Que comece a batalha!

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Meu pulmão ardia em malíssima, ao mesmo tempo em que minhas emoções flutuavam desorganizadas pela mente. Meu corpo doía e eu tive que me forçar a lembrar do ocorrido no meu navio. Um confronto direto com o Kraken. Apesar dessas diretrizes que me fazem sugerir que eu estava ferrado, uma quentura me envolvia complacente, parecia a brisa fresca do mar com aquele cheiro salgado. Um perfume tão reconfortante que me embalava em um cobertor sereno, cheio de afeto.a

Eu estava em paz.

Mas, ainda assim eu permanecia naquele abismo escuro, ao qual não conseguia alcançar a luz para enxergar.

Jiminnie.

Era a voz de Jungkook, e ele me chamava de alguma lugar.

Jiminnie...

Onde você está? Jungkook!

Então eu senti um puxão me tirar daquela obscuridade, como se algo tivesse despertado a minha razão em cativeiro.

A visão assim como a consciência voltava gradualmente, após um tempo tudo se tornava mais claro.

Estávamos à beira de uma praia, perante alguma ilha desconhecida por mim até o momento, com a forte pressão em meu corpo dolorido, era demais para mim.

— Jiminnie... Jiminnie! — a voz de Jeon acariciou meus ouvidos, e soube que aquele aroma salgado do mar era dele, junto com aquela quentura gostosa.

Ele estava ao meu lado, sentado sobre a areia que impregnava em seu calção molhado, parecia preocupado e choroso.

Infelizmente, não pude deixar de ter um dejavú com o que acontecia. No dia em que minha tripulação foi sequestrada, fui jogado na água junto com meu velho companheiro... Vocal.

Estávamos fadados a morrer, porém assim como agora — Jungkook me salvou —, me deitando em uma praia. Lembro-me de acordar e a primeira visão a receber como boas-vindas novamente fora a face preocupada do tritão.

— Ele acordou! — foi com essa fala que percebi que não estávamos sozinhos, pois logo Hoseok apareceu em minha visão, me ajudando a sentar com dificuldade.

Droga, tudo dói!

— Jimin! Eu estou tão feliz que você acordou! — proferiu Namjoon, chamando a minha atenção.

Passamos minutos incontáveis em puro afeição, trocando frases carinhosas como "Seu filho da puta, você está vivo!", ou "Desgraçado, fiquei com tanto medo...". Choramos e nos abraçamos, todos envolvidos em um mundo de intimidade afável.

— Eu preciso te agradecer, Hoseok. Se não fosse por você eu não teria coragem para enfrentar o Kraken. Você me mostrou a esperança, você foi minha esperança. — discursei com o orgulho na ponta da língua. — É claro que Jungkook nos salvou, não estou desmerecendo ninguém. Mas eu estaria escorregando na minha própria merda se você, meu Almirante, não tivesse aberto os meus olhos. Você foi o meu Hobe...

— Capitão, acho que a palavra certa seria Hope, os bucaneiros da América do Norte costumam dizer assim. — corrigiu Namjoon, o que me fez revirar os olhos.

Eu jurava que Hobe era esperança naquela língua estranha.

— Mas Hobe também fica legal, não é Hoseok?

— CAPITÃO EU AMO VOCÊ! — antes mesmo de me preparar, sou abraçado e recebido com as lágrimas de um Jung emocionado. — Eu gosto dos dois nomes.

— Confessa que o meu é melhor, Hobe combina mais com a sua cara de rato deformado. Espera... Cadê o peixinho?

Procurei o dito cujo com os olhos, visando sua silhueta em pé parada de costas para nós, parecia observar algo dentro da ilha.

O Peixe Dourado de Poseidon - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora