Angelina narrando:
Era exatamente 15:00 da tarde de sábado, estava na sala com o meu cabelo cheio de creme de hidratação e fazendo minha unha do pé, enquanto Bruno estava na cozinha fazendo algo para a gente comer.
Hoje era o dia do tal evento que Lucas me contratou para ir com ele, até aonde sei parece que seria aniversário de uma das empresas que ele tinha parceria, seria um evento chique e de gala, então teria que ir o mais linda que eu conseguisse que, segundo Bruno, não era difícil de se alcançar. Enquanto estava pintando minhas unhas do pé esquerdo, vejo minha bicha preferida vindo com alguns sanduíches e sucos.
- Pronto ! Tem que se alimentar antes de começar sua produção - Disse colocando as coisas na mesinha de centro da sala, se sentando ao meu lado em seguida - Ansiosa ?
- Sempre fico, em todas as vezes que tenho eventos assim - Falo rindo, terminando de pintar meu pé esquerdo, dando conclusão ao trabalho que era pintar as unhas dos pés - Mais bem capaz de encontrar alguma garota que conheço lá.
- Vai vim para casa direto ou vai curtir com o seu cliente maravilhoso ? - Perguntou rindo.
- Não sei ainda, depende do rumo das coisas, te mando mensagem se for para algum lugar com ele certo ? - Pergunto pegando um sanduíche para mim, mordendo ele em seguida.
- Eu sempre acho incrível que, nenhum dos seus clientes, exijam que você durma com eles.
- Eles me conhecem a bastante tempo para saber que não transo com ninguém por dinheiro e sim só quando quero ou quando estou afim. Mesmo sendo dançarina de uma boate, ganhei o respeito deles.
- Fico tão feliz em ver a mulher que você se tornou - Disse orgulhoso, como eu amava aquele menino.
Bruno e eu nos conhecíamos deis do berço, minha mãe e a mãe dele já foram muito amigas, se afastaram depois que minha mãe se casou com Gilberto. Crescemos juntos e deis de sempre, sabia que ele era gay, mesmo Bruno demorando a assumir isso para mim, só se assumiu para mim quando beijou o primeiro garoto pela a primeira vez, tínhamos 16 anos na época e, mesmo tendo demonstrado que não julgaria jamais sua forma de amar, Bruno demorou muito para contar aos pais por medo e vergonha, sim vergonha, imagina como ele ficou quando descobriu que era gay, um rapaz que nasceu em berço de uma família tradicional e católica ao extremo.
Perdi as contas de quantas vezes ele ficou deprimido por se achar uma aberração, um erro da natureza, o estado de negação que ele passou dizendo que o certo não era isso, que um homem nunca deveria amar outro homem, o preconceito que ele teve consigo mesmo, até tentar namorar uma menina ele tentou. Tive muitas dores de cabeça para fazer ele entender que não havia nada de errado em ser como ele era, sua sexualidade nunca afetaria em quem ele era e que não havia nada de errado em amar outro homem.
Quando ele finalmente se aceitou do jeito que era e contou aos pais, mesmo sendo expulso de casa, vi como aquilo fez bem para ele e que ele finalmente podia viver sendo o seu eu verdadeiro e como eu fiquei feliz quando isso aconteceu com ele.
Ficamos os dois conversando na sala, comendo nossos sanduíches, em dias tranquilos como esse eu adorava usufruir da companhia do Bruno, na semana era sempre tão corrido, tanto para mim como para ele, mas fazia parte da vida de adultos.
Quando terminei de comer levo meu copo e prato até a pia da cozinha, lavo eles deixando no escorredor e vou até o meu quarto. Separo meu vestido que usaria hoje anoite, pego meus saltos na sapateira e deixo minhas maquiagens no jeito, tiro minha roupa colocando meu roupão em seguida, assim que chego no banheiro ligo o chuveiro, tiro o roupão e entro no box, começando a tomar meu banho.
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Prazer, me chame de Angel
RomanceAngelina sempre foi uma garota nada convencional, mas isso não impediu que não passasse por poucas e boas na vida. Expulsa de casa aos 18 anos por "seduzir" seu padrasto, se viu sozinha, sem casa e somente o seu melhor amigo ao seu lado, o que você...