2 - C.M.E.P.
- Encontramos ele a tempo de escapar da área do incidente. - disse a mulher para alguém fora do meu campo de visão.
- Certo, podem deixar ele comigo agora. - a voz era suave e autoritária ao mesmo tempo, outra mulher, aparentemente uma que não tem espírito assassino ou porta uma arma ou algo do gênero, simplesmente parece ser a chefe de todos eles. Espero que isso seja bom em algum sentido.
- Certo, eu preciso de um banho mesmo. Vamos rapazes, vamos descautelar o armamento e estarão liberados, boa noite Doutora May.
- Igualmente tenente, sargentos. - a doutora os saudou, pegou minha maca e com ajuda de mais dois homens começaram a me levar para uma sala pequena no final do corredor largo. Logo que a porta se abriu consegui ver uma espécie de máquina na extremidade do lugar e quatro metros a esquerda dela uma mesa com uma máquina menor semelhante a um rádio velho - e era branco, pra variar.
Na sala eu fui posto de pé por uma máquina que jogou um líquido no meu braço, ele parecia água, mas fedia a algo bem podre, pelo menos era quente. Senti a minha mão novamente, movi meus dedos para ver se aquela mágica acontecia mas nada veio infelizmente. Ganhei uma pulseira preta ao invés disso, o brinde foi o banho daquela coisa fedida. A gosma havia sumido e eu caí nu no chão, as amarras da maca não me seguravam mais, os homens de jaleco me seguraram pelos braços e me secaram entregando uma roupa vermelha que lembrava muito um traje de astronautas que vemos na TV e afins. Coloquei ela e voltaram a me segurar, a doutora se direcionou a mim e começou a falar:
- Quero esclarecer algumas coisas aqui. - a doutora May disse olhando as unhas das mãos. - Você não é bem vindo, o local onde estará alojado não é um hotel, não espere boa companhia ou comodidade, e é bom que diga a verdade e somente a verdade para mim. - os rapazes colocaram mecanismos que grudavam na minha testa, eles possuíam uma corda que levava até a mesa onde a doutora seguia enquanto falava comigo. - Coisas ruins acontecem pra quem mente aqui, agora, sente-se por favor. Não costumo ser educada por muito tempo.
- Ouviu ela? - o médico ou seja lá o que for me empurrou e sentei na cadeira de madeira e olhei em volta, a sala era pequena e as paredes... Tinha algo ali. Parecia que tinha algo me observando atrás delas, era sinistro. Logo eles amarraram minhas pernas e a minha cintura deixando apenas meus braços livres.
- Certo, temos sua ficha completa em minhas mãos. Caso minta ou omita algum detalhe... - doutora May virou o botão preto da máquina e levei um shock que me fez ver tudo colorido, todas as minhas veias saltaram e pulsavam freneticamente. De longe uma das maiores dores que já experimentei na minha vida.
Ela era pior que a tenente e seus sargentos para o meu azar, as aparências enganam não é mesmo? Sádica maldita...
- Qual é o seu nome completo? - ela perguntou.
- A-Aiden.
- Aiden o quê? - questionou. Eu abri a boca para responder mas eu não sabia, então fiquei olhando para ela com cara de paisagem, senti o nervosismo dela, a veia no canto da desta evidenciava o sentimento de raiva. Levei outro shock por causa disso. - O seu sobrenome Aiden.
- Eu não sei, eu não sei...
- Mentira. - disse ligando o dispositivo. Ela ficou repetindo e repetindo o procedimento até cansar.
Eu gritava de dor e ela amava isso, os olhos dela brilhavam com o meu sofrimento.
- Mais uma vez, o seu sobrenome Aiden.
- Eu juro que não sei, eu não sei de nada que aconteceu comigo. Eu só acordei com tudo do hospital destruído e minha mente confusa, para de me eletrocutar, por favor... É tudo o que eu sei...
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O Dom
أدب المراهقينAiden faz parte de 2% da população mundial. Essa pequena porcentagem por algum motivo desenvolveu ao longo de suas vidas habilidades, dons que a ciência não consegue explicar ainda, e, é o C.M.E.P. que está encarregado de estudar esses seres humanos...