O SILÊNCIO

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Cronos não entendia como sua esposa ainda podia resistir, como ela ainda não o amava. Incapaz de cometer mais atrocidades contra quem ele já tanto havia feito sofrer, ele só podia implorar. Implorar pela misericórdia de Réia, pelo seu amor, pelo seu perdão, mas nada mais adiantava.

Com uma golfada que nunca o havia ocorrido, saiu sangue de sua boca, seus olhos choraram lágrimas vermelhas e viscosas e ele não podia acreditar no quanto fora imprudente ao engolir Métis e desafiar o Destino. Era óbvio que dali ele não passaria e aquele riso no canto da boca de sua esposa foi o golpe que mais o feriu. Tudo começou a ficar turvo, ele conseguiu reconhecer ainda um cabelo encaracolado do qual lembrava com muito peso na consciência que agora se apagava. Ao sangue em seus olhos juntaram-se lágrimas e tudo escureceu.

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