-Oi.
O garotinho pulou de susto com a presença repentina da garota mais velha que se sentava ao seu lado, embaixo de uma árvore. Ele a olhou, surpreso por finalmente ver alguém do sexo feminino, e nem um pouco hesitante respondeu:
-Oi.
-Meu nome é (S/n), você se lembra do seu?
-Sou Chuck.
-Legal, Chuck - a garota disse e sorriu amigavelmente. - Alby deve ter falado com você.
-Falou, mas não entendi nada.
-Eu sei, é assim mesmo de início. Quer dizer, na verdade eu não sei. Fui a primeira a ser mandada para cá, então não tive ninguém que me apresentasse o lugar.
-Só vi meninos aqui. Você é a única garota? - ele perguntou curioso.
-É, Novato, eu sou.
-Deve ser difícil.
-E como é, não é fácil suportar esses trolhos nojentos! - ela disse, arrancando uma risada fofa e infantil que aqueceu seu coração. - O que acha de irmos jantar agora?
-Eu tô morrendo de fome!
-Vai adorar a comida de Caçarola então.
Ela se levantou primeiro, acompanhada pelo mais novo que ela guiou até o aglomerado de rapazes que já estavam sentados nas mesas de piquenique, no pátio ao lado da Cozinha. Eles pegaram uma breve fila para montar seus pratos e se sentaram em uma mesa vazia. Não demorou muito tempo para que Chuck começasse suas perguntas.
-Você tem um namorado aqui?
-Hm... Não.
-O que é essa marca roxa no seu pescoço?
-Ahn... Tá vendo aquela floresta ali? Chamamos de Campo Santo. Há um inseto lá que deixa essas marcas quando te pica, mas ele é noturno, então está tudo bem ir lá durante o dia.
-Não me pareceu muito convincente - o garoto respondeu, quase a fazendo rir. Era uma desculpa tola, a primeira que apareceu em sua mente, e agradecia pela pergunta ter sido feita por Chuck. Se Alby perguntasse ela não conseguiria pensar em algo bom que o convencesse, e ela estaria ferrada.
-Ah, é? Se não acredita nisso, saiba que tem mais! Sabe esses muros que nos cercam? Por trás deles existe um Labirinto que esconde a saída desse lugar de mértila. Seria fácil, se não fosse os Verdugos!
-Verdugos?
-É como o chamamos. Parece uma aranha gigante, algumas partes animais, outras robóticas... São horríveis e perigosos, por isso deve manter distância do Labirinto, entendeu?
-Só acredito vendo! - ele disse rindo, empolgado e em descrença.
-Não queira! Amanhã, quando os muros abrirem, vou te mostrar a Clareira.
-"Quando os muros abrirem"? Quer dizer que esses muros, enormes, se abrem?
-Sim, em quatro passagens. Tem a Porta Sul, Leste, Oeste e a Porta Norte - ela disse apontando para cada muro ao dizer sua respectiva direção, mas logo balançou as mãos, confusa. - Ou é ao contrário, sei lá. Meu senso de direção é péssimo, por isso deixei de ser uma Corredora.
-Acho que agora chega a parte que você fala sobre um certo Corredor bonitão, que mapeia o Labirinto dia após dia, junto com outros Corredores não tão bonitos assim atrás de uma saída - Minho chegou dizendo, se sentando ao seu lado e apertando sua coxa por debaixo da mesa. Ah, que droga! Talvez fosse uma safada mesmo, porque sentiu seus mamilos se enrijecerem dentro do sutiã. Constrangida, nem teve tempo de raciocinar algo, porque Newt se sentou no espaço vago a sua direita, zombando:
-É, e que nunca encontrou nada.
-Estão dizendo que a saída fica dentro do Labirinto, onde fica os Verdugos?
-É - Minho respondeu bebendo seu suco. - Eles só saem durante a noite, enquanto os muros estão fechados... Uma noite lá dentro e você já era!
-Lembra o que eu disse sobre manter distância do Labirinto? - a garota reforçou, afastando o mão de Minho que brincava com o polegar em seu joelho.
Eles continuaram conversando, contando histórias, apresentando alguns Clareanos e contando algumas histórias sobre a Clareira. Newt havia encontrado a mão direita de (S/n) embaixo da mesa e entrelaçou seus dedos, longe de qualquer olhar alheio, segurando-a forte até que elas começassem a suar. (S/n) ainda se sentia nas nuvens por tê-lo ouvido a chamar de amor e, lembrando disso, a garota sorriu pro vento.
-Me encontra no Campo Santo mais tarde? - Newt perguntou em seu ouvido e ela, se arrepiando, respondeu com um aceno discreto com a cabeça.
Quando eles terminaram de comer, os meninos foram mostrar a Chuck o lugar em que ele dormiria e (S/n) seguiu o caminho contrário, para sua tenda, onde reuniu suas coisas para ir tomar um banho.
Assim que a noite caiu e todos foram dormir, (S/n) se esgueirou rapidamente pela Clareira em direção ao Campo Santo. Não foi difícil encontrar Newt entre as árvores negras, já que a luz da lua destacava a palidez de sua pele. A vontade de sorrir surgiu automaticamente e, embora a garota tentasse se conter, seu sorriso já era grande quando ela se aproximou e se encaixou em seus braços.
-Como eu senti falta de sentir você - ele disse sem se afastar, mesmo depois de muito tempo a abraçando. Sua voz saiu abafada contra seu pescoço e sua respiração quente a arrepiou.
-Eu nunca vou me cansar disso. Você é melhor coisa que me aconteceu aqui.
Newt sorriu e segurou o rosto de (S/n) com as mãos abertas em suas bochechas, beijando seu rosto em todos os lugares possíveis até parar para a olhar. (S/n) jurava que poderia morrer feliz toda vez que Newt a olhava de pertinho, com seus olhos castanhos tão brilhantes e vidrados quanto os dela nele.
-Não sei o que seria de mim aqui sem você - ele disse, então deslizou suas mãos para as dela e a puxou. - Eu fiz uma coisa pra você.
-Você fez? - ela repetiu, surpresa, permitindo-se ser guiada até uma área onde as copas das árvores eram mais escassas. Newt havia pensado em tudo, tinha esticado uma toalha sobre o chão, de onde conseguiriam ver as estrelas deitados, e havia roubado chocolate da despensa, que ele derreteu em banho-maria usando uma pequena fogueira que havia feito, para comê-lo junto com os morangos que havia colhido do jardim.
-Não é muito, nem 1% do que você realmente merece, mas foi o que consegui fazer - ele disse parado atrás dela, envergonhado e com medo de sua reação. (S/n), porém, nem conseguia se mexer.
-Eu amei... - sua voz havia saído em um sussurro e ela duvidava que ele tivesse ouvido. Ela se virou para o loiro e o beijou, embora fosse difícil parar de sorrir.
A boca de Newt, senhoras e senhores, era o portal de teletransporte direto ao paraíso. Sua língua tocava a sua com extrema delicadeza e maciez, numa sincronia lenta que parecia ensaiada. Era assim que (S/n) se sentia com o garoto, no paraíso.
E Newt não se sentia diferente.
Ele a encostou em uma árvore, interrompendo o beijo enquanto se olhavam de pertinho. Newt procurou abrigo para suas mãos embaixo da blusa de (S/n), a arrancando um suspiro pelos seus dedos gelados que arrepiavam sua pele. Newt a observava com atenção enquanto acariciava a lateral de seu corpo, sentindo a cicatriz em sua cintura e sua respiração fresca e bagunçada batendo em seu rosto. (S/n) tinha os olhos fechados quando Newt subiu aos mãos em direção aos seus seios livres, atacando os lábios da garota quando sentiu os mamilos enrijecidos nas pontas dos seus dedos. Newt a puxou para mais perto, permitindo-a sentir sua ereção contra seu corpo. Estavam tão envolvidos um com o outro que mal ouviram as folhas sendo esmagadas com os passos que se aproximavam hesitantes, até parar, a alguns metros de distância.
-Então esse é o inseto que você disse?
A voz infantil surgiu de repente, os assustando e fazendo com que (S/n) mordesse a língua de Newt, que urrou de dor. Ela olhou para o garoto de cabelo cacheado e bochechas gordas, que parecia sofrer para segurar o riso.
-É bom que não conte a ninguém, entendeu Fedelho?
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A PRIMEIRA CLAREANA [FANFIC INTERATIVA - MAZE RUNNER]
Fanfiction(S/N) acordou em uma caixa de metal fria e escura, sem nenhuma lembrança além do próprio nome. Seus punhos disferiam socos em busca de uma saída enquanto ela gritava por ajuda, quando finalmente a Caixa parou. Mesmo ansiosa para sair, a adolescente...