[Concluído] Num mundo de encantos um grupo de celtas sobrevive da floresta na Península de Anatólia, e o clã de artistas, caçadores, nobreza e afins buscam resolver suas diferenças e amores frustrados. A Deusa Mãe, a mãe natureza, os observa da brum...
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No alto do morro mais íngreme de Anatólia, quando o sol estava se pondo e a neve caía em pequenos flocos, Taehyung apontou para baixo, onde se podia ver os pinheiros ao longe, e sorriu ansioso:
— Os guerreiros vão pegar os menores, logo, vamos enfeitar as árvores mais graciosas em nossas casas — ele segurou os ombros de Yoongi, que encarava a paisagem branca na sua frente com tédio. — Será um lindo festival para Yule, uh? Os pinheiros, tão resistentes e imponentes, representam a perseverança da vida. É um tempo de mudança, Yoongi, de amor e desapego dos rancores. Quero estar com você mais tarde.
— Oh, por favor, você passa tempo o bastante comigo. Minha família não permitirá que eu me ausente do jantar. Ora, e não despeje esses suspiros desanimados em meu ouvido, pois sabe que podemos nos ver no ritual dos druidas. Será uma grande festa na clareira.
— Como não vou me entristecer? Você vai estar ocupado. Sei que os Reis vão lhe colocar serviço.
— Tem razão — Yoongi suspirou e deu de ombros. — Bem, talvez eu consiga passar um tempo na roda de contos. As crianças vão me cobrar de toda maneira. O que acha de sentar conosco?
— Pois sim, é o que me resta.
— Hm.
Os olhos apurados de Yoongi encontraram a pequena imagem do príncipe ao longe, abraçado ao parceiro e sorrindo para um belo pinheiro tombado. Eles pareciam tão felizes, tão bem juntos que chegava a ser absurda a mínima possibilidade de se separarem. E Yoongi levantava aquela miúda ideia por se sentir dormente ao ver Jimin em seu lugar. Sempre que pensava de tal forma xingava a Deusa Mãe em seus pensamentos, abatido o suficiente para não ter qualquer outra reação.
— Por que o ama tanto? — Taehyung lhe perguntou com a devida calma enquanto percebia Yoongi reflexivo. — Seja sincero; não acha que ele foi injusto? Vocês tinham sentimentos um pelo outro mas, quando o príncipe conseguiu o que queria não hesitou em se afastar.
Yoongi cruzou seus braços e encarou as mãos aquecidas com as luvas do príncipe, estava outra vez abatido e sem expressão:
— Você não entenderia.
— Por favor, tente me explicar. Olhe, prometo não julgá-lo, só quero que se abra comigo e me ajude a entender o que se passou.
— Ele não se lembra do que tivemos.
— Porque ele não quer lembrar, suponho.
— Do que ele sabe? — Yoongi negou em silêncio e sorriu para Jungkook ensinando um garotinho a dar golpes num dos guerreiros risonhos. — Ele é um bom homem, não duvide disso. Fiz alguns sacrifícios por um bem maior; salvei a vida dele mais vezes do que posso contar. Custou a minha felicidade? Bem, sim, de certa maneira. Mas não me arrependo porque o meu amor não é egoísta.
