Mutantes também amam

Um novo começo

[7:45 pm]

Jimin acorda ainda com um pouco de dor, mas percebe que não estava no mercado nem em casa, era um lugar estranho, um quarto grande com uma porta fechada.

- Gente! A bela adormecida acordou. - Jimin ouve uma voz masculina vindo do mesmo quarto que ele, mas não vê ninguém.

- Quem está aí? - Jimin pergunta, visivelmente confuso, olhando para todos os cantos do quarto.

- Calma, fofinho. - a voz desconhecida se faz presente novamente.

De repente, uma pessoa surge ao seu lado, Jimin toma um susto, dá um grito e cai da cama. Tinha certeza de que estava sozinho no quarto, como aquela pessoa havia surgido do nada?

- Eiii, eu nem sou assim tão feio pra você cair da cama. - o rapaz moreno brinca.

- Quem é você? Como apareceu assim do nada? Onde eu estou? - Jimin pergunta aos gritos, confuso e assustado demais.

- Aff, calma, não vou fazer nada de mal com você, só espera aí um pouco que suas perguntas serão respondidas. - ele o responde, mantendo um semblante tranquilo.

- Esperar o quê? Eu nem sei onde estou, me deixe sair daqui, por favor. - indaga, aflito.

- Calma, mano.

A porta do quarto se abre e entram mais duas pessoas, Jimin começa a ficar ainda mais desesperado, se afastando até chegar no canto do quarto.

- Pronto, eles chegaram. - o desconhecido fala.

- Oi, mocinho, tudo bem? Lembra de mim ainda? -esse era o mesmo homem que tinha o visto no mercado antes de desmaiar, era bem alto, forte e não tinha aparência de alguém que o faria mal, mesmo assim, Jimin não se conforta.

- Lembro sim, foi você que me trouxe aqui, né? Me deixa ir embora, por favor.

- Calma nós só vamos te ajudar, ok? Sabemos que você é um mutante, e nós também somos, por isso que ele te trouxe aqui. Ou você preferia ficar no mercado com as coisas voando em volta de você? - um rapaz de ombros largos se aproxima.

- Tá, mas o'que vocês querem comigo?

- Aqui nessa casa só vivem mutantes e nós achamos que seria melhor você ficar aqui com a gente, assim eu poderia te ajudar a controlar melhor seus poderes e você teria uma vida melhor.

- Mas como eu vou saber se vocês realmente são do bem? - Jimin pergunta.

- Se nós fôssemos ruins já teríamos te matado, não acha?

Jimin pensa um pouco e se acalma.

- Vamos nos apresentar então? - ele parece animado, curvando-se ao mais baixo. - Oi, eu sou o Hoseok.

- Prazer, me chamo Jin.

- E eu sou o Namjoon.

- Agora você poderia dizer seu nome? Assim conseguiremos nos comunicar direito. - Jin o questiona.

- Ta, me chamo Park Jimin. - Jimin fala com uma voz baixa e ainda meio assustado.

- Uhuuu, novo amigooooo. - Hoseok não consegue conter sua animação.

- Tá bom né, Hoseok, vamos deixar o Jin sozinho com ele pra explicar melhor. - Namjoon diz sério.

- Fazer o que, né?- Hoseok o acompanha.

Os dois saem e Jimin fica sozinho com Jin.

- Por favor, me explica o que aconteceu? Porque eu ainda tô muito assustado.

- Olha, resumidamente, o Namjoon te viu no mercado se sentindo mal, e tinha várias coisas voando ao seu redor, aí quando você desmaiou, ele te trouxe pra cá, porque sabia que você era um de nós. - Jin diz calmo.

- Como assim, um de nós?

- Um mutante. - Jin responde.

- Então me prova que você é um mutante. - Jimin o provoca, ainda desconfiado.

Mas como em um passe de mágica, o alheio se multiplica, enchendo o quarto com várias de suas cópias.

- Meu Deus do céu. - Jimin diz assustado. -Você se clona?

- Não! - Jin ri da reação do mais novo. - Só tem um de mim aqui, todos os outros são ilusões que eu projetei em sua mente. Tenta tocar em algum.

Jimin o obedece, passando a mão em vários, os vendo desaparecer, até que reste apenas o Jin original.

- Viu? E também consigo ler mentes, você está com fome que eu sei, só que não tem miojo aqui, okay? - ele brinca.

- Meu Deus, você é impressionante. - Jimin fica mais calmo e Jin se levanta, pegando uma toalha e dando-a ao mais baixo.

- O que você acha de ir tomar um banho para relaxar mais? Porque daqui a pouco todos nós vamos jantar, e já é bom pra você conhecer todo mundo daqui da casa. - Jin sorri.

- Ah, não sei não, acabei de chegar, não é nada contra, mas não sei se confio em vocês ainda. Sabe? - ainda era difícil para Jimin acreditar em qualquer pessoa, havia passado grande parte de sua vida sozinho, muita generosidade o assustava.

- Eu juro que somos confiáveis, aqui estamos todos no mesmo barco, se escondendo para sobreviver. Pode ter certeza que só estamos tentando te ajudar. Vá tomar um banho, garanto que depois você fica mais calmo.

Jimin acena com a cabeça, pega a toalha e Jin o acompanha até o banheiro da casa. Jimin continua receoso, mas resolve confiar neles e toma um rápido banho. Depois de limpo e mais calmo, Jimin sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, agora ele estava sozinho em um corredor daquela humilde casa, mas logo vê alguém chegando e fica envergonhado. Era uma menina de mais ou menos uns 16 anos, com cabelos castanhos escuros.

- Você que é o menino novo daqui? - ela pergunta.

- Eh, acho que sim. - encabulado, Jimin a responde.

- Prazer, Jennie. - ela sorri.

Naquele mesmo momento de conversa, Jimin sente algo subindo em sua perna, em movimentos circulares, como se tentasse enroscá-lo.

- Ah... o que é isso subindo em mim? Tira, por favor! - diz aflito.

- Não precisa ter medo, é uma das minhas misturas de plantas. - Jennie tenta acalmá-lo.

Jennie não sabia se podia confiar em Jimin, então resolve não contar sobre seus poderes sobre as plantas.

- Éh... eu estudo as plantas, sabe... - tenta se explicar.

- Tá bom então. Você pode chamar o Jin, por favor?

- Ok, vou nessa, e... veste alguma coisa, nem todos aqui gostam de ver meninos sem camisa, ok? - o repreende.

- Ah, desculpa.

Jennie sai e vai chamar Jin. Enquanto isso, Jimin fica dentro do banheiro pra não ser visto por mais ninguém.

- Oi, Jimin, eu tinha ido pegar sua roupa e eu sei que era isso que você queira me dizer. Toma aqui. - Jin rapidamente aparece, dando ao mais novo roupas limpas.

"- Meu Deus que perfume é esse? Essa roupa... tão macia, tão cheirosa, será que é do Jin?"- Jimin se questiona em pensamento.