REESCREVENDO!
Um momento pode te levar ao inferno e não querer mais sair dali? Um único momento pode decidir toda sua trajetória?
Ana Clara Monteiro acredita que sim. Mesmo sendo confiante e destemida 95% do tempo, ela tem aqueles 5% que em seu inte...
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Sentada na varanda tomando uma taça de vinho observava o sol se pôr no céu, daqui não tinha uma vista privilegiada dele porém o conseguia enxergar por sobre os prédios em seus topos.
A melhor hora dos meus dias era essa, apenas sentar aqui ou ir até a praça onde fica a fonte e observar o sol se pôr, virou quase uma rotina pois notei me fazer bem. Ver as cores que se misturavam ao azul, aquela sensação de paz que me dava enquanto ouvia sempre alguma música de uma playlist calma para relaxar, não o corpo e sim a mente.
Hoje especificamente estou um pouco pensativa, refletindo sobre a vida num todo, meus sonhos, vontades, medos... traumas. Até por que quem nessa vida já não passou por momentos difíceis não é mesmo, infelizmente é natural do ser humano estar muito feliz em um dia e no outro algo acontecer - por menor que seja - nos deixando para baixo.
Parando para observar a rua um pouco movimentada num fim de sábado consigo visualizar um casal passeando com um menininho de cabelos pretos carregando algo em mãos que julgo ser algum brinquedo mas ao longe não consigo distinguir.
Como eu queria aquilo.
Anos atrás minha vida estava num caminho tão certo que me sentia feliz e completa, com planos a todo vapor. Isso até a cadela da vida me derrubar rindo da minha cara, me mostrando que não poderia ser feliz. Tentei me livrar das lembranças pensando na família que eu tinha a sorte de ter e os amigos que se agregaram a ela também.
Hoje minha pequena família que antes era eu e minha mãe dobrou. Liam meu padrasto é separado e possui a guarda compartilhada do filho que atualmente é um adolescente com seus doze anos chamado Christian.
Mesmo sendo muitos anos mais velha que ele nos damos bem, foi bom ter a sensação de ser irmã mais velha para uma crianca na época. Por mim colocava ele num potinho e não deixava crescer nunca, gosto de o proteger.
Assim como eu Cris não faz parte do time das ligações mas passa o dia mandando mensagens aleatórias, inclusive pedindo presentes agora que estou aqui, ou alguma blusa autografada do time de futebol do Barcelona que em suas palavras é para quem ele torce na Europa, eu não entendo do assunto mas ele até que tenta me explicar antes de desistir.
Em Boston também tenho minha tia, irmã da minha mãe. Ela e seu marido eram as únicas pessoas que mamãe conhecia quando nos mudamos e eles já tinham Ray que é dois anos mais velho que eu. Mas desde que cheguei nos tornamos inseparáveis, somos primos quase irmãos pois criamos um vínculo como tal, principalmente após a fase de adolescência.
Não é por que somos parentes, mas sempre me gabo pela sua beleza singular e por diversas vezes o abracei fingindo um namoro para tirar olhares.
Nos dias difíceis eles estava ao meu lado e foi o mesmo que me apresentou a corrida me tirando da cama todos os dias de manhã pra acompanha-lo. Mesmo eu não admitindo pra ele, isso foi um grande incentivo pra eu não passar semanas isolada dentro de um quarto.