Capítulo Vinte e Três

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— Sério?

— É claro! Você é idiota? — Farkle disse visivelmente irritado.

Estamos saindo do refeitório e Farkle estava me contado exatamente o que Maya havia me dito.

— Vacilei. — Passo a mão no cabelo frustado.

— Você agiu com um idiota! Eu não passei meses da minha vida ajudando você conquistar minha garota para ficar agindo como um idiota! — gritou me fazendo olhar ele estranhamente.

— Vou consertar isso. Mas cara, você está bem? — pergunto preocupado, a veia da testa estava pulsando.

— Não, vou encontrar minha ex namorada e não sei como agir!

— Relaxa. Olha, você me ajudou muito, eu vou te ajudar agora, tá bom? — Coloco a mão no seu ombro vendo ele suspirar e concordar com a cabeça.

Me despeço de Farkle e vou direto para a biblioteca. Mandei diversas mensagem para Maya dizendo que precisava vê-la, não me respondeu em nenhuma.

Passei horas estudando com a galera, minha cabeça está explodindo de dor e dentro de mim ficava roendo como sou um péssimo namorado.

— Eu já vou parar, estou com dor de cabeça — digo fechando o livro.

Não escutei nada do que eles falaram, só arrumo minhas coisas e saio da biblioteca. Eu queria falar com Maya agora, mas dúvido que a mesma queira, e pelo o que Farkle me disse ela estaria comprando roupa com minha sobrinha.

Joguei minha bolsa no armário e o fecho, encosto no armário observando o fim da tarde pela janela.

— Ei.

Olho para o lado vendo Farkle.

— Como você está se sentindo, amigo? — pergunto começando a andar em direção ao Campus.

— Eu estou bem, agora, entende? Não sei como vai ser quando ver Isadora.

Olhei para o céu com uma tonalidade laranjada, indignado o fim da tarde. Pensei por um instante em como ajudar Farkle.

— Imagina que sou ela — digo e ele me olha contendo um sorriso. — É sério, tô tentando te ajudar!

Ele gargalhou um pouco até concordar com a cabeça. Finjo jogar meu cabelo invisível para o lado e sentar na mureta cruzando as pernas.

— Olá, Isadora — disse, porém não se controlou e começou a rir. — Isso não vai dar certo.

— Pense que chegou na festa de Riley e encontrou Isadora, mas você tem que ter em mente que ela pode não ser a mesma que você lembra. Já se passou um ano desde que vocês se viram. E se ela não for mais a menina em quem você foi apaixonado? — pergunto e ele olha para o chão.

— Mas e se ela for? — Senta do meu lado.

— Cara, e se você não for o mesmo Farkle? Está surtando assim, mas já pensou chegar na hora e você perceber que ela é só sua amiga Isadora, não sua ex namorada.

— Está dizendo que o melhor é eu esperar até encontrá-la, para ver como me sinto?

— Você é mesmo bem inteligente — digo sorrindo.

— Valeu, Josh. — Fizemos um pequeno toque com mão.

Olho para longe do gramado e vejo minha namorada com Riley, ambas estavam com sacolas nas mãos. Se aproximaram mais um pouco, finalmente percebendo que estávamos ali. Maya que estava com um sorriso no rosto, logo se desfaz quando me vê.

— Oi, Farkle e Tio Josh. — Riley se aproxima animada, ela sempre fica mais contente perto do seu aniversário.

— Nerd, Joshua — disse com desdém meu nome.

Gargalhei, parecia meses atrás quando ela me odiava.

— Oi, sobrinha e amor da minha vida — digo, observando seus olhos azuis rolarem.

— Meninas — diz Farkle de um jeito que só ele consegue.

— Então, amanhã é meu aniversário — exclama Riley, dando uma pausa de suspense. — E quero sair para jantar com vocês, na verdade havia combinado de jantar só com Lucas, mas ele vai entender. Amanhã, às sete?

Observo Maya ajeitar a coluna e olhar de relance para Farkle.

— Não dá. Amanhã eu, Farkle e esse cara aqui que eu chamo de namorado — começa me fazendo revirar os olhos sorrindo. — , vamos sair em um encontro duplo.

Olho para Maya surpreso de ter inventado uma desculpa tão boa e rápida.

— Ah, sério? — disse tentando esconder que ficou magoada. — Quem é a garota de sorte?

— Uma menina da aula de Arte — responde rápido.

— Ok, então, tudo bem. Vamos, Maya?

Ela concorda com a cabeça, mas antes de começar a andar seguro sua mão.

— Fica, quero falar com você — peço. — Por favor.

Ela suspira fundo e entrega a sacola para a amiga levar para dentro. Farkle aproveita para ir junto com Riley.

Maya se sentou na mureta, cruzando as pernas de uma forma "borboleta".

— Maya, me desculpa. Eu estou sendo um idiota com você, por causa de um ciúmes bobo — digo olhando no fundo dos seus olhos. — Mas eu não entendo por que você quer se aproximar desse cara de novo.

— Só por que começamos a namorar eu não posso ter novos amigos? — pergunta visivelmente incrédula.

— Não alguém que já ficou com você, eu não me sinto a vontade, Maya.

— Ah, jura? — pergunta sarcástica. — E como você me acha que eu me sinto em relação a Jhenny? Mas eu não surto, porque confio em você!

Meu olhar caiu no chão. Eu nunca havia parado para pensar em como Maya se sentia em relação a isso.

— Não precisa se sentir assim, você é tudo para mim, Maya — digo segurando firme suas mãos.

— Você também é tudo para mim. Mas, esse ciúmes é chato e cansativo, eu não vou me afastar de ninguém por isso, Josh!

— E você não precisa! Me desculpa por tudo isso, eu vou parar de agir assim — digo. — Eu não quero te perder, amor.

— E não vai, nunca. — Leva suas mãos na minha bochecha, me fazendo relaxar de leve. — Mas, para com esse ciúme bobo.

Concordo com a cabeça já fechando meus olhos, junto nossos lábios em um beijo apaixonado. Separo nossas bocas e puxo sua cintura para um abraço apertado.

I Love You, MayaOnde histórias criam vida. Descubra agora