REESCREVENDO!
Um momento pode te levar ao inferno e não querer mais sair dali? Um único momento pode decidir toda sua trajetória?
Ana Clara Monteiro acredita que sim. Mesmo sendo confiante e destemida 95% do tempo, ela tem aqueles 5% que em seu inte...
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Lembro-me de um primeiro encontro a alguns anos atrás, me parece quase um século de tão distante que aconteceu ao mesmo tempo que minhas lembranças intactas mostram que foram ontem mesmo aquele sábado a noite onde fui ao cinema acompanhado de uma paquera pela primeira vez na vida e ganhei um clássico beijo enquanto assistimos a um filme de comédia romântica que não prestavamos muita atenção.
Um sorriso nostálgico surge assim como o bolo na garganta lembrando-me de dissipar tudo isso sabendo que não deveria ter tais pensamentos justo agora pois o início daquele desespero já conhecido tenta vir a tona e não estou preparada para ter uma crise nesse momento, eu não quero me afundar sendo que ainda não aconteceu nada.
Suspiro focando em qualquer outra coisa para tentar manter minha pouca sanidade intacta. De frente para o espelho mantenho a atenção na roupa que me compunha, a saia jeans preta que comprei nos primeiros dias que estava na cidade, blusa branca meio justa de alças grossas, blazer rosa pastel claro que fica lindo com a saia curta ficando quase a sua altura, cinto com fivela dourada combina com um jogo de cordões finos sobre meu pescoço e dois anéis, nos pés um salto pequeno quase médio de tiras nude e confortável finaliza a produção junto aos cabelos longos presos apenas um pouco na parte superior com alguns fios soltos sobre o rosto que continha uma maquiagem leve e rotineira.
Apesar de tudo que tenta se passar em minha mente eu estou realmente me sentindo bem, ou ao menos tentando por estar sentindo-me bonita por fora e querer ser assim por dentro também.
Estou aqui em baixo te esperando.
Respirei fundo diversas vezes enquanto pegava a pequena bolsa lateral depositando ali o celular descendo as escadas mantendo-me mais calma, ou o mais próximo disso.
Ao passar pela recepção do prédio cumprimentei o senhor que constantemente está ali quando outro jovem não está. Podia vê-lo com uma calça jeans escura e moderna abraçando suas coxas junto a blusa social branca com os primeiros botões abertos deixando parte do seu peitoral exposto fazendo-me ter certeza - agora com mais luz - que possui alguma tatuagem naquela área.
Seus olhos me olharam de cima em baixo demorando alguns segundos em minhas pernas desnudas antes de me encarar sorrindo vindo ao meu encontro recebendo-me com um beijo na bochecha.
- Boa noite bravinha.
- Boa noite Filip. - Foi instintivo soar sedutora.
- Vamos? - Assenti o vendo abrir um grande sorriso em resposta.
Me acompanhou com a mão apoiada em minhas costas até o carro, ou melhor, mostro pode ser adjetivo melhor para o Jeep preto enorme que combina seriamente com o tamanho de seu dono.
- Esse certamente é seu carro. - Assumi enquanto ele gentilmente me dava sua mão como apoio para subir.
