Ao entrar na casa o cheiro de comida no forno o pegou. Provavelmente sua mãe estava preparando algo para os dois, isso explicaria o cheiro forte de carne.
— Amor? — Chamou Chiara, uma das mães de Kirishima. — Amor, chegamos.
— Mozi! — Gritou Rin, a outra mãe do garoto. Ela apareceu no corredor de entrada, vestia um avental de cozinha por cima do vestido rosa florido. — Eiji! Meus dois amores finalmente chegaram!
Positividade e agitação era o forte de Rin, já Chiara era bem mais calma tranquila. O jeito que as duas se completavam era realmente algo inexplicável. E Eijiro? Ele era a junção das duas, uma hora podia ser um raio de sol brilhante e em outra era o ser mais controlado do mundo, se bem que ele não estava sendo a última coisa... longe disso, ele andava muito nervoso e tenso.
— Oi mãe — Ele disse sem muita empolgação, deixando algumas malas na porta de entrada. Rin deu um selinho em sua esposa e logo foi abraçar o filho.
— Que desânimo todo é esse? Não gostou da viagem? — Ela envolveu os braços no pescoço do filho, que era um pouco maior do que ela própria.
— Eu só.. acho que estou cansado — Disse Kirishima, olhando em volta da casa.
— Eu comentei sobre o Katsuki, acho que a saudades bateu. — Chiara disse rindo colocando uma caixa no chão, Eijiro a repreendeu com o olhar.
— Ah é esse o motivo? Se quiser eu posso chamar os Bakugous para jantar hoje e-
— Não não não — O garoto a interrompeu, causando um olhar confuso às duas — Q-quer dizer, e-eu não o vejo há anos e ainda tem.. aquilo.. talvez seja muito cedo para ver ele novamente. — Disse coçando a nuca. Ele não havia notado o quanto tinha corado falando isso.
— Certo, tudo no seu tempo. — Rin disse afogando suas mãos nos cabelos ruivos do filho. — Mas lembre-se de que ele é seu vizinho, não tem como evitá-lo por muito tempo.
— Eu sei.. — Concordou apreensivo. Ela estava certa, uma hora eles iriam estar frente à frente. — Ele ao menos sabe que eu estou aqui? Que eu voltei?
— Olha, nesses três meses eu visitei Mitsuki e fui na casa deles, já falei com ela sobre a mudança então é bem provável que ele saiba a essa altura.. Mas ei, não precisa se preocupar ok?
— Certo. — O garoto evitou fazer contato visual com suas mães.
— Meu bem, vá pegar as suas últimas malas na calçada. — Chiara disse e Eijiro assim fez, saindo de casa e deixando-as sozinhas. A mulher olhou para sua esposa com uma expressão séria. — Por que não contou a ele que você tem conversado com Katsuki?
— Ele ainda está preocupado com aquilo, tenho certeza.. pelo jeito em como falou.. — Ela mexeu nos cabelos, hábito que costumava fazer quando estava nervosa. — Não é a hora certa para isso, e como eu já disse eles são vizinhos, uma hora vão acabar batendo de frente..
Chiara se aproximou e depositou um beijo na testa de Rin, sussurrou um "tudo bem" em seu ouvido que fez arrepiar cada parte do corpo da outra. Eijirou chegou bem na hora e revirou os olhos, apesar de gostar muito das mães ele não conseguia lidar com tanto carinho, com tanta atenção.
Talvez fosse inveja. Talvez ele queria ter tanta atenção assim. Mas ele continuava falando para si que não precisava disso, e para ele estava tudo bem.
— Uh que melosidade, vou começar a vomitar um arco íris aqui. — Ele disse, fazendo Rin rir.
— Quando você achar alguém para ti você vai entender e vai implorar por momentos como esse. — Chiara falou.
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Hear me | Kiribaku
FanfictionKirishima costumava passar suas férias de verão na casa de seus avós. Lá ele virou amigo de Katsuki e permaneceu assim até seu aniversário de 7 anos, quando eles pararam de ir para aquela cidade. Porém aos 16 anos ele volta para lá e se reencontra...