Que comece a esperança!

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Eu sentia a sua fragrância entre meus lábios, aquele aroma adocicado, mas com uma pitada de determinação.

O perfume suave e delirante que faz a voz de qualquer um se calar para sentir mais. Eu sentia que precisava de sua essência meiga e reluzente, junto com seus valores tão benevolentes que me inundavam na doçura de seus olhos.

Me incorporei em um poeta meloso. Que merda.

Eu havia levantado de minha cabine após refletir e chorar muito sobre o ocorrido de horas atrás, então com a intenção de chamar o peixinho chorão para conversamos, entrei na alcova da tripulação. Porém antes mesmo de berrar o seu nome, desisti da ideia apenas para sentar na ponta de seu colchão puído, admirando o seu rosto ressonando.

E aqui está eu, farejando igual um cachorro sarnento o cheirinho gostoso que Jungkook exalava nas manhãs.

Para de ser besta, Park Jimin!

Pisquei diversas vezes para me adverter, logo meus olhos se derramaram no colar brilhante de um tridente, bem no pescoço branco do tritão. Lembrei de sua tristeza, em que se culpava pela nossa derrota de ontem.

Contudo a culpa não era dele, nunca foi. Se a trilha das pérolas havia desaparecido de um segundo para o outro, um motivo está sendo ocultado, e somente aquele maldito enigma saberia a resposta.

— Uhm... — o resmungo foi ouvido, e um peixinho molenga estava acordando, esfregando os olhos com um bico infantil.

Pelos deuses, esse moleque é muito fofo.

Jiminnie? O que está fazendo aqui?

Eu já disse que amei esse apelido?

— Ah... não é nada. É só que... — o que eu falo? Eu realmente não sei também o motivo que me levou a observar Jungkook enquanto dormia, e ainda deveras perto. Observei sua expressão e notei mínimas gotas de suor em sua testa, além de que seu lençol velho estava todo desarrumado. — Você está bem?

Ele olhou para sua cama, e logo limpou o suor de sua testa com a costa da mão.

— Eu acho que... tive um sonho ruim. — disse ele com confusão em seu olhar. Eu entendo ele, em tempos difíceis como esse, ninguém teria um sonho dos melhores. Em meu olhar se encontrava ternura por ele.

— Foi apenas um sonho, agora está tudo bem. — levantei da cama — venha, vamos comer alguma coisa.

Seguimos rumo à saída da parte interna do barco, a cada passo que dávamos, a madeira resmungava em um som engraçado. Chegando no centro, se encontrava uma mini escada que direcionava para um alçapão, e logo, ao atravessarmos essa abertura dávamos de cara com o céu aberto e fresco.

— Bom dia, senhor capitão! Bom dia, G-golden mermaid. — cumprimentou o almirante Hoseok, este que parecia ter acordado mais cedo e desde então organizava algumas coisas no barco. Em sua face estampava muitas perguntas.

— Pode me chamar apenas de Jungkook. — Esclareceu o garoto ao meu lado, sorrindo. Jung assentiu então, mais feliz.

— Almirante, as observações de hoje. — ordenei, me direcionando ao tombadilho, que é um convés elevado atrás do mastro principal de um veleiro, onde se encontrava o timão do barco, este que direcionava a direção em que a grande carcaça de madeira se dirigiria.

Hoseok sábio em seu cargo, agarrou sua luneta para observar com afinco o horizonte. Concluindo suas especulações, começou a ditar:

— Capitão, transmitirei as informações de hoje: o vento por enquanto está calmo e apontando para o lado leste. Mas logo conclui que pode ser que o vento fique mais feroz pela tarde, por conta do mar agitado! — ouvia tudo com muita atenção. Aquelas informações eram importantes a cada dia, para sabermos como controlar o barco.

O Peixe Dourado de Poseidon - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora