O Peixe Dourado de Poseidon - HIATUS

Que comece o confronto entre grandezas!

O vendaval saturava as velas com sua pressão demasiada, enquanto as ondas chicoteavam o casco do navio com violência. Era uma pequena tormenta no mar vasto, a qual carregava a carcaça média de madeira para longe em direção aos confins do Oeste.

Ao nosso destino final.

— Capitão! — derramei meus olhos em cima da estrutura da gávea, onde meu almirante Hoseok monitorava o horizonte, — estou vendo indícios do término da tormenta!

— Ótimo! — afirmei convicto. Notei a figura de Taehyung sentado em uma caixa, olhando para o mar com tédio — Levante-se Taehyung! Esta achando que ser criado-de-bordo é fácil? Tremem os meus cascos e faz o favor de levantar essa bunda mole dai! Seu rato de escorbuto podre! — esbravejei autoritário, observando o susto que o ruivo tomou com meus berros.

— Eu não sou um pirata, droga! Vai chupar um barril de rum podre! — berrou Taehyung nervoso, voltando a pegar o esfregão para limpar o convés.

Suspirei com os dedos massageando minhas têmporas. Os capitães geralmente exigiam muito de criados-de-bordo justamente por serem recrutas, por isso esse meu temperamento para com o Kim.

Nunca precisei gritar com Vocal, Namjoon ou Hoseok porque eles tinham consciência e capacidade de cumprirem suas tarefas, possuíam experiência.

Desci em direção a entrada do casco do navio, afim de analisar os mantimentos que sobraram nesses 5 dias de navegação.

Tínhamos ¼ de salma de carne de porco, duas barricas de cerveja e metade de um barriu de farinha de trigo.

Não irá durar por muito tempo. Devemos chegar logo senão a fome seria mais uma preocupação em nossa viagem.

— Namjoon? — chamei sugestivo, procurando na escuridão no deque do casco - a estrutura de flutuação que suporta o barco – a silhueta do tripulante.

— Estou aqui, Capitão. Havia alguns ratos roendo a casca do navio, tomei providencias para eliminar essas pragas antes que inundam o navio — a voz abrangente de Namjoon se fez presente, logo ele apareceu em meu campo de visão com uma vela na mão.

Ratos, Argh! Essas pragas só trazem doenças e males para este mundo!

— Ugh, que nojo! — estremeci quando vi uma carcaça do roedor morto, bem próximo do Kim.

— Capitão, estamos chegando na fronteira entre o Oceano Pacífico e o Índico... Se tudo continuar bem iremos chegar junto com a tropa de navegação da rainha — bedelhou Namjoon com sabedoria.

Ah, era verdade. Quando ainda pisávamos nas terras de Seogwipo ouvimos a conversa de um dos soldados da nobreza. Eles haviam comentado que embarcariam com tropas em direção ao Oeste para exterminar a ameaça atual do reino, Carl Ellis. Isso tudo antes de pegarmos "emprestado permanentemente" o navio de carga ao qual estamos agora.

— Uma boa notícia pelo menos... — suspirei aliviado com a mão no peito.

— Jimin! O esquadrão aquático achou alguma coisa na água! — os berros de Taehyung tiraram minha paz, e Namjoon apenas se assustou.

— Esquadrão aquático? — indaguei confuso, fitando a face do ruivo nas escadas que levam ao convés.

— Os seres marinhos, oras! Parece uma anta — exclamou Taehyung indignado.

Que ousadia é essa? Até parece que Vocal não deu educação nesse projeto de fezes.

Andarilhei apressado até estar a deriva do céu escuro, me aproximei na ponta do navio, procurando meu peixinho precioso com os olhos.