Diário de Férias de Kyle Langford | EM PAUSA

Dia 03 - Vou sentir sua falta

03/05

Diário,

Hoje é meu último dia em Deelvin e também o dia em que Lady Amelie ― finalmente ― saiu do coma. E também a ida de Peter essa manhã para a sua casa.

O café da manhã tem a presença de Bran na mesa, ele se locomove com a ajuda de um dos seus enfermeiros e uma muleta ― e é surpreendente a evolução dele em poucos dias. E nesses mesmos dias, Trevor voltou para Petrovich e o processo judicial de Veronica foi aberto.

Depois do café da manhã, acompanho Peter até a porta do palácio e ficamos parados em frente um ao outro de mãos dadas.

“Vou sentir sua falta” diz ele.

“Você ainda não me deu a resposta se quer passar ou não as férias comigo” rebato.

“Eu darei em alguns dias, Kyle meu amor, não se preocupe” diz ele.

“Eu posso fazer um draminha e dizer que eu penso às vezes que não queira viajar comigo?”

“Hã? Você está louco? Quanto mais tempo com você, melhor!” ele beija a minha bochecha, “E se você pegou o fio do assunto, já vai entender a minha resposta para essa viagem.”

Sorrio e o beijo. Quando nossos lábios se afastam, olho para os seus olhos.

“É melhor ir agora antes que eu te amarre aqui para não voltar para casa” digo e ele ri.

“A ideia pode ser boa entre quatro paredes, Kyle Langford” ele pisca para mim.

“Bobo... você é muito... argh, nem sei, selvagem. Não perde uma oportunidade de levar o assunto nessa direção, seu safado” digo.

“Estou exercitando para quando precisar” ele pisca de novo, “Bem, você tem razão... a dor do parto é forte, mas eu parto” rio da sua piada podre e ele me dá outro beijo e caminha em direção a porta dupla aberta pelos guardas e para o carro além.

Aceno minha mão para ele, e antes que entre no sedan, Peter acena de volta para mim e entra no carro partindo.

Voltando para a sala, onde Zoe, Hassan, Petra e Delancy tentam ter a atenção de Bran ao mesmo tempo ― que está bem confuso com tantos assuntos sendo jogados em sua direção de um lado para o outro. Jeanine se aproxima do círculo e vai até a poltrona além, onde Rei Harrison está sentado e entrega o telefone para ele.

Me sento ao lado de Petra e observo o rei de longe enquanto ele ouve qualquer coisa no telefone. Desde a visita dos pais de Trevor no palácio, eu venho notando pequenos detalhes de Harrison, nada fora do comum ― e eu também não sei o que esperava encontrar. Mas quando ele sorri ao telefone sei que é coisa boa.

“O que foi?” pergunta Bran por cima de todos os assuntos.

Harrison agradece e desliga o telefone e sorri na nossa direção.

“Amelie acordou!” ele se levanta do sofá, “Estou indo para lá agora mesmo” acrescenta.

“Então todos nós vamos também” Bran se esforça para ficar em pé, mas faz uma cara de dor.

“Amelie virá para o palácio também, não se esforce filho” diz Harrison enquanto os enfermeiros que estavam à espreita conferem Bran que insiste que foi só uma dor momentânea de se levantar espontaneamente.

E ele convence o filho a ficar no palácio e não segui-lo em direção ao hospital ―, mas sabemos também que Lady Amelie não virá tão cedo para o palácio assim como Bran.

Depois do almoço, em meu quarto, troco mensagem com Gwen sobre a minha ida para casa, ela fala que mamãe está roendo todas as unhas praticamente ansiosa para que eu fique em segurança embaixo de suas “asas maternas”, sim, Gwen usou isso na mensagem. Digo que saio no fim do dia e que de madrugada já estou em casa.