Que comece o pesadelo!

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— Levantem as pernas, seus cães sarnentos! Hora de partir. Levantar âncora, içar velas! — eu havia acabado de chegar com uma aparência de um aloprado. Mas mesmo assim, eu estava com um sorriso torto.

Todos perceberam que a caça de Golden Mermaid havia fracassado, afinal eu não trouxe nada em mãos e ainda perdi o chapéu.

Mas mesmo diante dessa situação, a tripulação seguia cantando e dançando, talvez para me animar.

Peguei o timão do navio e guiei nossa jornada para qualquer lugar onde tinha uma taberna. Talvez para encher a cara e bater em alguns idiotas que me chamem de baixinho.

Senti a mão de alguém me alertar, e lá estava Vocal, com a cara preocupada como a de um pai para um filho catarrento, que ainda faz merda nas calças. O.K. exagerei.

— Qual é, não me olha assim, Vocal! — eu proferi.

— Fracassado! Fracassado! — Repetia o chato do papagaio, logo rindo de mim. Assim não dá! Eu juro que dei tudo de mim nessa caçada! Abaixo a cabeça em um olhar triste, podia demonstrar minha derrota apenas em frente de Vocal e de meus marujos mais próximos, além do mais, não gosto de exprimir para mais ninguém.

Vocal levantou seus braços sujos e fez uma insinuação de como se estivesse perguntando "O quê aconteceu?".

Eu conseguia entender bem oque Vocal às vezes queria dizer ou insinuar.

— O papagaio tem razão... foi um fracasso a caçada! Não encontrei nada! Literalmente. Além disso, para completar roubaram meu precioso Chapéu de meu pai... — Explicava enquanto controlava o Timão e olhava para o calmo Oceano.

Contei detalhe a detalhe de como foi essa minha caçada na Ilha de Jeju, desde de quando cheguei, o ladrãozinho gostoso e até minha volta. Vocal compreendia tudo, o filha da mãe até deu umas risadas de minha cara junto com seu papagaio. Pareciam dois velhos morrendo de dor de barriga.

— Não é para dar risada! Isso é maldoso para uma pobre criatura linda e destemida como eu! — reclamei, mas empinado nobremente o nariz.

Senti uma mão reconfortante e quente em meus ombros, olhei diretamente para Vocal, este que dava seu torto sorriso quadrado e com o formato de seu rosto o mesmo.

Isso me lembrou do passado.

" — Alguém me ajuda!! Appa!

— Hahaha! Então esse é o filho do Sr. Capitão Park? É tão fracote comparado ao pai! — Comentava um dos ladrões, pegando no colarinho do pequeno Park, erguendo-o e tirando do chão.

— Vamos levar ele! Ganharemos uma boa recompensa com sua cabeça! — Deu a ideia outro ladrão mais novo. Todos os capangas ali deram risada ao ouvir a proposta, logo encararam a pobre criança que segurava em suas mãos.

— E-eu quero meu Appa!! A-ppa... — chorava o garotinho de rosto gordinho.

Deram risada e cuspiram no menino.

Estavam na pequena casa humilde e simples, vieram em busca do famoso e temido Sr. Capitão Park.

Mas o mesmo não se encontrava lá, então tiveram a ideia de levarem tudo que é de objetos de valor e outros espólios encontrados... enquanto caçavam encontraram um garotinho pequeno e gordinho escondido e com medo embaixo de sua cama.

— Tsc... você teve a mau sorte de ter nascido moleque... aqui é um mundo cruel, e escorbutos como você não vivem muito... Levem-no! — um dos homens agarraram o garoto e o segurou por cima de seu ombro, a pobre criança adorava quando seu pai brincava com ele fazendo cavalinho, jogá-lo pelo ar ou deixa-lo de cabeça para baixo como estava naquele momento, mas naquele dia nunca sentiu tanto enjoo ao sentir ser segurado daquele jeito como estava, sentia seu sangue subir pela sua cabeça enquanto se debatia e gritava por ajuda.

O Peixe Dourado de Poseidon - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora