Cinco anos atrás.
― Bem, eu sinceramente esperava encontrá-lo enfurecido, aos gritos ou com medo. Você é uma incógnita para mim, Afonso Monferrato.
O rapaz abriu os olhos, movimentando a cabeça para cima para encontrar um homem alto parado à sua frente, com a pele branca como a neve banhada pela luz solar. Os cabelos platinados reluziam e moviam-se com a brisa fresca, uma armadura negra que continha em seu elmo um dragão de três cabeças acompanhado por rubis vermelho sangue era sua vestimenta, conferindo a ele um ar respeitosamente sombrio.
Olhos violetas o observavam com curiosidade, os braços apoiados despreocupadamente na empunhadura do que parecia ser uma antiga espada.
Reconhecimento piscou na mente do moreno.
― Você é Rheagar Targaryen, irmão mais velho da mulher que meu antepassado assassinou.
Os olhos de cor incomum brilharam perigosamente com o lembrete.
― Sim. Você tem sorte de não carregar o sangue sujo traidor de seu antepassado, apesar de seu parentesco comigo. É por essa razão que estou aqui, Afonso. Tenho observado você desde antes de deixar Montemor. Queria conhecê-lo e, como isso não é possível em vida, aqui estamos. Queria vê-lo com meus próprios olhos.
― Rheagar, eu ...
O loiro ergueu a mão, silenciando-o.
― Saera e Syrax são filhos de Drogon, que era um dos filhos de minha irmã mais nova. Ele a considerava digna de estar entre ele e seus irmãos e esteve com ela até o fim. O único que não a traiu, que não a matou. Ele a salvou. Aqueles dois têm o temperamento de seu pai e, se ambos permitem que você os monte, é porque existe algo de especial em você.
Rheagar sentou-se no chão, apoiando as costas na pedra que antes era usada como assento, a espada agora sobre suas pernas. O jovem fechou os olhos por um momento, aproveitando o frescor do clima.
― Você sabe a razão para sua família caçar os dragões?
Afonso balança a cabeça negativamente em resposta. Algo dizia que o príncipe não precisava daquilo para responder, de qualquer maneira.
― Quando Aegon VI matou minha irmã, Drogon ficou furioso. Nosso próprio sangue nos traiu, se tornou um assassino de parentes. Daenerys estava grávida quando foi morta e ia contar após a queda de King's Landing. Gêmeos. Destinados a estarem juntos e a reinarem como um só ― pausou, desviando o olhar por um curto momento antes de continuar. ― A dinastia Targaryen e os cavaleiros de dragões voltariam à vida através deles. Seus nomes seriam Ahenys e Alyssane. Crianças apaixonantes, minhas crianças. Saera e Syrax estavam destinados a serem deles, originalmente.
Umedeceu os lábios com a ponta da língua.
― No momento em que ele a matou, Drogon apareceu e pegou seu corpo após queimar o trono forjado por Aegon, o Conquistador, com a ajuda de Balerion, seu dragão. Antes de voar, ele lançou uma maldição consanguínea sobre a geração de Aegon, o Assassino, como punição pelas vidas inocentes que ele tirou.
Rheagar inalou profundamente, soltando o ar devagar, encarando-o como se carregasse o peso do mundo em seus ombros.
― Sua linhagem estaria fadada a sempre ter um casal de filhos, que se casariam entre si, a roda nunca tendo um fim. Um costume Targaryen que o Assassino repudiou em vida. Quando seus filhos nasceram, após o casamento com uma jovem chamada Suzanne, a única herdeira de Montemor, ele viu seus piores pesadelos ganharem vida quando ambos anunciaram sua união diante do povo. Imagine o escândalo.
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The Dragon's Call - Em Revisão.
Fiksi PenggemarOh, olhos enevoados da montanha abaixo. Tome cuidado, cuide das almas dos meus irmãos. E o céu deveria estar repleto de fogo e de fumaça. Continue vigiando os filhos de Durin. Agora eu vejo o fogo, Dentro das montanhas. Eu vejo o fogo, Queimando as...