Prólogo

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7 de dezembro.

Era inverno e o céu estava em uma tonalidade de cinza escuro, um ar triste pairava o ambiente. Grandes nuvens cinzentas tapavam os raios de sol que ali se foram meses atrás. E para ajudar o ambiente a ficar mais pesado, uma corrente de ventos gélidos percorria pela rua deserta, as vezes batiam nas folhas caídas que ficavam no asfalto e lhes davam rodopios, parando bem longe de onde estavam inicialmente.

Eijirou estava ansioso para fazer mais uma visita aos vizinhos, não entendia muito bem o por que de ficar tão animado sempre que ia até lá, talvez fosse novo demais para entender.

— Mainha, podemos ir agora? — Ele segue até a cozinha, onde sua mãe tirava uma grande lasanha do forno.

— Ainda não, Eiji — Ela responde sem tirar a atenção da comida.

— Vai demorar muito? — O menor insiste.

— Mainha vai só passar plástico filme por cima da comida e ir procurar um agasalho ok? — Ela se vira para o filho e retira o avental da cintura — Aliás, cadê o seu casaco? Está frio lá fora..

— Não preciso de casaco, eu sou bem resistente mainha! — Diz animado.

— Ora, você acha que o Red Riot não usa casacos também? — Ela se abaixa e pega o filho no colo.

— Ele é resistente, e eu sou também! Não precisamos de casaco — O menor franze a testa e cruza os braços.

— Filho.. o Riot sente frio e tenho certeza de que ele obedece quando a mãe dele pede para ele usar um casaco, agora vá lá em cima e busque o seu, sim? — Ela põe o pequeno de volta ao chão.

— Tudo bem... mas só vou fazer porque é algo que ele faria!

Seus olhos brilham junto a um pequeno sorriso em seu rosto, e rapidamente Kirishima se vira e corre até as escadas, seguindo para seu quarto. A decoração de lá era simples: paredes vermelhas e brancas chamavam a atenção de qualquer um que entrasse ali, além é claro das action figures nas prateleiras.

Seus super heróis favoritos ficavam ali, e apenas Eijirou sabia que elas estavam em uma sequência de mais importância para ele. Deku, Charge Bolt, Pink, Froppy, Celophane Earphone Jack... todos os melhores estavam por ali, eles tinham bombado naquele ano, um desenho de super heróis, qual era criança que não gostaria de assistir aquilo?

Por último estavam Ground Zero e Red Riot lado a lado. Em uma prateleira afastada só para os dois, eles sempre foram seus favoritos. 

Ao adentrar no quarto, as íris vermelhas vasculhavam a procura do seu casaco vermelho. Ele leva um certo tempo para se lembrar onde o deixou pela última vez e decide checar seu guarda roupa. Bingo! Lá estava a roupa pendurada. Ele estica os bracinhos pequenos e agarra o casaco, logo vestindo-o. E antes de fechar a porta, se vira e olha para os dois bonecos sozinhos na prateleira.

Eijirou sorri. Os pequenos olhos brilham. Ele sente vontade em voltar para o quarto e passar a tarde brincando com os dois, mas então se lembra de que ele precisa ir. Ele precisa ir ver seu amigo.

[...]

O som da campainha ecoa pela mente do pequeno, não era um som parecido com um "ding dong" e sim mais como um alarme alto e ensurdecedor. As vezes isso o assustava, e ele por reflexo botava suas mãos nos ouvidos na tentativa de fazer com que o som parasse.

A grande porta de madeira escura é aberta e com ela vem um doce cheiro de biscoitos e é claro a visão de Mitsuki, mãe do seu amigo.

"Eles fizeram cookies de novo, eu amo os cookies deles". Pensou Kirishima.

Hear me | Kiribaku Onde histórias criam vida. Descubra agora