Jogos são divertidos em todos os sentidos. Aceitava qualquer tipo de desafio, tanto os online quanto os de console e se tivessem coragem para enfrentá-lo em uma partida de amarelinha, com certeza encararia isso como um desafio seríssimo. Era competitivo e fora por essa personalidade que havia se metido naquilo.
Estava em um lugar escuro, apertado que cheirava a roupa lavada, morrendo de medo das sombras, o coração batia a mil e as mãos suavam, os lábios estavam praticamente mastigados graças ao seu nervosismo, e contava os segundos para poder ver a luz novamente. Sentado temeroso, envolto de escuridão e expectações, batucava o dedo no chão junto com um dos pés que golpeava a madeira impacientemente. Precisava sair de lá o mais rápido possível.
Principalmente porque havia um monstro o olhando, os olhos felinos, a voz monstruosamente grave estava se movendo de uma lado para o outro fazendo uma risada maligna a fim de assustá-lo.
— Taehyung! Para de rir, vê se fica quieto e senta aqui comigo, por gentileza? — Jeongguk disse fechando os olhos e tentando não ficar tonto pelo outro não sossegava naquele espaço tão pequeno. Tinha um pouco do medo de escuro, sempre tivera quando era criança. Ou pelo menos acreditava fielmente nisso. Aquele era o jogo mais traiçoeiro de todos, quem o inventou, certamente deveria ser queimado vivo.
7 minutos no paraíso.
Uma brincadeira muito conhecida por adolescentes, onde duas pessoas aleatórias são escolhidas e colocadas dentro de um lugar escuro com privacidade para conversarem, e trocarem brindes encostando as bocas e movendo a cabeça de um lado para o outro, ou seja, trocarem beijos e amassos escondidos dos amigos.
Jeongguk não estava nem aí se as regras diziam que devia ficar quietinho por sete minutos, ou se focar em beijar a boquinha de outra pessoa nesse meio tempo. Sua vontade era clara, queria sair correndo dali e ligar a luz, depois dar um soco nos novos amigos de Taehyung, que já se tornavam seus também, por terem inventado isso.
Mas não o faria, não queria perder no jogo depois de ter perdido várias partidas que fizeram horas antes. Aqueles dois eram bons jogadores, se conheciam bem e tinham uma parceira enorme. Ao contrário do time Kim & Jeon que só sabiam ficar confusos na hora de fazer mímica, adivinhar palavras, caçar tesouros ou responderem um quiz de perguntas sobre o melhor amigo. De acordo com o que tinha visto hoje, Taehyung e Jeongguk não se conheciam nada. Mas passaram 10 anos juntos e se conheciam mais que tudo ao mesmo tempo.
Não conseguia explicar aquela lógica, pois sabia tudo o que era importante sobre o melhor amigo, mas não sabia que ele tinha o hábito de apenas comprar cuecas pretas, ou que o mesmo era um grande gênio quando se tratava de conhecer artes clássicas. Taehyung parecia simplesmente um sabichão, totalmente da diferente da imagem de bobão fofo que havia passado para si há anos, mas já era de se esperar. Se ele escondia um twitter secreto, certamente tinha coisas que não sabia. O mais velho era uma caixa de surpresas, nunca se entediaria na vida ao seu lado.
Aquele tinha sido um longo dia e não sabia se ficava puto ou estressado. Mesmo que ambos escolhas fossem sinônimos, uma terceira poderia surgir no meio de tudo aquilo, para declarar com todas as letras que estava mesmo revoltado. Pois logo o último jogo tinha que ser sete minutos no paraíso. E isso era péssimo para Jeongguk, aquele rapaz nervoso que fica com o celular grudado na cara vinte e quatro horas por dia, que não gosta do escuro e tem vários problemas com certas pessoas invadindo seu espaço pessoal.
Continuava parado olhando para a parede enquanto Taehyung tentava fazer caretas fofas para lhe distrair no meio daquilo.
— Esse monstrinho do armário não vai me deixar em paz? — perguntou cruzando os braços e vendo o Kim soprar um riso indo para a sua frente. Ambos estavam sentados com pernas de índios, o mais velho pousou as duas mãos sobre os joelhos do moreno sorrindo de forma animada para o aniversariante.
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GAMER (L)OVER • taekook
Hayran KurguEm todos os cenários que imaginou para si, Jeon Jeongguk jamais acreditou que estaria passando por essa situação. Estava no pé da porta da sua casa, esperando para falar aos seus pais que havia se apaixonado. Sabia que seus pais aceitariam aquilo, a...