento tratou de acompanhar ela com mais um soldado sem abrir a boca, não seria inteligente continuar irritando a Tenente.

A trilha não tinha nem dez minutos e passando por algumas Palmeiras e árvores velhas se revelava uma casa caindo aos pedaços, grande o suficiente para abrigar dez indivíduos ou mais.

- Fede a raça deles. - ela torceu o nariz. - Quero que tragam aqueles dois que encontraram aqui por perto, algo me diz que posso tirar algumas informações bem interessantes deles.

O rosto da tenete brilhava de pura maldade. O cansaço havia ido embora ao saber que iria maltratar um pouco aqueles seres que se acham melhores que todos os humanos. Jogou o seu avental no ar enquanto sentava na escadinha da casa, seus olhos pegando fogo, refletindo o horizonte.

- Tomara que resistam, teria de matar eles. Um de cada vez... - sussurrou para si mesma, torcendo para que eles sejam fortes.

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