Capítulo 21

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Dois meses depois...
Brunna
- Isso tudo é por que vamos ver a sua mamãe, meu amor? Diz para mim. - eu beijo sua bochecha rosada e sua risadinha ressoa na sala. Ele está enorme e pesado aos cinco meses, então eu o acomodo melhor em meus braços.
- Quer que eu o segure, senhora? - Joan, uma das babás, oferece solícita ao ver a minha luta com o rechonchudo.
- Está tudo bem. A mamãe ainda dá conta de segurar esse meninão. - respondo ao mesmo tempo gracejando com ele, que ri e balbucia, os olhinhos verdes me encarando com adoração. - Bebê mais lindo da mamãe. - continuo corujando.
- Vou aguardar aqui, senhora Oliveira. Se precisar de mim é só chamar. - a voz de meu segurança me faz olhar para ele. Ele nos trouxe até a empresa, uma vez que Ludmilla só confia em transportar Michael com o seu chefe da segurança. Ela é tão protetora.
- Obrigada. Nós vamos voltar com Ludmilla. - agradeço-o e ele acena, entregando a bolsa e o bebê conforto de Michael para Joan.
Perrie nos vê e sorri, levantando-se da sua mesa e vindo ao nosso encontro.
- Oi, Perrie. - cumprimento-a, trocando um beijo rápido de lado. - Estamos muito atrasados? Ludmilla me ligou trocentas vezes enquanto estava no trânsito. - rio, conspiratória, sobre o cuidado excessivo da minha esposa comigo e Michael quando saímos de casa.
Ela me devolve um sorriso compreensivo, uma vez que trabalha com ela há muito tempo, sabe exatamente como é Ludmilla Oliveira.
- O fotógrafo acabou de chegar. E, sim, Ludmilla está naquele humor, além do almoço chato com os executivos americanos, teve uma reunião longa esta tarde. - informa, indo para a porta e abrindo-a, sem me anunciar. Eu e Michael temos acesso ilimitado por aqui.
- Eles chegaram, Ludmilla. - Perrie avisa com um sorriso na voz.
Ludmilla estava conversando com o fotógrafo da revista. Sua cabeça gira para nós e eu vejo a transformação acontecendo em seu rosto antes sisudo. Os olhos verdes cintilam, fitando a mim e nosso filho. Um meio sorriso brinca em sua boca e ela abandona o homem, vindo para nós.
- Estarei em minha mesa se precisarem de algo. - Perrie torna a falar, fechando a porta.
Eu volto do recuo mental e encontro Ludmilla me olhando de cima a baixo, fazendo uma leitura lenta do meu corpo. Também estou vestida para a ocasião usando um vestido verde floresta justo no busto e cintura, e saia mais ampla,
alguns centímetros acima dos joelhos. Sandálias douradas de tiras que sobem pelas minhas panturrilhas dão o toque sensual ao modelo comportado do vestido. Ela aprova meu traje pela forma como aquele canto de boca perverso inclina sutilmente e seu olhar sobe devagar para o meu. Meu corpo inteiro cantarola com esse olhar. Eu amo os seus olhos, a tonalidade de verde única, a expressão às vezes gelada, às vezes quente, dependendo do seu humor. Nesse momento, eles estão quentes, penetrantes nos meus. Estou um pouco ofegante quando para à minha frente, tanto pelo esforço em carregar Michael, quanto pelo olhar sexual que ela está me dando. Ludmilla sabe o quanto mexe comigo e gosta disso. Ela sempre gostou. Minha mulher linda. Eu também deixo meus olhos falarem por mim.
- Baby... Vocês demoraram. - reclama, mas sua voz é apenas um sussurro, os olhos lindos me devorando como eu a ela.
- Desculpe, amor. O trânsito estava ruim. - murmuro de volta.
Michael grita, ri, agita os bracinhos, querendo ela. Ludmilla gargalha, toda linda, e me dá um beijo delicado na boca, a mão segurando minha cintura por um momento. Com um sorriso suave, mas de puro orgulho, pega o pequeno agitador dos meus braços e sua atenção é toda do filho agora.
E meu coração derrete por completo olhando-os embevecida. Eu sempre vou amar vê-los juntos. Ludmilla é a melhor mãe que eu poderia querer para os meus filhos. Não há mais o menor resquício da mulher fria que conheci no passado. É uma nova mulher. Uma mãe maravilhosa, que cuida mesmo do nosso pequeno, dando banho, trocando fraldas sujas, cantando canções de ninar. É a mulher que amo com todo o meu coração. Nada e nem ninguém vai me fazer deixá-la. Nunca. Ela me olha de lado e seu sorriso amplia, gostando de me ver babando neles dois. Eles são meus. Meu peito aquece e meus olhos marejam de tanto amor pelos dois amores da minha vida.
- Vamos tirar logo as fotos para eu poder curtir a minha mulher e meu filho. - ela sussurra, se inclinando e me dando mais um beijo na boca. - Odeio quando a correria não me deixa ir almoçar com vocês, amor.
- Eu sei que tem estado ocupada com tudo que aconteceu, amor. Está tudo bem. - murmuro, tocando seu rosto.
As coisas não foram flores mesmo... Apenas três dias depois da matéria da vaca argentina, ainda passamos um susto sem tamanho com Marcos. O avião que ele pilotava sofreu uma pane e ele teve que fazer um pouso forçado no mar, a poucos quilômetros do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Foi um alvoroço na imprensa brasileira e mundial. Isso também contribuiu para eu deixasse a puta desprezível amargar no esquecimento e dar atenção ao que realmente me importa, a minha família.
Como resultado daquele incidente, Ludmilla tem estado muito tensa, porque quando um avião cai é sempre algo preocupante para a empresa, que tem que se desdobrar para mostrar que ainda é seguro voar em suas aeronaves. Mas, graças a Deus, não houve vítimas fatais e a LJ está prestando toda a assistência aos passageiros daquele vôo e suas famílias.
- São ossos do ofício. - ela exala. - Graças a Deus não aconteceu nada grave com o meu irmão, a tripulação e os passageiros. Eu juro, ganhei alguns cabelos brancos, baby.
- Sim, graças a Deus. - sussurro. - Não há nenhum cabelo branco aí. Mas, quando tiver, tenho certeza de que isso a deixará ainda mais sexy, charmosa... - digo com um meio sorriso provocativo, bem baixinho, apenas para ela.
Seus olhos se iluminam com humor e um toque de safadeza.
- Vamos logo com as fotos antes que eu diga coisas indecorosas para a minha mulher na frente de estranhos. - diz no mesmo tom só para os meus ouvidos.
Eu rio e ela me enlaça pela cintura, nos virando para o rapaz, que tem um sorriso no rosto, de certo apreciando a cena. Nós posamos pelos próximos trinta minutos. Ludmilla sentado em sua cadeira, imponente, mas segurando Michael em seu colo, quebrando um pouco da pose de CEO durona, e eu sentada no braço da cadeira, minhas mãos possessivamente sobre os dois. Tiramos algumas em pé, contra a parede de vidro. Outras na ampla sala de estar. Joan pegou Michael em determinado momento e o fotógrafo tirou uma sequência apenas Ludmilla e eu.
Após a sessão, o fotógrafo nos deixou, agradecendo em nome da revista. Em seguida, Joan foi enviada para casa em um táxi. Ludmilla gosta de privacidade comigo e Michael sempre que estamos juntas. Avisou que estava esperando alguns e-mails para encerrar o expediente e, enquanto isso, corujou nosso pequeno até que ele começou a dar sinais de cansaço, os olhinhos pesando e logo adormeceu no colo dela. Ludmilla o coloca com cuidado no bebê conforto sobre o sofá, se senta na outra ponta do estofado e se estica, os músculos ondulando. Eu dou a volta,
ficando por trás do encosto do sofá e passo a massagear os seus ombros. Ela geme rouca, lembrando os gemidos que dá quando está dentro de mim.
- Porra, que gostoso, Brunna. - murmura, enquanto solto os nós de tensão um a um. - Hoje foi puxado. - resmunga e eu me inclino, me debruçando sobre ela, minha boca encontrando a sua num beijo invertido.
Ela geme mais, linda, sexy e sem aviso, pega meus braços e me puxa por cima do encosto do sofá, me fazendo cair sobre o seu colo, me arrancando um gritinho de surpresa. Então me pega, abrindo minhas coxas, me fazendo escarranchá-la. Nossos olhares se encontram e se prendem, quentes, cheios de amor e desejo. Minhas mãos passeiam pelos seus ombros, indo para a nuca, onde continuo massageando.
- Eu quis adiantar bem as coisas no escritório hoje, porque amanhã vou tirar o dia de folga. - esfrega a boca na minha e o gesto sempre me deixa mole e excitada. Eu amo quando faz isso.
- Sim? Ludmilla Oliveira tirando um dia inteiro de folga? - eu finjo-me de desentendida. Amanhã completo dezenove anos. Ela está fazendo suspense sobre as comemorações para o meu aniversário. Ela e vovó Vilma.
Suspiro. Dezenove anos. Parece que foi ontem, estava fazendo dezoito e com o peso de ter que ser entregue a uma mulher fria e assustadora. Em contrapartida, a mulher mais devastadoramente bonita e sexy em que já havia posto os olhos. Seu rosto suaviza e ela acaricia minha face levemente com as pontas dos dedos. Sua expressão denota tanto fascínio quando me toca, que me sinto como uma obra de arte valiosa toda vez.
- Sim, baby, só para você. - sussurra, mordiscando de leve meu lábio inferior, o superior, a boca toda. Isso faz pulsos de calor descerem em meu sexo, umedecendo minha calcinha. - Eu quero beijar a minha mulher adequadamente agora. - geme rouca e mergulha a boca na minha, seus lábios são suaves, porém firmes. A língua desliza, lambendo minha boca em pinceladas sensuais, fazendo-me gemer baixinho, minhas mãos voltando a passear pelos ombros e nuca . Sinto-a ficando dura, pressionando meu centro. Acaricia minhas costas e sobe uma mão para a minha nuca, enfiando em meu cabelo e eu me torno uma massa sôfrega em seus braços, para variar. Aprofundo o beijo, entrelaçando minha língua na sua e ela geme profundamente, a outra mão descendo para a minha bunda, apertando-me contra sua ereção potente. Nós rimos e nos lambemos devagar, moendo, namorando gostoso.
- O que você vai querer, baby? - murmura entre beijos, a mão voltando a subir pelas costas numa carícia suave. - Peça e será seu.
- Eu só quero você, nosso filho, nossa família, juntos. - digo baixinho. Ela ri profundo, gostoso. Sua expressão é cheia de fascínio quando sussurra:
- Minha mulher é tão fácil de agradar.
O som de alerta de e-mails vem do seu celular. Ela faz uma cara de desculpas e confere as correspondências. Enquanto isso, corro meus dedos pelo seu cabelo alinhando-os, descendo pelos ombros, voltando a massageá-los, amando ver seu rosto sério, compenetrada de CEO. Alguns minutos depois, ela exala e guarda o celular no bolso .
- Pronto. Agora posso ir para casa relaxar. - diz com um meio sorriso brincando na boca.
- Relaxar? - pergunto baixinho.
O brilho cínico e perverso toma as íris verdes e suas mãos descem, agarrando minha bunda em cheio.
- Sim. Ficar de molho na banheira... Com a minha mulher cavalgando bem gostoso no meu pau. - ela fala baixo, mordendo a minha boca de novo, e eu mio, latejando sem vergonha. - Essa é a minha ideia perfeita de relaxamento, amor.
Eu rio, depositando beijos suaves em seu rosto bonito.
- Totalmente de acordo. - ronrono. - Vou cuidar da minha CEO sexy e gostosa... - sussurro e ela ri perversamente, as mãos subindo pelas minhas costas, descendo para a bunda de novo, indo e voltando numa carícia deliciosa, nossos olhares fixos, falando sacanagens, mas também do amor que sentimos uma pela outra. - Vou deixá-la bem relaxada, amor, prometo.
- Porra, eu tenho tanta sorte... - fala com um sorriso malvado. - Quero gozar em você inteira.
- Sim, você tem. E sim, você pode... - digo sem nenhuma modéstia e nós duas rimos antes de ela mergulhar a boca na minha, mais uma vez.
Uma semana depois...
Os estilistas contratados para cuidar de mim terminam de ajeitar meu véu e a delicada tiara sobre a minha cabeça. A cerimônia será na beira do lago. Depois que Ludmilla descobriu minhas ideias românticas sobre o lugar, sugeriu que fizéssemos a celebração na ampla faixa de grama que circunda a água. Eu ainda não vi nada da decoração, pois estive o dia inteiro sendo cuidada e preparada para esse momento. Marcos, e até mesmo Luane, acabaram de deixar o quarto. Passaram para me desejar boa sorte. Tudo bem que Luane apenas tropeçou em algumas palavras, verdade seja dita. Ela é péssima em demonstrar sentimentos, bem parecida com Ludmilla quando a conheci. Valeu a intenção, no entanto. Minha cunhada tem se esforçado para se encaixar na família. Depois do incidente com Marcos, os irmãos ficaram muito mais próximos, tenho percebido. Porém, Michael é o único que não tem problemas em arrancar sorrisos da tia marrenta, sempre. A estilista me libera para finalmente conferir seu trabalho no espelho e eu arfo, inalando o ar com força diante da garota aqui, me encarando de volta. Meus olhos ardem, emoção me tomando por inteiro. Estou pronta para me casar com a minha linda mulher complicada. De novo. Só que dessa vez nossos juramentos serão verdadeiros. Ela está se entregando para mim, sem reservas, e eu a ela. Seremos uma da outra para sempre.
Foi uma longa e espinhosa jornada, mas chegou o momento da menina maltratada, que cresceu sem amor, encontrar de vez a felicidade. Um soluço me escapa, não contendo meus nervos. Há mais fungados atrás de mim. Vovó Vilma, Dinah e Calista estão aqui comigo, no amplo closet. Eu me movo, olhando o modelo do vestido princesa com um caimento perfeito. É de alças finas que caia com um véu de renda delicado, todo bordado com pequeninas rosas brancas. A saia é ampla, com uma cauda que rivaliza com os quase três metros do véu. As mesmas rosinhas estão espalhadas pela saia de seda e tafetá finíssimos. Eu me apaixonei por esse modelo quando os estilistas me mostraram. Meu cabelo está um pouco preso com uma tiara e véu, o franjão assentado para o lado direito. Tenho a aparência que sempre sonhei em me casar. Era assim, exatamente assim que queria caminhar para a mulher da minha vida. De repente, a lembrança do meu pai me invade. Meu peito aperta por ele não poder viver esse momento comigo. Busco a imagem dele jovem, bonito, saudável, rindo para mim, me amando, antes de ser totalmente corrompido pelas víboras. É essa imagem que quero conservar em minha mente. Fecho os olhos e converso com ele em silêncio. Eu sinto muito, pai. Sinto que seu fim tenha sido tão triste. Vou guardar comigo apenas as boas memórias e juro a você que serei feliz. Sei que, apesar de tudo, o senhor queria a minha felicidade. E a minha felicidade está lá fora, com a mulher que amo e o fruto do nosso amor.
- Você está tão linda, Mila. - Dinah murmura com voz chorosa, me fazendo abrir os olhos. Ela está deslumbrante num longo amarelo, combinando com sua tez de Havaiana. - Ai, amiga, acho que vou chorar.
Eu rio um pouco porque ela não vai, já está chorando, na verdade. Vem até mim e me abraça com delicadeza. Eu luto contra as lágrimas, meu coração cheio de amor pela minha melhor amiga. Ela chegou há dois dias e deu para matar um pouco da saudade que sinto, mas ainda é insuficiente. Está emocionada porque é a madrinha de Michael e o evento de hoje é duplo, meu pequeno será batizado daqui a pouco, na mesma cerimônia em que eu e sua mãe iremos nos entregar uma a outra diante de Deus. Emoção dupla, tornando esse dia ainda mais especial.
- Obrigada, DJ. - digo, me afastando um pouco, mas ainda a segurando. -, por tudo. Por ser a minha amiga desde a pré-escola e por me amar a cada dia desde então. - ela resmunga, chorando mais, e enxuga os olhos com cuidado. - Eu te amo tanto, amiga.
- Ai, meu Deus, amiga, você é uma cadela por me fazer chorar assim. - reclama, chorando, rindo, fazendo Calista e vovó Vilma rirem também, entre as fungadas. - Eu também te amo tanto, Mila. Mesmo morando distante, seremos amigas até ficarmos velhinhas. - murmura com o rosto bonito marcado pela comoção. - E nossos filhos também terão esse mesmo vínculo. Não vamos deixar isso se perder. Virei visitá-la com frequência, e Ludmilla me prometeu que a levará para temporadas em Nova Iorque, basta você pedir. - ela se inclina e sussurra no meu ouvido: - Cá para nós, amiga, não seja modesta... Sabe que deu uma chave de coxas bem dada naquela mulher, né?
Meu Senhor! Eu rio, meneando a cabeça. Ela é demais.
- Sim, ela me prometeu que iremos lhe visitar sempre que eu quiser. - digo com uma nota de orgulho por ter esse tipo de poder sobre a minha mulher. Dinah sorri, me dando uma piscadinha cúmplice.
- Amiga, com todo o respeito, que mulherão da porra! - sorri com provocação clara e eu faço uma carranca de brincadeira.
- O seu astro de Hollywood também não fica atrás. Não venha babar em cima da minha mulher. - reclamo. Isso faz mais risos ecoarem no recinto.
Seu rosto se transforma por completo e ela suspira, parecendo uma adolescente.
- Sim, o meu homem é perfeito. - murmura com ar sonhador: - Espero estar desse lado aí em breve.
Theo James assumiu publicamente o relacionamento com DJ há um mês e inclusive ele está lá embaixo - ela o trouxe para me apresentar. Meu Senhor, o homem é um deus pessoalmente. Claro que não chega aos pés da minha Ludmilla, ainda assim, reconheço, é lindo. Estou muito feliz que a minha amiga se livrou de vez do traíra do seu ex. O idiota largou a Ari, e quis voltar com Dinah ao dizer que havia cometido um erro, que sempre a amou. Pode uma marmota dessas? Ainda bem que a minha amiga já estava envolvida com Theo e não deu ouvidos para o sem noção do ex. No entanto, nem tudo foram flores para DJ e Theo também. Eles tiveram alguns problemas com uma assessora inescrupulosa que o impediu de assumir o namoro no começo, mas tudo se resolveu, graças a Deus! Minha amiga merece ser feliz com um cara que a coloca acima de tudo, e esse parece ser o caso. Espero que ele saiba valorizá-la e amá-la como merece.
- Estará, DJ. - digo-lhe com carinho. - Tudo virá no momento certo, amiga.
Ela acena e seu rosto suaviza. Murmura mais uma vez com emoção:
- Estou tão feliz por você. - sua voz embarga. - Você encontrou o amor, Mila. Parecia tudo tão feio no começo, não é? Mas aquela mulher lá embaixo te ama de verdade. - meus olhos se enchem de lágrimas com suas palavras. Eu acredito. Eu tenho sentido o amor de Ludmilla todos os dias. Dessa vez é pra valer. Nada e nem ninguém vai nos separar. - Meu Deus, e você ainda tem aquele menininho lindo! É muita fofura num bebê só, amiga, é demais para essa pobre dinda. - sorrimos em meio às lágrimas ameaçando transbordar. - Seja feliz, Mila. Você merece o melhor junto com sua esposa e filho.
Eu engasgo, minha garganta fechada de emoção.
- E aí está a razão para eu te amar tanto. - digo com a voz entrecortada. - Obrigada, DJ. Você também já encontrou o amor. Você também merece e terá o melhor.
Nós nos abraçamos mais uma vez e ela se afasta, dando a vez para Calista.
- Oh, minha criança, olhe só para você... Que linda mulher você se transformou. - a mulher elegante está emocionada também. Toma minhas mãos trêmulas nas suas. Está linda em um longo azul-celeste. - Eu sempre soube que você seria a única a entrar no coração daquela teimosa lá fora. - eu rio. Sim, ela nunca duvidou que iríamos resolver nossas diferenças. - Estou tão feliz, querida. - sua voz abaixa e ela toca meu rosto delicadamente. - Continue sendo sábia, construa uma relação de confiança acima de tudo com a sua esposa. Seja tudo que ela precisar, mulher, melhor amiga e, claro, amante... - sorri, mostrando sua experiência. - Pessoas como Ludmilla costumam ser leais quando amam. Eu vivo isso com meu Dimitri há trinta anos. - ela me dá um abraço afetuoso e se afasta, procurando meus olhos. - Chegou a hora de deixar todo o resto para trás. É o momento de ser feliz, Brunna.
- Eu sei. Obrigada, Calista. - murmuro, meu coração elevado por ver seu carinho comigo. - Agradeço por ter se importado comigo logo de cara, mesmo sem me conhecer. - ela limpa discretamente as lágrimas antes que caiam. - E pelos conselhos tão necessários. Foram suas palavras na Grécia que me fizeram assumir outra postura diante de tudo que estava passando. Obrigada por ser minha amiga.
Ela funga e me abraça mais uma vez, então se afasta. Vovó Vilma está muito emocionada quando vem para perto. Porém é uma grande dama e mantém a postura. Está usando um vestido de seda verde água, com um chapéu elegantíssimo no mesmo tom.
- Tão linda, a minha menina. - suas mãos enluvadas seguram meus ombros e ela as desliza pelos braços, suas lágrimas ameaçando cair. Eu arfo, meu coração se enchendo de amor por ela, a pessoa mais doce e generosa que conheci. Puxo uma respiração necessária, vendo que terei que fazer retoques na maquiagem, mesmo sendo à prova d'água. Suas mãos trêmulas seguram meu rosto de cada lado e sorri em meio às lágrimas. - Só peço a Deus que mantenha você e a minha Ludmilla sempre juntas, se amando, se respeitando. E que me dêem mais bisnetos. Eu não vou durar para sempre.
Eu rio, acenando. Quero ter mais dois filhos, pelo menos. Entretanto, quero estudar primeiro, trabalhar com o projeto que iniciei na LJ, fazê-lo crescer e se tornar referência no Brasil. Quero fazer algo que faça me sentir bem como pessoa. Minha esposa é uma bilionária, porém nunca me apeteceu ser apenas a esposa de alguém. Quero crescer, ter algo produtivo por mim mesma. Ludmilla conhece meus planos e apoia. Então os irmãos de Michael vão esperar mais um pouco.
- Obrigada, vovó. - sussurro, emocionada. - Seus bisnetos virão no momento certo. E pare de fazer charme, a senhora é forte como uma rocha. - ela sorri. Eu limpo seus olhos bem maquiados com carinho e sua expressão amolece. - Eu amo a senhora. Prometo fazer a sua neta muito feliz, todos os dias da minha vida.
- Ah, querida. Eu amo você também. - ela chora mais. - Minha menina especial. Você foi um sopro de vida não só para minha neta, mas para esta família.
Suas palavras me tocam profundamente. Eu a abraço e fungamos juntas.
- Chegou a hora, Brunna. - a voz da organizadora do casamento vem da porta do closet.
Meu coração salta no peito, enquanto a equipe me cerca de novo, conferindo minha maquiagem e vestido. DJ me entrega o buquê de flores do campo e deixamos o quarto. Saímos pela porta lateral direto para o jardim, evitando a escadaria da frente da casa. Eu ofego quando vejo uma charrete toda ornamentada com flores, um arco lindo sobre o banco. Ai, meu Deus, minha ogra selvagem e fofa sendo romântica. Meus olhos voltam a se encher de lágrimas e tomo meu lugar no assento com a ajuda do condutor bem alinhado num fraque
escuro. Os cavalos começam a trotar levemente e eu suspiro, me sentindo uma princesa de conto de fadas quando entramos pela estrada de blocos que corta o jardim, em direção à margem do lago. É uma visão de romances, sem dúvida. Os últimos raios do sol refletem nas águas calmas, grande parte da grama verdinha está ocupada por cadeiras brancas, todas ocupadas. Tudo vai ficando mais claro à medida que nos aproximamos. Há uma enorme tenda montada mais à frente, e a pista de dança em assoalho foi montada suspensa, sobre a superfície do lago. Lindo demais. Muito além do que sonhei. Alguns instantes depois, a condução para e Marcos está a postos para me receber. Ele está deslumbrante num terno escuro. Fiquei surpresa quando foi mais cedo ao meu quarto, aliás, Luane também estava elegantíssima em um vestido negro e sandálias salto agulha. Nem ela e nem Marcos devem estar muito contentes, os dois odeiam trajes formais. Marcos estende a mão e me ajuda a descer.
- Uau. - assobia baixo, então beija minha mão. O gesto é carinhoso, vai além do galanteio próprio dele, percebo. - Você está um nocaute, bonitinha.
- Obrigada, Marcos. - murmuro, meu coração trovejando, querendo ir imediatamente ao encontro de Ludmilla e Michael.
- Não, eu que agradeço, Brunna. - ele diz num momento sério. - Obrigado por amar a minha irmã. E, claro, por fazer de nós uma família de verdade.
Eu arfo, meus olhos turvando com suas palavras. Ai, Deus, até meu cunhado irreverente está emocional hoje. Eu me inclino, beijando-o na bochecha.
- Obrigada você por me aceitar como a sua família. - digo com todo meu carinho por ele. - Agora, por favor, me leve logo para a sua irmã. - sorrio tremulamente.
Marcos inspira, seus olhos escuros bonitos estão mais brilhantes também. Então sorri de lado, voltando a ser ele mesmo, e me oferece o braço.
- Vamos dar um ataque cardíaco para a grande CEO, bonitinha. - ele pisca do seu jeito agitador.
Eu rio, mas minha boca está tremendo de tanto nervoso. Enlaço seu braço e viramos de frente para o tapete vermelho, e a cena diante de mim me faz arfar, meus olhos enchendo de lágrimas e transbordando. Ludmilla está lá, no altar, toda linda e imponente trajando um terno escuro sem blusa social e sandálias pretas com o nosso filho nos braços. Mesmo à distância, sinto o impacto dos olhos verdes. Eu soluço quando nossos olhares se encontram. Ludmilla ... Meu amor... Eu chamo-a em silêncio, chorando, impactada, apaixonada. Seus olhos verdes estão brilhantes, vívidos, e correm por mim inteira, com amor, mas também com desejo e posse. O cabelo está mais curto, um pouco abaixo do ombro e lisos, o que deixa seus olhos ainda mais penetrantes. Michael está trajando um terninho branco feito sob medida para os seus cinco meses. Minhas faces são banhadas enquanto eu admiro meus dois lindos amores me esperando. Ludmilla percebe que estou chorando pela forma que seu olhar e rosto suaviza ainda mais. Eu te amo. Amo vocês. Digo-lhe com meu olhar, tomada pela emoção. Os convidados se levantam e a marcha nupcial começa ao som de violinos.
Minhas pernas tremem sobre as sandálias de salto alto, minhas mãos ficando ainda mais suadas e frias, mas eu me obrigo a andar buscando todo amparo em Marcos. Os olhos de Ludmilla nunca deixam os meus enquanto avanço pelo tapete vermelho. Arquejo, as lágrimas caindo incessantemente em minhas faces. Eu sabia que ia me emocionar, só não imaginei que me descontrolaria assim. Minhas pernas tremem muito, a emoção do momento me engolfando sem dó. Inalo rudemente, sabendo que é inútil tentar me controlar, então decido parar de tentar reprimir tudo que estou sentindo e só ando. Ando para ela. Dessa vez por minha escolha, porque ser dela é tudo que mais quero nesse mundo. Quando chegamos ao altar, os olhos verdes ficam mais intensos e quentes nos meus. Eu arfo baixinho, completamente arrebatada, como na primeira vez que me cravou com esses olhos, há dois anos. Meu menino sorri, se jogando para mim, quebrando um pouco o poder de Ludmilla sobre mim. Eu rio em meio às lágrimas e me inclino, beijando sua cabecinha. Em seguida, Luane está tirando-o dos braços de Ludmilla. O pequeno começa uma birra, mas logo é aplacado pela tia.
Toda a atenção de Ludmilla volta para mim. Meu coração retumba contra as costelas quando se aproxima e Marcos me entrega a ela. Dinah pega meu buquê e eu continuo presa no feitiço dos belos olhos verdes que estão brilhantes de lágrimas não derramadas. Meu coração derrete quando leva a minha mão à boca e seus lábios mornos depositam um beijo suave no dorso. Seu braço livre me puxa pela cintura e ela aproxima o rosto do meu, ficando separadas apenas pelo véu fino.
- Eu te amo. - sussurra com voz áspera de emoção. - Não existem palavras para descrever a intensidade do que me fez sentir quando começou a andar para mim. - sua mão está tremente quando levanta o véu e limpa delicadamente o meu rosto. - Vê-la andando em minha direção por escolha sua me fez a pessoa mais feliz de todas. - ouço murmúrios e exclamações surpresas entre os mais próximos. Eu deslizo minhas mãos trementes pelos seus ombros e a olho, inebriada. Seus olhos ficam mais intensos e ela murmura as palavras que me fazem chorar mais: - Você me amou. Você me salvou, Brunna.
- Ludmilla... Meu amor... - eu inalo o ar com força, me inclinando e colando meus lábios nos seus, sem me importar com o decoro. Sinto suas lágrimas
caindo, se misturando com as minhas. - Eu vou te fazer feliz todos os dias da minha vida.
- Eu vou te amar todos os dias da minha vida. - ela me diz de volta numa mistura suave e feroz.
Ela me dá mais um beijo breve, seus olhos lindos confirmando tudo que está me prometendo. Então nos viramos para o altar e o padre sorri, iniciando a cerimônia. Meu coração está quase explodindo no peito de tanta alegria. Eu não consigo tirar os olhos da mulher ao meu lado e nem ela de mim. Eu pertenço a ela, de corpo, alma e coração. Tudo começou tão errado... Um acordo sendo feito... Meus olhos se enchem de novas lágrimas e eu choro outra vez. Lágrimas de esperança. Lágrimas de felicidade. Lágrimas de amor. Olhando para trás, vejo que éramos duas almas perdidas, infelizes, sem amor. Nós nos amamos e salvamos mutuamente. Ela também me amou. Ela também me salvou. E eu vou amá-la para sempre. Tudo em mim pertence a ela.
Ludmilla
Eu giro com ela em meus braços, meu coração quente, derretido, vendo a comoção no rosto bonito. Brunna chorou desde o momento em que me viu com Michael a esperando no altar, até a cerimônia terminar. Tentei me segurar, mas também perdi a batalha em muitos momentos, não me importando que me vissem chorando. Ela tem esse poder sobre mim e não me importo que todos saibam. Ela é a única. Eu a amo demais. Roço a boca na sua, enquanto a letra de Certain Things de James Arthur ressoa na voz do cantor contratado para o evento. Ela escolheu o repertório para esta noite e eu aprovei. Está linda demais, absolutamente magnífica. Minha garota perfeita. Minha mulher. Não consegui tirar os olhos dela em nenhum momento durante a cerimônia. Os olhos castanhos estão brilhantes, embevecidos nos meus, como devo estar encarando-a também. Nossos rostos estão bem próximos, as bocas respirando perto, nossos corpos bem aconchegados.
Ela é minha oficialmente. Dessa vez para sempre. Só houve outro momento em toda a minha vida que me nocauteou dessa forma, o nascimento do nosso filho. A cerimônia dupla foi emocionante. Achamos que hoje seria o dia perfeito para batizar nosso menino, uma vez que Dinah, a melhor amiga de Brunna e madrinha de Michael, mora fora do país. O sol já se pôs, mas o cenário ainda é bonito. A pista de dança foi montada suspensa sobre as águas. Minha garota adora esse lago e eu não medi esforços para fazer esse dia perfeito para ela. Minha avó também adorou a ideia e sendo uma romântica incorrigível, tem estado eufórica com os preparativos desde que Brunna e eu nos acertamos.
- Eu amo você, Sra. Oliveira. - digo em sua boca, puxando-a mais, colando nossas pélvis, precisando senti-la através das camadas dos tecidos. Amor, veneração e o desejo intenso que nunca arrefece em nós está transbordando agora. Ela arfa, os olhos ficando mais brilhantes, as mãos delicadas passeando pelos meus ombros e nuca.
- Também amo você, Sra. Oliveira. - sussurra roucamente, denotando seu amor e o mesmo desejo que me inflama meu corpo. - Amo levar o seu sobrenome. Amo ser sua. - Deus, ela acaba comigo quando diz coisas assim. - Amo demais.
- Eu também amo ser sua, baby. - seguro a parte baixa das suas costas, mantendo-a bem colada a mim, e seguro sua nuca com a outra. - Para sempre sua. Toda sua. - falo baixo, esfregando meu pau nela discretamente, nossos olhares quentes e apaixonados fixos um no outro. Mordisco seu lábio inferior e ela choraminga, então eu me aposso da sua boca num beijo lento apenas para atiçar nosso tesão. Ela geme e puxa meu cabelo da nuca, sugando minha língua com a mesma fome que me consome. Ouço palmas isoladas e rio. Brunna também. Temos uma ideia de quem está aplaudindo - Marcos, meu irmão nada discreto. Rimos, cúmplices, felizes.
- Gostosa... - falo contra sua boca, aproveitando os movimentos da dança para moer meu pau duro em sua frente.
- Amor, a recepção está apenas começando... - ela ri, mas está ofegando, o corpo estremecendo contra o meu. - Pare de me assediar, você sabe que nunca fui boa em resistir a seus avanços...
- Porra, eu sei. - rio perversa, lambendo sua boca, sabendo que preciso parar, mas mal podendo me controlar. - Também não tenho um bom histórico nesse sentindo. Sou doida de tesão pela minha mulher.
Brunna ri, gostando de ouvir isso. Os olhos de pedras preciosas me fitam com tanto amor, tanto querer, que me faz completamente louca, possessiva. Ela me pertence. Esperei longos e frios trinta e sete anos para encontrá-la. Nunca mais serei tola de perdê-la de novo. Vou amar essa menina até o fim dos meus dias.
- Mais tarde, minha esposa sexy... - murmura com uma carinha safada que me faz gemer em lamento. - Minha CEO fodona terá carta branca... - lambe os lábios gordos pintados de um batom clarinho. - Pode fazer tudo, absolutamente tudo com a sua mulher...
- Caralho... - eu ranjo, me segurando para não dar um tapa em sua bunda deliciosa por me deixar ainda mais dura. - Sou completamente louca por você, Brunna. - sussurro com a voz rouca de tesão.
- E eu por você, meu amor. - ela me diz de volta. E ficamos dançando, nos olhando enquanto os versos da música infiltram em nós.
Algo sobre você
É como um vício
Me acertou com o seu melhor golpe, querida
Num arroubo que até eu desconheço, eu consigo levanta-la, tirando seus pés do chão, e rodopio com ela. Brunna arregala os olhos, surpresa, então a expressão mais linda toma seu rosto levemente maquiado e ela gargalha, jogando a cabeça para trás. Meu Deus, como é linda! Meu coração aquece, meus olhos ardendo com tanto amor no meu peito. Aplausos ecoam vindo da margem, e eu não tenho nenhuma dúvida, sou a mulher mais feliz da Terra. Eu tenho o amor dela.
E há certas coisas que eu adoro
E há certas coisas que eu ignoro
Mas estou certo de que eu sou eu
Certo de que eu sou seu
Certo de que eu sou seu
A letra é perfeita para mim, para nós. Brunna tem um gosto formidável para música. Essa é só mais uma das muitas coisas que amo nela. Quando a música acaba, mais aplausos soam para nós. Eu a coloco no chão e pego sua mão esquerda, depositando um beijo reverente sobre sua aliança e o anel de diamantes que lhe entreguei em seu aniversário na semana passada. Eu a enlaço pela cintura e tomamos a passarela para a grama, de volta à terra firme.
Somos recebidas pela minha avó, Marcos e Luane. Michael está eufórico no braço de Marcos. Allyson, Perrie e Lígia estão por perto também. Somos cumprimentadas pelos convidados e a banda recomeça a tocar. A pista é preenchida aos poucos com novos casais. Em dado momento, Michael se joga para cima de Brunna, que o pega, rindo e brincando com ele. O pequeno se desmancha e mesmo não tendo muito tempo que tomou uma mamadeira, as mãozinhas do pequeno possessivo vão para os seios da mãe, arrancando risadas do nosso círculo.
- Oh, nada disso, seu meninão guloso. - Brunna ri lindamente e eu olho os dois com o peito inchado de tanto orgulho, amor e posse. - Mais tarde a mamãe vai levá-lo para o quarto e alimentá-lo, está bem? - ele dá uma risadinha eufórica e salta nos braços dela. Está enorme e olha que só tem cinco meses. Mas, também, Brunna o alimenta quase exclusivamente no peito. Ele só toma mamadeira quando precisamos nos ausentar de casa sem levá-lo.
- Vem aqui comigo garotão, você está pesado demais meu rechonchudo. - ele abre o sorriso banguela, estendendo os braços para mim. Eu o pego, jogando-o para o alto, fazendo a brincadeira que ele tanto gosta. Sua risadinha e balbucios ressoam no ambiente. O fotógrafo oficial aproveita para registrar o momento descontraído. Marcos também está registrando em seu celular e Luane... Bem, Luane está apenas observando com um sorriso pateta brincando na boca. Ela adora Michael e vice-versa. O fotógrafo chama Brunna para fazer umas fotos e ela se afasta com a minha avó e as outras, seguindo para a faixa de grama que encontra o jardim. Um garçom passa em nosso grupo e eu e os outros pegamos copos de uísque.
- Parabéns, amiga! Estou muito feliz por você e Brunna. - Allyson ergue seu copo. Eu a acompanho junto com Marcos e Mani. - E, claro, por esse garotão, que agora tem as mães juntas para babar em cima dele. - ela bagunça a cabeleira de Michael, que sorri de volta. - Ele é uma criança muito sociável, não é? Impressionante.
- Obrigado, minha amiga. - agradeço-a amistosamente.
- Meu afilhado puxou a mim nesse quesito, Ally. - Marcos se pavoneia e se inclina, beijando os cachos de meu pequeno. - O padrinho vai lhe ensinar tudo sobre como conquistar as meninas, campeão! - meu irmão mulherengo sorri e meu filho sorri de volta com toda a inocência. Eu rolo os olhos.
- Pare de tentar corromper o meu filho. - bufo. Michael boceja e enfia o punho na boca. Ele dorme assim, sugando o punho. Esse agito todo está cobrando seu preço do meu pequeno. Eu o aconchego mais em meu peito, sua cabecinha encosta em meu ombro e eu balanço com ele. Marcos confere o celular. Percebi que tem feito muito isso hoje. Só então me dou conta de uma coisa: a ausência de Adriana. Eles estão envolvidos em um arranjo de sexo casual, pelo que meu irmão me falou. Sim, Marcos finalmente conseguiu enredar a moça em sua conversa, há dois meses. - Onde está Adriana? Pensei que ela viesse com você.
Seu rosto franze, os olhos escuros ficando sérios, e ele toma um grande gole do seu uísque.
- Ela voltou para Tocantins, Laur. - bufa.
- Sério? Mas, por quê? - pergunto, tomando um gole da minha bebida também.
- Uh, ela me flagrou em uma situação digamos... Comprometedora... - diz,
passando a mão livre pelo cabelo. Ele não parece bem, só agora percebo a sombra em seu rosto.
- Com outra mulher? - pergunto, já sabendo a resposta.
- Sim. - cerra os dentes. - Era para ser só sexo casual. - ele parece zangado, mas não sei com quem. Talvez consigo mesmo. - Era para ser descomplicado. Eu disse a ela muitas vezes que sou bicho solto. Foi muito bom, mas era só sexo entre nós.
Porra! Eu conheço esse discurso fodido. Ironizo. E me causou tanta dor e à mulher que amo, caralho.
- Você se apaixonou por ela, irmão? - pergunto a queima-roupa. Seus olhos arregalam muito e parece até que nasceu outra cabeça em mim pela forma como está me olhando.
- Que porra de pergunta é essa, Ludmilla? - resmunga, seu humor azedando de vez.
- Uma pergunta razoável dada a maneira como você está ranzinza pela partida de Adriana. - aponto. - Se você tem sentimentos por ela, não cometa os mesmos erros que eu, mano. Vá atrás dela e resolva as coisas...
- Meu Deus, você parece a vovó dizendo que já está na hora de eu sossegar. - zomba.
Michael ressona e sua cabecinha pende de vez sobre o meu ombro. Eu o agasalho, passando o outro braço pelas suas costinhas para sustentá-lo melhor sobre o meu peito.
- Eu vou buscar minha noiva para uma dança. Com licença, senhor e senhora. - Allyson diz em tom brincalhão e escapa pela tangente.
- Eu não estou à procura de sossegar, Laur. - Marcos abaixa um pouco o tom por causa de Michael. - Não quero amor. Gosto demais da minha vida do jeito que está, sem complicações. - pondera um instante, então volta a endurecer sua determinação em seguida. - Foi melhor ela ter ido. O que tínhamos ia acabar em algum momento. - eu aceno. - Hoje é dia de alegria, irmã. - retoma, tentando voltar a sua velha irreverência. Porém, eu o conheço bem demais e vejo que está mexido por aquela garota. Só espero que não faça muitas besteiras antes de admitir isso. - Seja feliz e faça a bonitinha feliz, Laur.
Eu relaxo um pouco.
- Obrigado, mano. Eu vou amá-la para o resto da minha vida. - digo sem medo, sem vergonha de mostrar meus sentimentos. - E, sim, viverei para fazê-la feliz, tenha certeza disso.
Uma das babás aparece do meu lado, percebendo que Michael está dormindo, e se oferece para levá-lo e acomodá-lo na casa. Beijo o cabelo macio do meu filho e o entrego a ela. Marcos está com uma expressão suave no rosto quando volto a fitá-lo. Vem para mim e sem cerimônias me puxa para um abraço fraterno. Eu o abraço apertado, dando leves tapas em suas costas.
- Você encontrou uma mulher especial, mana. Estou tão feliz por você, por vocês. - reafirma. Meu olhar sobe e encontra o de Luane, que está com o cenho franzido, observando a nossa troca. Eu não sei o que há na sua história, mas quero saber. Quero ser mais do que apenas a sua irmã pelo sangue, quero ser sua amiga. Quando Marcos fez o pouso forçado no mar, ela se juntou a mim na equipe de resgate. Aquele episódio foi assustador pra caralho. Eu estava fora de mim, preocupada com a segurança de nosso irmão e foi Luane quem esteve ao meu lado, me dando a força para não pensar em cenários ruins. Surpreendentemente.
Marcos agiu como o piloto excepcional que é e ajudou todos os passageiros a saírem da aeronave. Adriana era uma das comissárias de bordo. Os dois mantiveram a calma e foram fundamentais para que nada mais grave acontecesse a tripulação e aos passageiros. No entanto, quando Marcos mergulhou a última vez para buscar uma criança, cuja mãe estava histérica, ele demorou muito vir à tona. Meu peito fica angustiado só em relembrar aquele momento. Ele não subia e, então, eu e Luane nos jogamos no oceano atrás dele. Foram os momentos mais angustiantes que já vivi, mas conseguimos encontrá-lo dentro do avião afundando. Nós o ajudamos a subir com a menina desacordada, que foi reanimada pela equipe médica tão logo chegamos ao barco do socorro. Aquela experiência foi traumatizante, porém nos aproximou mais como irmãos. Os três. Meu pai pode ter sido um ser humano de merda, mas nos deixou mais uma irmã. Estendo a mão para ela, meu peito se enchendo do mesmo sentimento fraternal que sinto por Marcos. Luane parece tão perdida nos olhando. Eu penso que não virá, mas ela vem devagar, o rosto tenso, fechado, mas vem. E eu a puxo, abraçando os dois, mantendo-os bem perto. Meu Deus, estou ficando velha. Ironizo-me. Meus olhos ardem com a emoção de poder abraçá-los. Apenas isso, abraçar meus irmãos livremente, sem qualquer medo bobo de parecer fraca diante dos outros.
Marcos ri e beija meu rosto, em seguida o de Luane. Ele é o mais tranquilo em demonstrar suas emoções desde pequeno. Eu olho de lado e vejo Brunna nos olhando, um sorriso suave no rosto bonito. Ela, a minha garota linda, é a
responsável por essa mudança em mim. Se tivéssemos descoberto Mani há um ano, eu teria sido uma péssima irmã. Sim, porque eu não tinha nada de bom em mim para dar a ninguém. Até mesmo com Marcos, que esteve sempre comigo, ainda me policiava. Mas ela... Eu a encaro com o coração inchado de amor e gratidão. Ela me fez uma pessoa melhor. Brunna acena levemente e desvia o olhar para nos dar privacidade. Eu me afasto um pouco, mas ainda os mantendo perto, meus braços sobre seus ombros.
- Estaremos sempre ligados pelo sangue, irmãos. - digo, limpando a garganta. Ainda não é fácil falar de sentimentos com alguém que não seja a minha menina. Aos poucos, estou chegando lá. - Sermos amigos, essa é uma decisão nossa. - olho um e outro. - Minha relação com Marcos já é sólida por convivermos desde o nascimento. Mas quero isso com você também, Mani. - Luane parece surpresa por eu a estar chamando pelo apelido sem provocação em meu tom. Ela parece gostar disso, percebo. - Quero ser mais do que uma irmã mais velha. Quero que saiba que pode contar comigo para qualquer coisa. - eu a encaro firmemente para que não reste nenhuma dúvida. - Sempre. Você é a minha irmã, tem o meu sangue, mas o amor... - eu olho um e outro novamente.
- O amor, irmãos, é maior que o sangue. O amor é escolha nossa.
- Porra, Laur. - Marcos ri meio incrédulo, posso ver sua dificuldade em processar tudo que falei. Eu nunca lhe disse que o amava. Não assim, abertamente. Como alguém pode passar trinta e oito anos sem dizer para seu único irmão, até então, que o ama? Sinto-me envergonhada. E é ele quem toma a minha frente, tornando as palavras mais fáceis: - Eu te amo, mana. - olha para Luane, que está com o rosto impassível, mas uma tormenta em seus olhos escuros. - E amo você também, esquentadinha.
Luane bufa.
- Eu amo você também, Marcos. - digo com a garganta um pouco presa pelo tempo que segurei isso. Vale a pena quando vejo o rosto do meu irmão se iluminando. - Porra, metade do meu cabelo branco devo a você, mas te amo, mano. Eu sinto muito por nunca ter dito isso.
- Pare de drama, Laur. Nossa genética é boa pra caralho. Não há nenhum cabelo branco aí. - ele ri do seu jeito irreverente e seu rosto torna a suavizar. - Não se preocupe, mana. Eu sempre soube. - seus olhos negros estão brilhantes e os meus voltam a arder. - As atitudes falam mais que as palavras. Você cuidou de mim, sempre esteve lá quando precisei, mesmo que não fosse muito eloquente com as palavras, e eu sou muito grato por tê-la como irmã mais velha.
Porra. Eu engasgo, acenando. Ele está sendo generoso comigo.
- Também sou muito grata por tê-lo como irmão, Marcos. - murmuro.
Olho para Luane, que mesmo se mantendo inescrutável, parece tocada de alguma forma.
- Você chegou em um período conturbado... Porém, para a sua sorte, meu coração já tinha sido tocado...
- Por Brunna. - ela completa e eu aceno. Limpa a garganta. - Você tem uma bonita família, irmã. Seja feliz e faça a sua mulher e filho felizes.
- Obrigado, irmã. - digo-lhe em tom instável pela emoção. - Marcos tem razão quando diz que as atitudes contam muito. Porém, as palavras são tão importantes quanto. Eu quase perdi a coisa mais bonita que aconteceu na minha vida por orgulho, arrogância. Se eu tivesse reconhecido o meu amor por Brunna antes, não teria feito tantas merdas, teria evitado muita dor para nós duas. - Limpo a garganta. Porra, isso é difícil. Quando Marcos fala, parece tão fácil. - Eu te amo, irmã mais nova. Quero que saiba que tem um lugar não só na empresa, mas no seio da minha família.
Ela está completamente em choque agora. Seu maxilar cerra e os olhos escuros ficam tempestuosos. Está claramente lutando contra as emoções.
- Gente... - olha entre mim e Marcos, o cenho franzido e bufa. - Eu não tive a evolução de Laur ainda... - eu me congratulo porque ela usou o apelido. A marrenta jamais o havia usado antes. - Talvez nunca tenha...
- Você não precisa dizer nada se não quiser, mana. - Marcos oferece um sorriso compreensivo.
- Sim, você não precisa. - endosso.
- Eu preciso. - Luane continua pouco à vontade. Eu sei bem como se sente. - Não vim para o Brasil para confraternizar. - admite. - Minha intenção era fazer a vida de vocês bem difícil... - zomba, torcendo a boca em depreciação a si mesmo. - Cresci acreditando que meu pai não me reconheceu, não deu amor por causa de vocês.
- Nosso pai só era capaz de amar a si mesmo, irmã. - digo em tom apertado.
- Sim, agora eu sei. - ela anui, raiva contida em seu semblante. - Tenho que reconhecer, vocês são bem diferentes do que imaginei. - seus olhos escuros vão para Marcos e voltam para mim. - Eu gosto disso. Me desculpem se não devolvo as declarações de coração pra coração. - a idiota zomba. Marcos e eu bufamos. - Não cresci ouvindo esse tipo de coisa. - meu peito aperta com suas últimas palavras. Sinto Marcos ficando rígido também ao meu lado. Eu acho que de nós três, ela foi a mais danificada pelas ações fodidas do nosso pai. - De onde eu venho, não fazemos declarações de amor. - seu rosto escurece como se acessasse lembranças sombrias. - Mas posso dizer agora, mesmo com pouco tempo de convívio, que sou grata por ter tido a oportunidade de desfazer o engano.
- Sim, maninha, nós também te amamos. - Marcos decidi descontrair. Eu rio e Luane bufa.
- Vocês ainda são babacas riquinhos. Mas são grandes pessoas também. - ela completa, entrando na provocação de Marcos.
- Mani, não demore a se livrar do pau enfiado nessa sua maldita bunda. - Marcos a incita e a marrenta sorri, um sorriso amplo. Raro. Muito raro.
Eu os solto e ergo meu copo. Eles me seguem e bebemos em silêncio. E meus olhos voltam a procurar ansiosamente pela minha mulher. Ela está conversando com Lígia. Brunna tem estreitado os laços com a garota nos últimos meses, o que me intrigou, porque a sócia de Allyson não é lá muito sociável. Pelo menos não comigo.
- Onde está a namorada pé no saco da patricinha? - a pergunta jocosa de Luane me faz encará-la. Ela está com os olhos grudados em Lígia.
- De acordo com Brunna, elas terminaram no começo da semana. - eu ofereço a informação e vejo o rosto de minha irmã evasivo passar por uma transformação clara.
- Porra! - pragueja quase inaudível, fechando os olhos por um momento. Fico intrigada com a expressão de culpa em sua cara. - Por isso ela foi até...
Porra, porra! - repete.
- Importa-se de elaborar, irmãzinha? - Marcos especula, levantando uma sobrancelha divertida.
Luane abre os olhos e parece atormentada agora.
- Ela foi até mim... - pragueja de novo. - Eu fui uma babaca tão fodida, porra!
- Uh, seja mais específica, Mani. Você é sempre uma babaca, irmã. - Marcos continua pegando no pé de Luane.
- Vai se foder, cara! - Luane range os dentes e vira o resto do seu uísque. - Aposto cem pratas como vai subir num avião para Tocantins tão logo saia daqui. - alfineta.
- O quê?! Você está louca! - Marcos se enfeza e vira seu copo também. Uh. Interessante. - Sou Marcostopher Oliveira, jamais me deixei domar por uma boceta. - zomba. - Está obviamente irritada porque, pela sua cara de bunda, fez uma merda grande e a Lígia não vai mais... - ele ri malicioso. - Você sabe, irmã, todo mundo já sacou que esteve comendo a garota desde que chegou.
Luane ri, uma risada pachorrenta, cínica, como a minha quando quero ser uma filha da puta.
- Eu não sou exclusiva de ninguém, irmão. Boceta é o que não me falta.
- Bem, bem, somos Oliveira, não se pode negar. - eu bufo sarcasticamente. Encaro uma e outro. - Espero que saiam de seus malditos estados de negação e resolvam suas merdas. - eles rolam os olhos, suas posturas confirmando minhas palavras. - Eu vou buscar a minha mulher agora, esse é o nosso dia, não vou passá-lo com dois idiotas resmungões.
Ouço-os rindo às minhas costas quando avanço pelo gramado em busca dela. Brunna me vê e vem me encontrar no meio do caminho. Está com uma taça de champanhe na mão. Abriu uma exceção apenas hoje. Eu a enlaço pela cintura e desço minha boca na dela no meio da pequena multidão de convidados. Meu pau volta a se animar agora que a tenho de volta em meus braços.
- Eu quero comer você... - gemo grosseiramente em sua boca, sugando o lábio inferior. Ela ofega, os olhos magníficos ficando imediatamente enevoados de tesão.
- Aposto que quer... - abre um risinho de putinha safada. Porra. Estamos em público. Repito isso uma e outra vez para me conter. - Ainda é cedo, amor. Pare de me tentar. - eu rio contra sua boca parecendo uma garota boba com a primeira namorada.
Minha avó vem até nós, provavelmente percebendo que estamos a ponto de fugir a qualquer momento. Rio como uma adolescente inconsequente, e dona Vilma meneia a cabeça. Ela está linda, elegante como sempre. Ela me disse tantas coisas bonitas quando passou mais cedo no quarto de hóspedes onde me arrumei. Eu tive muita sorte em tê-la na minha vida. Se não fosse pelo amor da minha avó, eu teria me perdido ainda mais. Crescido ainda mais fodida. Eu a amo. E lhe disse isso também, depois de anos sem falar. Ela chorou copiosamente e eu acabei sucumbindo também.
Rodamos com ela pelas mesas, conversamos, festejamos. Todo o tempo meu corpo sedento, desejoso pela minha mulher, antecipando o momento de estarmos a sós, despi-la do vestido. Tomar posse oficialmente de tudo que me pertence. Concordamos em ficar três dias sem sexo para intensificar as coisas esta noite. Minha avó nos policia, dizendo que não é de bom tom abandonarmos a festa muito cedo. Cronômetro duas horas e, depois disso, estou com vontade de enforcar qualquer um que venha puxar assunto. Então pego Brunna pelo braço e a arrasto em direção à charrete. Boa educação tem limite, porra.
Alguns minutos depois, entro com ela em casa e sigo o caminho de velas vermelhas em formato de coração, salpicado de pétalas de rosas. Meu coração aquece, feliz, quando seus olhos brilham, o rosto ficando suave vendo meu esforço romântico no caminho se estendendo à escada e sumindo no andar de cima. Concordamos também de não ir para um hotel, visto que Michael é ainda muito novinho e ligado à mãe. Eu tive que me virar para deixar a nossa suíte com cara de núpcias. Fiz tudo eu mesmo para tornar especial para ela. Os estilistas a prepararam em seu antigo quarto, o que facilitou meu trabalho. Paramos na porta, minhas mãos continuam em sua cintura, seus olhos cintilam lindamente na penumbra, correndo pelo quarto. Espalhei velas e pétalas por todo o chão do quarto, sobre os lençóis brancos da cama, na sacada e na banheira também.
- Ludmilla... - sussurra, voltando a pousar esses olhos de pedras preciosas sobre mim. Eu me sinto única quando me chama assim, me olhando com adoração clara em seu rostinho perfeito.
- Isso significa que você gostou? - pergunto, correndo meus dedos pela face delicada.
- Eu amei. - sua voz está meio embargada. - Obrigada. Tudo está perfeito. - espalma meus ombros. - E ainda estamos perto do nosso menino.
Meu Deus, eu a amo tanto. Exalo alto e a puxo pela nuca, aproximando nossos rostos e mordo sua boca, suavemente.
- Eu e Michael temos tanta sorte em tê-la. - digo com pura reverência em meu tom. - Teremos algumas noites só para nós na lua de mel, porém. As babás já estão avisadas. - desço a mão da cintura para sua bunda firme e levo minha boca para o seu ouvido, sussurrando perversamente: - Estou com saudade de montar você sem me preocupar com nada. Lembra como foi na Grécia?
Seus belos olhos se iluminam.
- Sim. Eu quero isso também. - choraminga e eu mordo seu lóbulo, lambendo a ponta da orelha em seguida. Ela geme, estremecendo. - Vou agradar a minha esposa linda, prometo. - ronrona. Porra. Meu pau dá uma guinada dentro da calça. Nossa vida sexual é muito ativa, sempre foi, desde o começo. Ficar três dias sem gozar nela tendo-a por perto é no mínimo cruel. - Me ajude a abrir o vestido, amor. Preciso me preparar para você.
Pede e eu gemo, girando-a de costas para mim. Ela já se livrou do véu. A primeira coisa que faço é desfazer seu penteado, massageando o couro cabeludo delicadamente. Brunna geme quando enfio os dedos e corro pelas madeixas até as pontas caindo no meio das costas. Tomo meu tempo. Sem pressa, afasto o cabelo por cima do ombro direito e deslizo minhas mãos em sua cintura, subindo, descendo. Sorrio baixinho quando mordisco sua nuca e ela convulsiona em meus braços. Beijando, sugando delicadamente seu pescoço e ombro, meus dedos começam a trabalhar nos botões do vestido. E, porra, eles são muitos. Continuo mordendo-a, sugando a pele macia até abrir o último botão. Ela me olha por cima do ombro e sorri, sedutora, misteriosa, então se afasta, indo para o closet. Reorganizo meu pau dentro da calça e vou até o sistema de som, colocando a pasta com as mesmas músicas que ela selecionou para dançarmos na recepção. Retiro blazer, ficando só com o sutiã preto de renda. Eu me livro das sandálias e vou até a garrafa de champanhe que descansa no balde de gelo sobre o móvel. Há travessas com frios e frutas também. Um sorriso de predadora curva a minha boca. Nós vamos precisar mais tarde...
Abro a garrafa e sirvo duas taças, me viro e minha boca cai aberta. Minha mulher está lá na entrada do closet, uma mão apoiada no batente e a outra girando uma espécie de cordão do penhoar branco, transparente, sexy pra caralho, que está usando. Nada de camisola por baixo, não, ela quer me dar a porra de um ataque cardíaco, com certeza. Meus lábios sobem nos cantos e eu levanto uma sobrancelha arrogante, meus olhos esfomeados correndo por cada centímetro lindo dela. O tecido é muito transparente, está praticamente nua, os peitos cheios, empinados. Não usa calcinha, a bocetinha toda lisa, minha boca saliva vendo os lábios delicados, implorando pela minha boca. Está usando também uma meia branca indo até o meio das coxas perfeitas. Ela sorri, vindo finalmente para mim. Deus do céu... Eu solto um grunhido. Linda. Deliciosa demais. Ela para na minha frente e eu lhe entrego a sua bebida. Brindamos em silêncio, e tomamos um gole, nossos olhares conversando por cima das taças.
Não conseguindo mais me conter, eu enrolo um braço possessivo em sua cintura, colando o corpo gostoso e seminu no meu. Então nós dançamos, nossos corpos juntinhos. Ela pega minha nuca e eu abaixo a boca na sua, esfregando, sugando os lábios gordos e convidativos, lambendo devagar. Brunna geme, me lambendo também, descendo pelo meu queixo, mordiscando, sugando meu pescoço. Eu encho a mão em sua bunda suculenta e amasso a carne com vontade. Sua boquinha desce em beijos suaves pelo meus seios abrindo meu sutiã e eu solto um gemido rouco quando suga meu mamilo, puxando-o delicadamente entre os dentes. Fazendo malabarismos, eu pego sua taça e deposito junto com a minha sobre a bandeja. Então eu parto para a matança. Pego seu cabelo da nuca e puxo-o, forçando-a a arquear as costas. Rio malvada ao ver os peitos pontudos através da renda do penhoar.
Os olhos castanhos ficam ainda mais ardentes e ela lambe os lábios obscenamente, incendiando meu corpo. Gemo, subjugando-a pelo cabelo e desço a outra mão pelo ventre reto, cavando entre as coxas. Brunna geme, estremece. Eu sondo, massageando os lábios melados, indo e vindo, o polegar tocando o clitóris de leve. Ofega, os dedos cravados em meus braços, enquanto respira entrecortado. Eu rio e empurro dois dedos dentro dela. Ela choraminga e afasta mais a coxas para me dar todo acesso. Eu a como sem pressa, metendo devagar, bem fundo e voltando, esfregando suas paredes. Com mais um sorriso perverso, eu abaixo a boca sobre seus montes perfeitos e lambo os mamilos por cima do tecido. Ela geme em lamento, o som lindo de pura necessidade, e eu passo a sugar o esquerdo, com força, mordendo-o antes de passar para o outro. Estremecendo de prazer, ela puxa as abas da vestimenta para os lados, desnudando os peitinhos lindos e eu dou um ganido, passando a mamar com força.
Ela mia, esfregando o quadril em meu pau, em seguida, escorrega a mão pelo meu abdômen até encontrar minha ereção dolorida. Brunna a esfrega por cima da calça, depois abre rapidamente o meu cinto, a calça e enfia a mão em minha boxer, agarrando gananciosamente minha carne inchada. Eu ranjo e mamo no outro seio, comendo sua bocetinha apertada ainda sem pressa. Brunna choraminga, contorcendo-se. Eu rio, sabendo o que ela quer, mas agora não é a hora. Puxo meus dedos para fora e os enfio em sua boca. Ela suga com avidez, olhos famintos nos meus. Dou um tapa em sua bunda e arranco o penhoar indecente de cima dela sem muita delicadeza. Ela arfa, os peitos pesados, subindo e descendo. Eu encho as mãos neles, sovando a carne firme, e desço pela cintura, os quadris, meu pau babando de tanto tesão nela. Eu morro para estar dentro dela. Rosno, uma mão segurando sua cintura e a outra voltando para sua nuca, e juntando o cabelo em punho, dou um puxão. Resfolega, juntando as coxas. Eu a encaro assim, bem de perto, fascinada e loucamente excitada. Beijo seu queixo e levo minha boca para seu ouvido, onde mordisco o lóbulo, sugando-o depois. Brunna geme alto, lamentoso. Eu rio, arrogante, perversa, sabendo exatamente como a minha menina aprecia esse jogo.
- Vem foder gostoso com a sua esposa, Brunna. - Deslizo os dedos em sua bunda, encontrando a racha traseira, mordo sua boca, enquanto massageio seu cuzinho delicioso. - Eu vou gozar em você inteira hoje... - digo num grunhido rouco e ela geme, arqueando-se lindamente. Eu me inclino e mordo um mamilo. Ela grita, miando em seguida. Volto a mamar, dessa vez delicadamente. Brunna rebola de encontro ao meu pau, esfregando-se, provavelmente buscando a liberação que ainda não lhe dei. Eu rio baixinho e ando com ela até a cama, depositando-a devagar no centro. É uma imagem magnífica ela no meio das pétalas de rosas. Meu coração canta de tanto amor, luxúria, completa loucura por essa menina. Arranco minha calça grosseiramente e subo de joelhos na cama. Ela abre as coxas e eu solto um gemido com a cena. As meias sensuais parando no meio das coxas e as sandálias prateadas de saltos altíssimos. Seguro meu pau pela base e seus olhos vem com ganância para ele. Eu me masturbo, lenta e perversamente e ela choraminga.
- Eu quero você, amor. Vem para dentro de mim, por favor... - sua voz é muito rouca, lamentosa. Sem dizer uma palavra, arrasto as mãos em suas pernas, amando a textura das meias eróticas do caralho, então arreganho ainda mais suas coxas. Eu mordo meu lábio inferior ao ver a sua bocetinha nua, toda melada, o líquido escorrendo para o cuzinho. Eu me abaixo e, gemendo, beijo seu monte, descendo e esfregando minha boca na carne molhada. Ela me segura pelos ombros e fecha os olhos, enquanto a chupo e lambo devagar. Brunna lamenta-se de novo quando subo, depositando beijo e chupadas leves pela barriguinha perfeita. Egoisticamente, nessa noite quero que goze apenas com o meu pau dentro dela. Dedico-me aos peitos cheios novamente. Eles são meus playground nesse período de amamentação. Chupo com força, uma mão enfiando entre suas coxas, pegando sua carne molhada possessivamente.
Não podendo mais me conter, puxo a mão e me deito entre suas coxas. Meu corpo subjugando o seu. Eu a encaro bem de perto e pego meu pau, esfregando a cabeça em suas dobras, batendo com força sobre o clitóris. Brunna, arfa, choraminga, geme com minha tortura, chamando-me para entrar nela uma e outra vez. Eu me alinho em sua vulva e pego suas mãos, levantando-as acima da sua cabeça, entrelaçando nossos dedos. Estamos as duas ofegantes, estou suando de tanta vontade de rasgar sua boceta bem fundo, então, eu vou. Eu meto tudo num golpe firme até o fundo, minhas bolas batendo em sua bunda.
- Ahh! Ludmilla... - estremece, sua carne palpitando à minha volta.
- Brunnaa... - eu urro de prazer e desço minha boca na dela, que me recebe sôfrega e ansiosamente, a língua macia e gostosa lambendo a minha. Nos chupamos, lambemos, rosnando. Ela me abraça com as pernas, facilitando o ângulo. Eu puxo para fora e volto numa estocada dura, perversa, grunhindo ensandecida em sua boca. Eu a devoro com minha boca e meu pau, batendo nela com força, amando o fato de não ter gozado antes, suas paredes muito famintas, chupando-me sem dó para dentro. Continuo com as mãos entrelaçadas nas suas, prendendo-a sobre o colchão, e a monto ferozmente. Nosso beijo vai ficando mais e mais intenso, apaixonado demais, alucinado. Ofega, rebolando precariamente embaixo de mim, tomando meu eixo grande e grosso como a garota gulosa que ela é. - Assim, toma esse pau... Sabe que amo arrombar essa bocetinha apertada.
- Oh, Deus, sim, amor... Sim, sim... - chora, tomando-me até o punho.
- Minha garota perfeita... - rosno asperamente, toda atolada em seu calor.
- Amor, que gostoso... Porra, que delícia de boceta... - saio quase toda e volto a meter profundamente. Solto suas mãos e enfio um braço por baixo de sua bunda, outro puxando seu ombro direito, então arfo, passando a bater nela mais e mais, comendo-a com voracidade. Nós nos beijamos de olhos abertos, nossos olhares quentes um no outro. Meus impulsos são firmes e longos, fodendo-a sem trégua. Ela se pendura em meus ombros e me deixa meter do jeito que eu quiser. Chupo sua língua com força e em seguida arranco meus lábios dos seus e fico apenas olhando-a de perto, bem dentro dos olhos, a boca ofegando na sua, socando meu pau bem fundo, amando ver a emoção crua em seu rosto. Eu faço isso com ela. Apenas eu. - Você me pertence. Sempre será minha. - rosno em sua boca. Ela estremece contra mim, suas paredes tremulando, a respiração ficando entrecortada, então eu vejo com fascinação quando o gozo a toma. Ela berra, suas unhas correndo pelas minhas costas, puxando-me mais e mais para dentro dela, arreganhando-se toda para receber minhas estocadas duras e profundas.
- Sim, eu pertenço a você... - sufoca entre espasmos. - Sempre serei sua, meu amor. Sempre. - ela chora, lágrimas de amor e êxtase escorrendo pelos cantos dos olhos, o som de pele estalando é uma disputa com Certain Things tocando agora. - Goze em mim, por favor. Eu quero sentir você me enchendo...
Porra! É o meu fim, bato nela sem dó, perseguindo meu clímax. Enfio a mão em seu cabelo da nuca e a monto animalesca, rugindo, rosnando, então o gozo vem, devastando tudo dentro de mim, minhas bolas pesam, doem. Eu esporro no fundo da sua boceta, urrando alto, enfiando meu rosto em seu pescoço, mordendo, sugando sua pele, esfomeada, descontrolada. Eu ondulo, socando fundo, despejando tudo nela. Brunna chora mais, arqueja, soluça. Nós nos agarramos com desespero sôfrego, consumando, começando oficialmente uma nova vida juntas. Eu a beijo, ofegante, gemendo rouca e ela também. Os tremores vão cessando, nossas peles estão suadas, grudadas, mas permanecemos agarrados sem nos importar com mais nada, nossas respirações pesadas na boca da outra, ligadas muito além do físico. Seus olhos lindos e lânguidos riem para mim. Eu beijo a ponta do seu nariz, saio com cuidado de dentro dela e me afasto, livrando-a das sandálias e meias sexy. Ela ri mais, saciada, mas ainda sensual. Eu dou um tapa leve em sua bunda indecente, e me deito novamente do seu lado e a puxo para o meu peito. Ela ronrona, beijando meu ombro e levanta o rosto para o meu. Enrolo um braço em sua cintura e beijo sua testa.
- Minha esposa. - ela sussurra, os olhos incríveis me adorando e eu amoleço completamente.
- Minha mulher. - murmuro de volta, a outra mão fazendo carinho nas costas esguias e suadas. - Oficialmente juntas. Você está feliz?
Seus olhos amolecem mais e ela coloca a perna por cima de mim. Eu gosto da forma possessiva como faz isso.
- Sim, amor. Muito. - murmura, a mão delicada vindo para a minha face.
- Obrigada por ter me tomado como pagamento do acordo. - eu rio baixinho com a sua provocação. Graças a Deus agora podemos fazer piada sobre O Acordo. - Obrigada por me dar uma família de verdade.
- Não. Eu sou a única que tem que agradecer aqui. - eu coloco uma mecha suada de cabelo atrás da sua orelha. - Você me deu amor, me fez enxergar o valor da família. - eu a beijo delicadamente nos lábios e sussurro: - Você me deu a vida. Você é a minha vida, Brunna.
Seus olhos se enchem de lágrimas e isso sempre mexe profundamente comigo.
- Eu te amo tanto. - sussurra com o coração nos olhos. - Prometo te amar até o fim dos meus dias, Ludmilla Oliveira.
Eu respiro agudamente, tudo em mim tomado por ela. Cada pequena partícula do meu ser pertence à menina em meus braços.
- Eu também te amo, baby. - respiro agudamente, tudo em mim tomado por ela. - Prometo te amar até o fim dos meus dias, Brunna Oliveira. - murmuro de volta com todo o meu coração, corpo e alma. Nossos olhos permanecem fixos, se adorando, dizendo mais do que nossas bocas. Então eu desço minha boca na sua e a beijo delicadamente, selando nossas promessas. Delicio-me com seu gosto incomparável, sabendo que sim, vou amar essa menina-mulher até o fim dos meus dias. Eu não vivi antes dela, apenas vaguei pelo mundo. Ela me fez voltar a ter fé no amor, nas pessoas, acreditar em Deus, me fez acreditar que existem almas gêmeas. Tenho absoluta certeza de que se vivesse mil vidas, em todas eu a encontraria e a amaria. Eu pertenço a ela. O que sinto por ela está muito além do amor. Brunna é a minha vida.

O acordo- BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora