O Clã

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"A eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo."

– Provérbio Espiritual


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Na Península de Anatólia, uma tribo de celtas levava sua vida cotidiana na floresta densa próxima ao rio Linus. E há quem diga que aquela gente é selvagem, com seus costumes pagão e temperamento instável entre si. No entanto, não há também um pouco de selvageria, costumes incontáveis e destempero em todos nós?

"A verdade é que sei tanto de mim mesmo quanto um tigre sabe de maçãs e amoras", dizem os celtas daquela região. E de um modo geral, deve-se considerar a questão com a devida sensatez que ela pede.

Naquela manhã a caça daquele dia de verão seria bem proveitosa, afinal, os cozinheiros entraram em consenso com os ferreiros, usariam as fornalhas para preparar os alimentos com seu fogo, seguidos de ervas e temperos fortes. Grupos de homens e mulheres moviam os panelões de bronze para todos os lados no descampado, cada um em sua função porque não admitiam desperdícios.

Aquele era um dia importante para o clã. Os druídas (sacerdotes) mandaram que seus servos fossem de casa em casa avisar que o ritual em homenagem à Tan Hill, o Deus do Fogo, estava muito próximo de começar. E apesar de não nascer com ânimo para festas, o príncipe daquele grupo, Jeon Jungkook, recebeu o aviso de bom grado, pois andava entediado.

Ele ignorou o servo arrumando seus cabelos negros por baixo da fina coroa de ouro, mas sorriu agradecido para o mensageiro:

— Tem a minha permissão para convidar pessoalmente os Min.

Enviar o mensageiro que prestava serviço excepcional para os Reis era, claramente, sua intenção de reforçar seu interesse no jovem ferreiro chamado Min Yoongi, a quem tinha grande apresso desde a infância.

— E mande que o Druida Nam reserve uma mesa para eles, próximo da minha, é claro – Jeon passava dos limites que seus pais impuseram, no entanto, não era como se alguém realmente pudesse controlá-lo.

O druida mais experiente em questão era Kim Namjoon, um homem de vestes brancas de linho, cabelos também brancos e rosto firme e magro.

Sempre ao seu lado, na pequena casa de árvores silvestres demolidas, estava Kim Seokjin, o mais novo druida auxiliar que lhe passava essência de lavanda, armazenada em côcos secos de cascas marrons e muito desgastadas. Se encontrava muito atarefado desde o nascer do sol, e agora incomodado com a proximidade costumeira de Jin consigo.

Namjoon forçou um pigarro para limpar a garganta e observou seu auxiliar, atento à mistura na pequena caldeira de ferro:

— Jin, afaste-se um pouco. Está me sufocando com seu mal jeito.

O jovem druida se afastou prontamente, acanhado e um tanto magoado com as costas do druida viradas para si.

Era bastante sensível, algo incomum aos outros celtas:

— Já não basta estar aqui contra a minha vontade, não, não. Ainda me resta adivinhar como fazer tais funções.

— Oh, Jin – Namjoon murmurou cansado.

— Como vou aprender se não posso ver? – Jin questionou inquieto.

— Ora, não disse que não pode ver o que estou fazendo, mas sua proximidade é errônea — Namjoon despejou óleo extraído da grande Árvore Mirra e mexeu com a colher de pau. — Druidas não devem ficar tão próximos. Toques são…

My Charm In Anatólia - Yoonkook Jikook TaegiOnde histórias criam vida. Descubra agora